Minutos de Paz !

segunda-feira, fevereiro 28, 2011



Boa vontade


Momento Espírita




A importância da boa vontade nos feitos humanos é bastante difundida.

É comum ouvir-se de alguém que tem vontade de fazer algo útil.

Por exemplo, que se sente chamado a desempenhar alguma tarefa.

A vontade é um precioso atributo do Espírito imortal.

No princípio do processo evolutivo, o ser é grandemente guiado pelos instintos.

De modo gradual, sua razão se desenvolve e ele passa a agir com liberdade.

Dentre várias opções, elege a que lhe parece melhor.

É então que a vontade se manifesta como um poderoso impulsionador do progresso.

Ela se relaciona com o sentimento, com o querer, com os anseios do próprio coração.

Ocorre que a boa vontade não é um processo mágico que torna tudo imediatamente possível.

Não basta querer para realizar.

Quem realmente tem boa vontade estuda e trabalha para adquirir condições de desempenhar bem a sua tarefa.

Assim, a boa vontade é um fator imprescindível para o sucesso de um empreendimento.

Se não houver uma vontade firme, um querer profundo, as dificuldades crescem de importância.

À míngua de um ideal forte, o homem esmorece.

Caso não se sinta valorizado, desiste.

Se o resultado demora, acha que o esforço não compensa.

Entretanto, quando ele realmente deseja algo, encontra forças para seguir em frente.

Se a vontade é mesmo boa, firme e valiosa, então muito se torna possível.

Não apenas pelo desejo ardente, mas pela disposição de fazer o que for possível e necessário.

Convém ter essa realidade em mente quando se proclama a própria boa vontade.

Se o desejo é se dignificar pela conduta correta, as tentações do mundo nunca são fortes demais.

Quem tem o real propósito de se manter puro, gasta um tempo a estudar a própria realidade íntima.

Não teme admitir suas fraquezas, como uma fase necessária para superá-las.

Só porque cai algumas vezes, não desiste do propósito de elevar-se.

Do mesmo modo, quem de fato deseja algo realizar de bom não mede esforços.

De forma racional, procura tornar-se competente na tarefa eleita.

Aproxima-se de quem já a desempenha bem e o auxilia.

Não quer brilhar de imediato, em altos postos.

Aceita de bom grado desempenhar papéis modestos, nos quais lentamente se habilita e aperfeiçoa.

Não desiste enquanto não consegue seu intento.

Bem se vê como a boa vontade é preciosa como recurso de aprimoramento.

Contudo, ela não prescinde de esforço, de trabalho e de estudo.

Ao contrário, quem realmente tem boa vontade aprende a fazer direito.

Pense nisso.



Redação do Momento Espírita.

Disponível em www.momento.com.br


domingo, fevereiro 27, 2011



O ensinamento vivo


Momento Espírita



Era um dia de sol. Mãe e filha saíram a passear. Pararam defronte a uma construção.


O trabalho era incessante. Máquinas, sob a direção de homens habilitados abriam enormes crateras para os alicerces, no chão duro. Veículos pesados transportavam terra daqui para ali, com rapidez e segurança


Pedreiros já estavam a postos, sob o comando vigilante dos técnicos que orientavam os trabalhos.


O engenheiro chefe, vendo-as tão atentas, se aproximou e, porque fosse indagado, esclareceu:


O investimento que está sendo feito neste local é muito grande. O projeto é de um edifício de grandes proporções, possivelmente um dos mais altos da cidade.


Muitas centenas de trabalhadores especializados serão convidados a colaborar em toda a sua estrutura, até o acabamento final.


Precisaremos de carpinteiros, vidraceiros, pintores, encanadores, eletricistas, decoradores para completar o serviço. Qualquer construção precisa de um grande número de profissionais.


A garota estava impressionada e comentou:


Quanta gente para pensar, cooperar e servir!


Sim, disse o técnico, construir é sempre muito difícil.


Mãe e filha continuaram o passeio e, após algumas quadras, chegaram em frente a uma casa em demolição. Ali havia somente um homem, empunhando um gigantesco martelo.


Ele batia nas paredes de alvenaria e madeirame e elas ruíam, com estrondo, de forma muito rápida.


Lembrando o trabalho grandioso da construção que acabara de ver, a menina exclamou:


Como é terrível arruinar tão rapidamente o trabalho de tantos.


Foi então que a mãe, sempre atenta para as questões da educação de sua filha, falou:


Pois é, minha filha, toda realização útil na Terra exige paciência e suor, trabalho e sacrifício de muita gente. Construir, edificar é muito difícil.


Mas, como você pode ver, destruir é sempre muito fácil.


Uma pessoa com um martelo na mão destrói o esforço de muitos.


A crítica que usamos contra o nosso semelhante é como o martelo na velha construção: destruidora.


Quando ficamos a ver defeitos nas obras alheias e nos entregamos à crítica, estamos destruindo. E, normalmente, sem oferecer nada melhor em troca.


Pensemos, antes de criticar, agredir e prejudicar. Se o nosso intuito é o de ajudar, apontemos as falhas, sim, mas sobretudo apresentemos soluções.

* * *

Quem deseja ajudar, não se satisfaz em apontar erros nas pessoas e nas instituições porque esta é a crítica que destrói.


Quem deseja ajudar, apresenta sugestões de melhoria moral a fim de que o outro tenha opções para buscar a própria renovação.


Quem pensa em auxiliar, arregaça mangas, coloca mãos à obra, olha para o companheiro ao lado e convida: Vamos construir um lugar melhor para nós e para todos?


Pense nisso!


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 19, do livro Alvorada cristã, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Disponível em www.momento.com.br


O exercício do perdão


Momento Espírita


Certa vez, perguntaram a um filósofo se Deus perdoa. Após refletir um tanto, ele respondeu com outro questionamento: Para perdoar é necessário sentir-se ofendido?


De pronto o interlocutor respondeu: Sim. Se não há ofensa, como haveria perdão? Retornou ele novamente para o filósofo.


Esse então, calmamente respondeu: Logo, Deus não perdoa!


Embora a resposta nos pareça estranha, traz em si reflexões de grande monta.


A primeira delas é a de que muito melhor que perdoar, é não se sentir ofendido. E para isso, é necessário que a indulgência esteja em nossa mente, que a benevolência esteja em nossas ações.


Porém, quem já não se sentiu ofendido? Ainda trazemos muitas dificuldades na alma. O orgulho, a vaidade, a pretensão, todos reunidos na alma, nos fazem criaturas com grande dificuldade em não se ofender.


Às vezes, o ofensor nem percebe que nos magoou, quando acontece de não conseguir avaliar as nossas limitações emocionais. Outras tantas, percebe, tenta remediar, mas o mal já está feito... A ofensa já nos atingiu.


Assim, se ainda nos ofendemos, devemos aprender a perdoar. Porque será o perdão que conseguirá tirar a nódoa da ofensa dos tecidos de nossa alma.


Se a ofensa nos pesa no coração, atormenta a alma e perturba a mente, o perdão nos fará leves novamente, tranquilizando a alma e sossegando a mente.


Dessa forma, todo esforço para perdoar deve ser levado em conta, sem economia de nossas capacidades emocionais e racionais.


É claro que o perdão não se instaura imediatamente, e ainda, quanto mais magoados e ofendidos, maior a intensidade das dores. Talvez, mais esforço nos seja demandado.


Assim, comecemos o exercício do perdão assumindo que a raiva, a mágoa, a ofensa existem em nosso coração. Enquanto fingirmos que perdoamos, apenas pelos lábios, sem passar pelo coração, nada acontecerá.


Em seguida, busquemos compreender a atitude do outro, daquele que nos ofendeu. Talvez tenha sido um mau dia para ele. Ou esteja passando por uma fase difícil. Ou ainda, talvez ele mesmo seja uma pessoa com grandes feridas na alma. Por isso, mostra-se tão agressivo.


Após compreender, exercitemos pequenos passos de aproximação. Primeiramente, suportemo-lo, enfrentando os sentimentos ruins que poderão brotar em nossa alma, nesse primeiro instante. Mas, persistamos na convivência, por alguns instantes que seja.


Em seguida, demos espaço para a tolerância, ensaiando os primeiros passos do relacionamento, mesmo que distante e ainda um tanto frio.


Em seguida, estreitemos um pouco mais o relacionamento, através da cordialidade e do coleguismo.


Não tardará para que sejamos capazes de retomar a fraternidade e administrar o ocorrido, em nossa intimidade.


Afinal, o perdão exige o esquecimento. Porém, não esqueceremos o fato, aquilo que nos causou a mágoa, já que isso se mostra quase impossível.


O esquecimento que o perdão provoca é o da mágoa, da ofensa. Quando pudermos olhar nos olhos daquele que nos magoou, com tranquilidade e paz no coração, aí estará implantado em nossa alma, o perdão.


Redação do Momento Espírita


Disponível em www.momento.com.br

Apenas um filho


Momento Espírita




Na aldeia era comum se encontrarem as mulheres na praça, em torno do poço que servia à comunidade.

Era o momento em que elas faziam pequena pausa em seus tantos afazeres, aproveitando para trocarem ideias, conversarem a respeito das novidades que, afinal, naquela localidade, não eram muitas.

Naquela manhã, encontraram-se três mulheres ao lado do poço. E, enquanto retiravam a água e enchiam seus potes com o precioso líquido, puseram-se a conversar.

Falou a primeira:

Meu filho é muito forte, corre e pula. É com alegria que o vejo disputando corrida com outros meninos e vencer a todos.

A segunda disse, logo em seguida:

O meu filho canta como os passarinhos. Acorda pela manhã e canta. Conhece belas canções e enche de harmonia os meus ouvidos.

E, porque a terceira mulher permanecesse em silêncio, enquanto despejava água do balde em seu pote, um homem que as observava, perguntou:

Você não tem filhos?

A jovem olhou para ele e respondeu, com delicadeza:

Tenho um menino. Mas ele é um menino normal como todas as crianças.

Com seus potes cheios de água, as três mulheres foram caminhando, de retorno aos seus lares. No meio do caminho, pararam para descansar e o homem sentou-se ao lado delas.

Passados poucos minutos, elas viram seus filhos vindo ao seu encontro.

O primeiro vinha pulando pequenos obstáculos pelo caminho e correndo. Notava-se-lhe a vivacidade, a agilidade.

O segundo vinha cantando uma linda canção e sua voz soava pelo caminho, de forma encantadora.

O terceiro simplesmente vinha andando mas, ao ver sua mãe, foi em sua direção e a abraçou, com especial carinho, como se lhe desejasse transmitir energias renovadas.

Depois, abaixou-se, pegou o pote cheio de água e foi andando, no rumo de casa.

Nesse momento, as três mulheres se voltaram para o homem que continuava sentado à beira do caminho e lhe indagaram:

E então, o que o senhor achou dos nossos filhos?

O homem levantou-se, demonstrando que prosseguiria seu caminho e respondeu, de forma sábia:

Realmente, eu acabei de ver três meninos. Mas vi apenas um filho.

* * *

No Código Divino que conhecemos como o Decálogo, que nos chegou através do grande legislador hebreu, está escrito:

Honra a teu pai e tua mãe, a fim de viveres longo tempo na Terra que o Senhor, teu Deus, te dará.

A exortação nos remete ao preito de gratidão que devemos ter para com aqueles que são os responsáveis pela nossa vida na Terra.

Os que nos geraram um corpo a fim de que, Espíritos imortais, transitemos pela Terra, progredindo e crescendo para a luz.

Honrar pai e mãe é estar atento às suas necessidades, é auxiliá-los nas tarefas, é lhes dizer da gratidão, com afagos, carinho.

Mesmo que possamos dizer que deles, por uma ou outra razão, não recebemos carinho, apoio, atenção maior, não nos esqueçamos de ser filhos.

Qualquer que seja a circunstância, eles nos permitiram viver. E por isso estamos aqui, nesta abençoada escola chamada Terra, um planeta de tantas belezas e generosas bênçãos.

Pensemos nisso!


Redação do Momento Espírita, com base em lenda judaica.


Disponível em www.momento.com.br

quinta-feira, fevereiro 24, 2011



Nem tudo o que nos aborrece e faz sofrer é, forçosamente, um mal...

PASTORINO




Quando os irmãos de José o venderam, o que parecia um mal tornou-se maravilhoso bem,pois lhe deram oportunidade de chegar a ser governador do Egito.

Tenha confiança no Pai, que sabe extrair o bem daquilo que nos parece um mal.

Não se desespere.

Confie e siga à frente!




PASTORINO, C.T. Minutos de Sabedoria. Petrópolis/RJ:Vozes.

Almas perfumadas

Momento Espírita

São tantas as pessoas importantes em nossa vida...

Por vezes nos falta tempo ou oportunidade para lembrá-las disso.

Como a oportunidade somos nós que fazemos, e tempo é questão de prioridade, quem sabe seja este o momento de lembrar de alguém que amamos.

Eis belo poema de Ana Jácomo para sua avó Edith:

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri.

Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.

Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher.

O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.

Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul.

Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.

Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso.

Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.

Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.

Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza.

Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz.

Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.

Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim.

Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar.

Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia.

Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou.

E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.


Redação do Momento Espírita com base no texto Almas perfumadas, de Ana Jácomo, constante em seu blog: anajacomo.blogspot.com

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quarta-feira, fevereiro 23, 2011



O Caminho


Joanna de Ângelis


Diante do turbilhão de problemas e conflitos, aturdido e receoso, a um passo do desequilíbrio, indagas, sem diretriz:

– Onde a via a seguir? Qual a conduta a adotar?

Certamente, todo empreendimento deve ser precedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem.

A experiência carnal é uma viagem que o espírito empreende com os objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição.

Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor.

Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta.

Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas.

Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos.

Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser envidado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos.

Uns levam à ruína demorada, que envilece e infelicita.

Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe.

Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar:

-Eu sou o caminho – informando ser a única opção para chegar-se a Deus.

Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus.

Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer-te a mão, recorre a Jesus.

Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentames malsucedidos no mundo, apela a Jesus.

Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus.

Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus.

Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus.

Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus.

Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus.

Se a jornada se te faz amena, agradece a Jesus.

Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separes de Jesus

Se acreditas na vitória, que antevês, apoia-te em Jesus.

Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo.

Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através d’Ele e com Ele te plenificarás, alcançando Deus.

O mais, são ilusões e engodos. Não te equivoques, nem enganes a ninguém.



FRANCO, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis .Livro: Momentos Enriquecedores.



AUTOENCONTRO


Joanna de Ângelis


A ansiosa busca de afirmação da personalidade leva o indivíduo, não raro, a encetar esforços em favor das conquistas externas, que o deixam frustrado, normalmente insatisfeito.

Transfere-se, então, de uma para outra necessidade que se lhe torna meta prioritária, e, ao ser conseguida, novo desinteresse o domina, deixando-o aturdido.

A sucessão de transferências termina por exauri-lo, ferindo-lhe os interesses reais que ficam á margem.

Realmente, a existência física é uma proposta oportuna para a aquisição de valores que contribuem para a paz e a realização do ser inteligente. Isto, porém, somente será possível quando o centro de interesse não se desviar do tema central, que é a evolução.

Para ser conseguida, faz-se imprescindível uma avaliação de conteúdos, a fim de saber-se o que realmente é transitório e o que é de largo curso e duração.

Essa demorada reflexão selecionará os objetivos reais dos aparentes, ensejando a escolha daqueles que possuem as respostas e os recursos plenificadores.

Hoje, mais do que antes essa decisão se faz urgente, por motivos óbvios, pois que, enquanto escasseiam o equilíbrio individual e coletivo, a saúde e a felicidade, multiplicam-se os desaires e as angústias ceifando os ideais de enobrecimento humano.

*
Se de fato andas pela conquista da felicidade, tenta o auto-encontro.

Utilizando-te da meditação prolongada, penetrar-te-ás, descobrindo o teu ser real, imortal, que aguarda ensejo de desdobramento e realização.

Certamente, os primeiros tentames não te concederão resultados apreciáveis.

Perceberás que a fixação da mente na interiorização será interrompida, inúmeras vezes, pelas distrações habituais do intelecto e da falta de harmonia.

Desacostumado a uma imersão, a tua tentativa se fará prejudicada pela irrupção das idéias arquivadas no inconsciente, determinantes de tua conduta inquieta, irregular, conflitiva.

*
Concordamos que a criatura é conduzida, na maior parte das vezes, pelo inconsciente, que lhe dita o pensamento e as ações, como resultado normal das próprias construções mentais anteriores.

A mudança de hábito necessita de novo condicionamento, a fim de mergulhares nesse oceano tumultuado, atingindo-lhe o limite que concede acesso às praias da harmonia, do auto descobrimento, da realização interior.

Nessa façanha verás o desmoronar de muitas e vazias ambições, que cultivas por ignorância ou má educação; o soçobrar de inúmeros engodos; o desaparecer de incontáveis conflitos que te aturdem e devastam.

Amadurecerás lentamente e te acalmarás, não te deixando mais abater pelo desânimo, nem exaltar pelo entusiasmo dos outros.

Ficarás imune à tentação do orgulho e à pedrada da inveja, à incompreensão gratuita e à inimizade perseguidora, porque somente darás atenção à necessidade de valorização do ser profundo e indestrutível que és.

Terminarás por te venceres, e essa será a tua mais admirável vitória.

Não cesses, portanto, logo comeces a busca interior, de dar-lhe prosseguimento se as dificuldades e distrações do ego se te apresentarem perturbadoras.



FRANCO, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL, 1994.

 


PREOCUPAÇÕES


André Luiz


Não se aflija por antecipação, porquanto é possível que

a vida resolva o seu problema ainda hoje,

sem qualquer esforço de sua parte.



Não é a preocupação que aniquila a pessoa

e sim a preocupação em virtude da preocupação.

Antes das suas dificuldades de agora,

você já faceou inúmeras outras e já se livrou de todas elas,

com o auxílio invisível de Deus.



Uma pessoa ocupada em servir

nunca dispõe de tempo para comentar injúria ou ingratidão.

Disse um notável filósofo:

“uma criatura irritada está sempre cheia de veneno”,

e podemos acrescentar: “e de enfermidade também”.



Trabalhe antes, durante e depois

de qualquer crise e o trabalho garantirá sua paz.

Conte as bênçãos que lhe enriquecem a vida,

em anotando os males que porventura lhe visitem o coração,

para reconhecer o saldo imenso de vantagens a seu favor.



Geralmente, o mal é o bem mal-interpretado.

Em qualquer fracasso, compreenda que se você pode trabalhar,

pode igualmente servir, e quem pode servir

carrega consigo um tesouro nas mãos.



Por maior lhe seja o fardo do sofrimento,

lembre-se de que Deus, que agüentou com você ontem,

agüentará também hoje.



XAVIER, Francisco Cândido . Pelo Espírito André Luiz.

terça-feira, fevereiro 22, 2011



O AUXÍLIO VIRÁ


Pelo Espírito Scheilla




O problema que te preocupa




talvez te pareça excessivamente amargo ao coração.




E tão amargo que talvez não possas comentá-lo, de pronto.




Às vezes, a sombra interior é tamanha




que tens a idéia de haver perdido o próprio rumo.




Entretanto, não esmoreças.




Abraça o dever que a vida te assinala.




Serve e ora.




A prece te renovará energias.



O trabalho te auxiliará.




Deus não nos abandonará.




Faze silêncio e não te queixes.






Alegra-te e espera




porque o Céu te socorrerá.



Por meios que desconheces,


Deus permanece agindo.





XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Scheilla.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011


Voz que canta


Momento Espírito


Nós a vimos, um dia desses. E a ouvimos. Tratava-se de um espetáculo com entrada franca, promovido por instituição espírita benemérita.


Ela adentrou o palco e a plateia ficou muda. Fora anunciada como solista de algumas óperas famosas e com trabalhos valiosos em técnica vocal. Currículo longo, invejável, que o mestre de cerimônias fez questão de exaltar, em detalhes.


Com um sorriso nos lábios, recebeu a luz dos spot-lights. Nada, em sua aparência, denotava tristeza, esforço físico.


Andou até à frente do palco, amparada pelas muletas. Postou-se, olhou para o maestro e abriu a boca. E cantou... com alma, mente e coração.


A flauta que trazia engastada na garganta foi acionada em escalas harmoniosas.


A música sacra que lhe brotou dos lábios nos remeteu a Bach que, um dia, afirmou: O único objetivo de toda música deve ser a glória de Deus e uma recreação agradável.


Para ele, a música era um ato de adoração, como se as notas, depois de saírem do alcance do ouvido humano, continuassem a subir para os céus, num hino de louvor.


Enquanto ela emocionava a plateia de pouco mais de quatrocentos lugares, com sustenidos e bemóis, ficamos a pensar em quantos de nós nos consideramos inúteis, por sermos portadores de pequena deficiência visual, por termos dificuldade para andar mais rápido, por necessitarmos colocar uma prótese dessa ou daquela natureza.


Mas Liane, a solista, é uma mulher independente. Em seu carro adaptado, ela se locomove para todos os lugares.


É mestranda em música na área de Cognição, Filosofia e Educação musical, Canto solista e Canto coral no Curso de Licenciatura em música da Faculdade de Artes do Paraná.


E canta, sorrindo. Toca a alma das pessoas. Projeta a voz, louvando a vida, a Divindade, o seu dom.

* * *

Um exemplo de vida. Um exemplo de que a vida deve ser vivida em totalidade, não importando condições.


Dificuldades existem para serem superadas. Para o Espírito demonstrar que ele é o comandante do corpo, o diretor da vida.


O Espírito é que determina o tipo de vida que deseja. Por isso, há quem se sinta frustrado, menos aquinhoado e se entregue a cuidados alheios, em total dependência.


E há os que idealizam para si mesmos a superação e causam admiração aos homens pelas suas conquistas.


Esses vencem, apesar de tudo, e se transformam em pessoas felizes. Por vezes, em criaturas que fazem muitas outras mais felizes.


E quando se os vê cantando, lecionando, pintando, produzindo, nem nos apercebemos que a pessoa é portadora dessa ou daquela deficiência.


São exemplos de tenacidade, de perseverança.


Espelhemo-nos neles, fortalecendo em nós a vontade de estudar, aprender, produzir, crescendo sempre.


Redação do Momento Espírita, com base em fatos da vida da cantora lírica Liane Guariente, residente em Curitiba, Paraná.

Disponível em www.momento.com.br