domingo, março 28, 2010



Teus olhos


Momento Espírita


Encontramos nas anotações do Evangelista Mateus, a observação de Jesus: Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.


Jesus, com certeza, não quis dizer que os olhos físicos teriam a possibilidade de transformar o corpo em um foco de claridade, mesmo porque o brilho não é qualidade do corpo físico.


O Mestre Se referia às questões espirituais.


Ver é a condição de observação e análise das coisas que nos cercam que, naturalmente, tem a ver com o nível de maturidade, de progresso em que cada um se encontra.


É assim que, para quem vê as coisas do ângulo imediatista, o delinquente juvenil ou adulto será sempre culpado, merecedor dos castigos da lei humana. Mesmo que o castigo chegue pelas mãos daqueles que se julgam prejudicados.


Para quem tem olhos bons, ou seja, que procura enxergar os fatos pelo lado positivo, o jovem ou o adulto em tal circunstância será sempre a alma que não teve orientação capaz de a libertar das más tendências.


Será o ser que, envenenado pela revolta que lhe causa a injustiça social, não consegue viver com nobreza.


Não que se pretenda aplaudir o erro, mas ver a criatura que erra como alguém carente de educação e amparo, orientação e trabalho, para que se possa renovar.


Para olhos comuns, a mulher que vende o próprio corpo em prazeres e sensações não passa de alguém com marcas da prostituição, merecendo o desprezo.


Para os que possuem bons olhos será a irmã atormentada que se deixa explorar por mentes perturbadas.


Sem pensar em aprovar as práticas erradas, que acabam por destruir os que nelas se envolvem, não podemos deixar de pensar nessas criaturas como carentes de atenção e respeito.


E, se não as pudermos atender com orientação segura, que possam ao menos merecer a suavidade das nossas orações.


Para os olhares comuns, os que se deixaram arrastar para as valas da dependência dos tóxicos são viciados que somente poderão ser detidos por grades em celas de prisão, impedindo que propaguem o mal.


Para os que tenham olhos bons, são os irmãos de jornada que não suportaram conflitos e desejaram fugir deles e de si mesmos, precipitando-se nos poços da dependência química.


Na verdade, o que eles aguardam é o apoio, o amparo para que possam sair dessa loucura, buscando caminhos de reequilíbrio. Esperam por mão amiga. Aguardam o tratamento da medicina, da psicologia e da religião, mesmo que não expressem tal desejo com sua própria voz.


Como vemos, existem olhos que condenam e existem os que auxiliam e cooperam.


Quando nos ajustarmos à seara do amor, do bem e da paz, com olhos de compreensão, mergulharemos na luz, demonstrando que alcançamos um novo estágio de progresso e nos encontramos em marcha para a evolução espiritual, para a conquista do brilho do corpo espiritual, que refletirá nossas virtudes.


* * *


Quando tomarmos conhecimento da ignorância que se encontra em toda parte, permitamos que a luz do entendimento possa espalhar instrução e amparo, a fim de que seja afugentada a sombra que enlouquece a Terra inteira, atormentando muitas almas.


Tão logo a criatura se decida por se deixar conduzir pelas leis do bem, a grande noite terrestre dará lugar às auroras sublimes, anunciadoras dos dias de paz.


Redação do Momento Espírita com base no cap. 20 do livro Cintilação das estrelas, pelo Espírito Camilo, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter e pensamentos finais do cap. 2 (Entre o bem e o mal), do livro Ante o vigor do Espiritismo,por Espíritos diversos, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2564&stat=0>




Carpe diem


Momento Espírita



Horácio, um dos maiores poetas da Roma Antiga, ficou famoso pelas suas Odes, longos poemas líricos, onde ele descrevia o cotidiano da vida ou passagens da mitologia romana.


Nas suas características literárias, destaca-se sempre a ideia de se aproveitar o presente, sem muita preocupação com o futuro.


Essa sua ideia atravessou o tempo através de uma expressão muito citada, encontrada em uma de suas Odes: Carpe diem.


Frequentemente tal expressão latina é traduzida como Aproveite o dia. E essa era a preocupação do poeta romano, pois imaginava ele a vida muito breve para não ser aproveitada.


Ao escutarmos o convite de Horácio, Carpe diem, nos perguntamos:


Afinal, o que é aproveitar o dia?


É certo que a resposta para tal pergunta irá depender fundamentalmente do que esperamos para a vida e para o depois da vida.


Afinal, aproveitar o dia para quê?


Para o materialista, Carpe diem será gozar ao máximo a vida, todas suas emoções e prazeres, e somente isso.


Como, no seu conceito materialista, nada o aguarda depois da morte, a vida acaba se tornando breve demais.


O materialista imagina-se constituído de um apanhado de bilhões de células ordenadas ao acaso, por um casuismo biológico e crê que nada o aguardará após a vida física se extinguir.


Assim, aproveita a vida, que se extingue minuto a minuto, nos prazeres materiais e físicos, já que se ilude que nada mais existe, além daquilo que pode enxergar.


Outros há, ainda, que vivem com a certeza de que, em uma única existência, Deus nos irá julgar, bons ou maus, e nos condenar a uma felicidade ou desdita eternas, conforme o resultado de tal julgamento.


Para esses, aproveitar a vida será sempre a contagem regressiva de um dia a menos de erro ou de tropeço.


Uma vez que seremos julgados eternamente pelo procedimento de uma única existência, quanto antes essa acabar, melhor será, pois que menos chances teremos de errar.


Imaginando que, com o resultado de uma única vida, Deus dará um veredito eterno, Carpe diem será a ansiedade de que tudo acabe, e que, ao final de tudo, não tenhamos tropeçado, pois outra chance não haverá.


Há ainda a possibilidade de imaginarmos a vida como uma continuidade de outras tantas que já se sucederam, e a antecipação de outras que virão.


Ao entendermos que a vida de hoje é o reflexo do ontem, e que o amanhã será a colheita do plantio feito hoje, aproveitar a vida toma um colorido diferente.


Já não mais a ânsia para uma vida que irá se extinguir. Tão pouco a ansiedade para uma vida que irá ser nosso veredicto.


Viveremos com a certeza de que estaremos aproveitando o dia, quando fizermos de cada um deles aprendizado para a alma, quando exercitarmos virtudes, quando nos esforçarmos para apagar defeitos.


Estaremos realmente aproveitando o dia, quando as dores que ele porventura trouxer se transformem em entendimento e lição, e as alegrias fruídas se convertam em louvores pela bênção da existência.


Todos nós deveremos aproveitar a vida, entendendo-a como uma grande escola, onde a lição maior de aprendizado será o conjugar do verbo amar. E o Mestre maior dessa escola, Jesus.


Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2566&stat=0>




Um homem bom


Momento Espírita



Em O Evangelho segundo o Espiritismo encontramos a informação de que os homens de bem ignoram que são virtuosos.


Eles deixam-se ir ao sabor de suas aspirações e praticam o bem com desinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos.


Pessoas assim existem muitas espalhadas por esse imenso mundo de Deus. Em todas as épocas, em todas as nações.


Longe, muito longe. E bem perto de nós. Por isso, prestemos atenção para não perdermos a chance de nos mirarmos em seu exemplo.


Assim era com Hans. Um pintor de paredes no século XX. Um homem simples que morava numa rua pobre, perto de Munique, na Alemanha.


Ele fora convocado para a Primeira Guerra Mundial. E voltara para casa, ileso.


Agora, a Segunda Guerra Mundial batia às portas e apertava o cerco a cada dia. Como uma megera que avançasse, penosamente se movimentando, entre as brumas do medo e da insegurança.


Quando a perseguição aos judeus se estabeleceu, ele perdeu muitos clientes. Afinal, os judeus tinham posses e, até há pouco, eram seus melhores clientes.
Agora, eles eram os indesejados sobre a face da Terra. Ao menos naquele pedaço de terra governado pela loucura daqueles dias.


Então, veio o aviso de que as bombas estavam chegando sempre mais próximas. Havia quem não acreditasse que aquela cidadezinha dos arredores de Munique pudesse constituir um alvo.


Mas os abrigos foram marcados e as janelas tinham que passar pelo processo de escurecimento para as horas noturnas.


Para Hans, foi uma oportunidade de trabalho. As pessoas tinham venezianas que precisavam ser pintadas. De preto.


Verdade que a tinta logo se esgotou. Mas ele pegou pó de carvão e foi misturando. Foram muitas as casas de todas as regiões de Molching das quais ele confiscou dos olhos inimigos a luz das janelas.


Muitas vezes, na volta para casa, mulheres que nada tinham além de filhos e miséria, corriam para ele e imploravam que pintasse suas janelas.


Ele poderia sugerir que elas utilizassem cobertores para pendurar nas janelas.
No entanto, sabia que eles seriam necessários quando chegasse o inverno.


Desculpe, não me sobrou tinta preta. - Dizia ele. Amanhã bem cedo. - Marcava.
E lá estava ele, na manhã seguinte, pintando as tais janelas. Por nada. Ou por um biscoito e uma xícara de chá quente.


Por vezes, uma conversa, no degrau da frente desta ou daquela casa. E o riso se erguia da conversa, antes de partir para o trabalho seguinte.


Um homem bom. Pobre, servia a quem mais pobre fosse. E servia com alegria.


A bondade é assim: espalha a sua graça, deixa as suas benesses, enquanto o doador segue adiante, para continuar a distribuí-la a mãos cheias.


Redação do Momento Espírita, com base no item 8 do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e na pt. 7 do livro A menina que roubava livros, de Markus Zusak, ed. Intrínseca.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2565&stat=0>





O que se dá para um amigo



Momento Espírita


Amigo é um ser muito especial na vida de cada um de nós. Quem tem um amigo, guarda a certeza de que jamais enfrentará tempestades a sós



Sempre poderá contar com um ombro acolhedor, uma mão que se estende, alguém que chora e se alegra com as suas dores e as suas alegrias.



E quando se deseja presentear um amigo, o que se deve dar?



Por vezes, ficamos preocupados, porque desejamos ofertar o melhor ao amigo e nos faltam recursos amoedados.



Essa indagação nos recorda de uma história que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, em terras alemãs.



O tempo era de escassez, de medo e perseguições. A família era alemã, em solo alemão, ocultando, na intimidade da sua casa, um judeu.



Pior que tudo: um judeu enfermo. E Max era isso: um judeu muito doente.



A menina da casa lhe cedeu a cama. Ela já fora conquistada por aquele homem solitário e tão perseguido. Somente por ser judeu.



Fora conquistada pela sua forma de parecer invisível, de não desejar incomodar, de quase se sentir culpado por existir.



Quantas horas haviam passado juntos! Mas agora ele estava ali, imóvel, sobre o leito e o prognóstico não era dos melhores.



Não se podia chamar um médico para medicá-lo. Isso significaria prisão para todos.



Não havia nada que se pudesse fazer. A não ser amá-lo.



A menina pensou que se lhe desse motivos para viver, Max retornaria à vida, sairia daquele torpor em que a febre, a tristeza ou o que fosse o mergulhara.



Assim, todas as tardes, ela passou a ler, em voz alta para ele. Era um livro de quase 400 páginas.



Ela lia, falava com Max e o convidava a acordar, dia após dia.



Depois ela pensou em lhe levar presentes. Primeiro, foi uma bola furada que encontrou na rua.



Ela queria que ele tivesse motivos para viver. Achou uma fita na sarjeta, um botão encostado numa parede da sala de aulas, uma pedrinha chata e redonda do rio.



Todos os dias, voltando da escola, ela procurava algo que pudesse levar para ele.
Um invólucro de bala liso e desbotado. Uma pena linda, encontrada presa na dobradiça de uma porta.



Finalmente, ela quis lhe dar uma nuvem.



Como se pode dar uma nuvem a alguém?



Então a descreveu para Max.



Era uma nuvem gigantesca. Como uma grande fera branca e veio por cima das montanhas.



Imaginou a nuvem passando de sua mão para ele, através dos cobertores. E a escreveu num pedaço de papel, colocando a pedrinha em cima.



Tudo era deixado na mesa de cabeceira. Os tesouros de uma menina para um judeu que tinha perdido a vontade de viver.



Finalmente, um dia, ele abriu os olhos.



Quando ela o viu, ele estava sentado na cama, com a bola murcha de futebol no colo.



Max sorria, acariciando cada um dos preciosos presentes na mesa de cabeceira.



Adorei a nuvem! - disse ele.



E não voltou a adoecer.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. Treze presentes, do livro A menina que roubava livros, de Markus Zusak, ed. Intrínseca.



Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2561&stat=0>



Você é insubstituível


Momento Espírita



Quantas vezes você já ouviu a frase: Ninguém é insubstituível?


Pensando bem, ninguém é insubstituível, no sentido de que todos os seres humanos somos transitórios.


Hoje estamos aqui e amanhã poderemos não mais estar. E, a qualquer momento, poderemos ser substituídos no cargo que ocupamos, na realização da tarefa que nos devotamos.


E essa é uma realidade de muitas instituições, onde as pessoas são descartadas, por qualquer motivo ou motivo algum.


Contudo, ao se repensar bem a frase, percebemos que ela é inverídica sob variados aspectos.


Basta se faça um passeio pela História da Humanidade e logo descobriremos pessoas que fizeram a grande diferença no mundo.


No campo de arte, recordemos de Beethoven. Ele morreu em 1827. Quem o substituiu?


Embora tantos músicos depois dele, ninguém compôs sinfonias como ele o fez.
Nunca mais houve outra Sonata ao luar. Ele foi único. E ouvindo as suas sonatas, seus concertos quem recorda que ele era surdo?


Único e insubstituível também foi Gandhi, o líder pacifista e principal personalidade da Independência da Índia.


Quem ensinou a não violência como ele o fez? Quem, depois dele liderou uma marcha para o mar, por mais de 320 quilômetros para protestar contra um imposto?


Quem conseguiu a independência de um país da forma que ele o fez?


E que se falar de Martin Luther King Junior? Depois dele, alguém teve um sonho que custasse a própria vida?


Um sonho em que os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos se sentassem à mesa da fraternidade.


Um sonho de que os homens não fossem julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caráter.


Ele morreu em 1968. Quem o substituiu?


Quem substituiu Madre Teresa de Calcutá, com seu amor, seu bom senso, sua capacidade de entender a necessitada alma humana?


Quem substituirá o colo de mãe ao filho pequeno?


Quem poderá substituir o abraço da amada que partiu, do filho, do esposo que realizou a grande viagem?


Tudo isso nos leva a pensar que cada pessoa tem um talento especial, uma forma de ser particular e, com isso, marca sua passagem por onde passa.


Outros virão e tomarão seu lugar, realizarão suas tarefas, dispensarão amor, farão discursos importantes, mas ninguém como ela mesma.


Um órfão encontrará amparo e ternura em amorosos braços, o esposo poderá tornar a se casar mas nunca será uma substituição.


A outra pessoa tem outros valores, outros talentos, outra forma de ser.


Pensemos, pois, que, de verdade, cada um de nós onde está, com quem está, é insubstituível.


O que cada um de nós realiza, a ternura que oferece, a amizade que dispensa, o carinho que exprime é único.


Isso porque somos Criação Divina inigualável.


Criados à imagem e semelhança do Criador, com nuances especiais, conquistadas ao longo das eras e que se expressam no sentir, no agir, no falar.


Pensemos nisso e, em nossa vida, valorizemos mais as qualidades dos amigos, familiares, colegas, conhecidos, tendo em mente que cada um deles é insubstituível.


E valorizemo-nos porque também somos insubstituíveis no coração das pessoas e no mundo.


Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2559&stat=0>


terça-feira, março 23, 2010



O verdadeiro sucesso


Momento Espírita



Vivendo em um mundo voltado para as aparências externas acostumamo-nos a valorizá-las e o fazemos, não raramente, sem refletirmos.


Para muitas pessoas o sucesso está diretamente ligado às realizações materiais e à admiração dos que estão à sua volta.


Se questionados, muitos ainda dirão que sucesso e fama são dependentes um do outro, esquecendo-se dos inúmeros exemplos em contrário.


Sem dúvida há quem julgue o sucesso através dos valores morais, mas esses ainda não são a maioria.


Certa vez, o Mestre Jesus, a caminho da Galiléia, passava pela região da Samaria.


Deteve-Se na localidade de Sicar, junto ao poço de Jacó, enquanto os Apóstolos providenciavam alimentos.


Ao ver uma mulher aproximar-se do poço com um cântaro, pede a ela que Lhe dê água. Após um primeiro momento de surpresa por ser inquirida por um homem em público, o que ia contra os costumes da época, puseram-se a conversar.


Ao fim de algum tempo, emocionada por reconhecer em Jesus um profeta, vai em busca de seus parentes e vizinhos para que O venham escutar.


As pessoas por ela chamadas formam uma pequena multidão, que O ouve por várias horas e ali permanece, mesmo após finda a pregação.


Felipe, um dos Apóstolos de Jesus, conversa com o Mestre e diz que, sem dúvida, Ele obtivera um grande êxito nesse dia. A essas palavras, o Mestre respondeu:


Não é isto propriamente o que me interessa. O sucesso mundano pode ser uma ondulação na superfície. O de que necessitamos, em todas as situações, é entender o que o Pai deseja de nós.


E continuou: Eu trabalho sem me prender ao anseio das vitórias imediatas.


Em seguida, propôs a Felipe que fizessem silêncio para escutar o que as pessoas, que pareciam admirá-Lo, falavam sobre Ele. A surpresa do Apóstolo foi imensa.
Felipe ouviu críticas, ironias e desconfiança com relação a Jesus. Em seguida, o Rabi lhe deu mais uma bela lição ao dizer:


Esta é uma imagem do mundo. Por toda a parte encontraremos samaritanos discutidores atentos aos êxitos e referências mundanas.


Observa a estrada para que não caias, porque o discípulo do Evangelho não se pode preocupar senão com a vontade de Deus, com o seu trabalho sob as vistas do Pai e com a aprovação de sua consciência.


* * *


Verifica-se, pois, que o verdadeiro sucesso nada tem a ver com realizações materiais, com aparências externas ou com a fama que costuma atrair, para quem a alcança, falsos elogios e críticas disfarçadas.


Vemos, comumente, pessoas de sucesso em suas carreiras viverem atormentadas, protagonizando tristes cenas nas quais a infelicidade de suas vidas se torna patente. Isso porque não procuraram ter êxito no que realmente tem valor.


O verdadeiro sucesso está em ter paz de espírito, em ter a consciência tranquila, em buscar a melhoria interior, busca esta que deve ser constante.


O verdadeiro sucesso está em amar verdadeiramente a vida, em amar nosso próximo, exatamente como nos ensinou, há tanto tempo, o Mestre Jesus.


Redação do Momento Espírita com base no cap. 17 do livro Boa nova, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.phpid=2419&stat=3&palavras=sucesso&tipo=t>



O sucesso


Momento Espírita



Os seres humanos, de modo geral, estão sempre muito preocupados em alcançar o sucesso.



O mundo convencionou que sucesso é o triunfo nos negócios, nas profissões, nas posições sociais, com destaque da personalidade, aplausos e honrarias.



Causam impacto as pessoas que desfilam no carro do poder. Despertam inveja a juventude elegante, a beleza física, os jogos do prazer imediato.



Produzem emoções fortes as conquistas dos lugares de relevo e projeção na política, na sociedade.



Inspiram mágoas aqueles que parecem triunfar na glória e êxito terrestres...



Esse sucesso, porém, é de efêmera duração.



Todos passam pelo rio do tempo e transformam-se.



Risos se convertem em lágrimas...



Primazias cedem lugar ao abandono...



Bajulações são substituídas pelo desprezo...



Beleza e juventude são alteradas pelos sinais da dor, do desgaste e do envelhecimento.



O indivíduo que luta pela projeção exterior, sofre solidão, vazio, frustrações e tédio. Aquele tido pela sociedade como uma pessoa de sucesso não é, necessariamente, uma pessoa feliz.



Todavia, muitos perseguem esse sucesso com sofreguidão e, para mantê-lo, desgastam-se emocionalmente, inspiram ódios, guerras surdas ou declaradas, acumulam desgostos.



Todavia, há um outro sucesso, efetivo e duradouro, que os cristãos têm esquecido: é a vitória sobre si mesmo e sobre as paixões primitivas.



Dessa conquista ninguém toma conhecimento. Mas a pessoa que a busca, sente-se vencedora, por dominar-se, alterando o temperamento, as emoções degradantes, e sente a paz como conseqüência.



O indivíduo que experimenta o sucesso interno torna-se gentil, afável, irradiando bondade, e conquista, em profundidade, aqueles que dele se acercam.



Quando, no entanto, é externo esse triunfo, a pessoa torna-se ruidosa, impondo preocupação para manter o status, chamar a atenção, atrair os refletores da fama.



O sucesso sobre si mesmo acentua a harmonia e aumenta a alegria do ser, que se candidata a contribuir em favor do grupo social mais equilibrado e feliz, levando o indivíduo a doar-se.



O sucesso de Júlio César, conquistador do mundo, entrando em Roma em carro dourado e sob aplausos da multidão, não o isentou do punhal de Brutus nas escadarias do Senado.



O sucesso de Nero, suas conquistas e vilezas, não o impediram da morte infamante a que se entregou desesperado.



O sucesso de Hitler, em batalhas cruéis nos campos da Europa e da África, não alterou a sua covardia moral, que o conduziu ao suicídio vergonhoso.



O sucesso, porém, de Gandhi, fê-lo enfrentar a morte proferindo o nome de Deus.



O sucesso de Pasteur auxiliou-o a aceitar a tuberculose com serenidade.



O sucesso dos mártires e dos santos, dos cientistas e pensadores, dos artistas e cidadãos que amaram, ofereceu-lhes resistência para suportarem as afrontas e crueldades com espírito de abnegação, de coragem e de fé.


* * *


Sem ficarmos alheios ao mundo, ou abandonarmos a luta do convívio social, busquemos o sucesso - a vida correta, os valores de manutenção do lar e da família, o brilho da inteligência, da arte e do amor - e descobriremos que, nessa boa luta, teremos tempo e motivo para o outro sucesso, o de natureza interior.



Pensemos nisso!


Redação de Momento Espírita, com base no cap. 15 do livroDesperte e seja feliz, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1439&stat=3&palavras=sucesso&tipo=t>


domingo, março 21, 2010


A palavra que estimula


Momento Espírita



A palavra é faculdade natural que Deus concedeu ao homem. Graças a ela, o homem se expressa no Mundo, vivendo em sociedade.


Quando bem utilizada, é veículo de bênçãos grandiosas. Em periódico norte-americano, colhemos a história de um episódio acontecido com um industrial.


Sherman Rogers recebeu o cargo de administrador de um acampamento de madeireiros no Idaho.


Logo conheceu Tony, empregado que sempre vivia de mau humor e, por isso, pensou em despedi-lo.


Tony tinha como função cobrir de areia um morro coberto de gelo, para evitar que troncos de árvores gigantescos escorregassem sobre os homens e os animais que trabalhavam nas encostas.


O proprietário da empresa abordou Sherman e lhe disse:


Haja o que houver, aconselho-o a não mexer com Tony.


Ele é irritadiço, birrento, impulsivo mas, em 40 anos desse trabalho, nunca vi melhor empregado. Nunca se perdeu um só homem ou cavalo por negligência dele.


Naquela manhã gélida, Sherman observou Tony de pé, junto a uma fogueira. Mas ele não estava se aquecendo. Estava aquecendo a areia que ia jogar na colina gelada coberta de neve.


O administrador se aproximou, cumprimentou o empregado e lhe falou: O patrão me disse que você é um excelente empregado.


A reação emocional de Tony foi comovedora. Seus olhos se encheram de lágrimas.


Apertou demoradamente a mão de Shermann. Depois, agarrou a pá e foi trabalhar com um vigor redobrado.


À noite, Tony foi o assunto de todas as conversas. Entre risadas, comentou-se que ele jogara tanta areia nas encostas do morro que daria para cobrir uma dúzia deles.


E, mais: ele rira e fizera brincadeiras o dia inteiro.


Somente o administrador sabia o porquê do comportamento do operário.


Doze anos depois, encontrou Tony trabalhando como Superintendente na construção de uma ferrovia, em um dos maiores acampamentos de madeireiros do oeste americano.


Aquele momento em que o senhor me disse aquelas palavras estimuladoras mudou toda a minha vida, confessou Tony a Sherman Rogers.


A palavra tem um poder que ainda estamos longe de aquilatar. Seu uso correto constrói impérios, destrói vidas.


Sim ou não são palavras monossilábicas, mas que definem rumos para quem as ouve.


Um sim pode concordar com a honra, a dignidade. Ou com a corrupção e a ganância desenfreada.


Um não pode significar preguiça, indolência e acomodação. Ou motivar alguém a buscar novos caminhos, ante aqueles que estão a se fechar.


Na educação da criança, sim e não têm pesos específicos.


O que significará, no futuro, termos no Mundo um homem de bem ou um corrupto.


A palavra estimula, aquece corações, incentiva.


Pense nisso! E, na próxima vez que encontrar alguém triste, chateado ou revoltado, lembre de utilizar a palavra adequada para o retirar desse estado.


Acrescente um sorriso ao vocábulo que emitir e transformará a tristeza em serenidade.


Adicione um aperto de mão, um abraço às palavras de estímulo e conquistará amigos.


Agradeça às pessoas que estão à sua volta por existirem.


Expresse em palavras a sua gratidão.


Faça-as saber como elas são importantes na sua vida, no Mundo.


Faça isso e mudará o rumo de muitas vidas.


Redação do Momento Espírita com base em fato colhido do artigo O uso da palavra, de José Ferraz, da Revista Presença Espírita nº 261, ed. Leal.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1636&let=P&stat=0>




Palavrão: hábito infeliz



Momento Espírita


Você gosta de ouvir palavrões?

É bem possível que existam pessoas que apreciem ouvir palavras chulas, de baixo calão. Todavia, aqueles que as proferem não levam em conta a grande maioria das que abominam esse hábito infeliz.


O bom senso estabelece que aquele que gosta de dizer palavrões deveria prestar atenção à sua volta para não violar a intimidade dos ouvintes, mas é mais lógico admitir que quem diz palavrões em público é desprovido de bom senso.



Os que discordam desse ponto de vista provavelmente dirão que são simples palavras, que não há mal nenhum nisso.



No entanto, as palavras são veículos que transmitem mensagens. E, por certo, os palavrões são a mensagem da irreverência. É a comunicação do feio, da agressividade, além de um grande desrespeito ao comportamento educado.



Infelizmente, nos dias atuais, o palavrão faz parte de grande parte dos meios de comunicação. Está nos programas de televisão de baixo nível, nos programas radiofônicos, nos jornais, revistas, músicas etc.



Confundindo-se o que é comum com o que é normal, o palavrão é levado à conta da normalidade.



Todavia, o uso generalizado jamais fará com que esse hábito pernicioso seja normal.



Podemos dizer que é comum, porque muitos fazem uso dele, mas não podemos admitir que seja normal.



Pessoas educadas e de bom senso não se permitem esse tipo de expressão.



Programas sérios e bem elaborados não necessitam desse expediente.



Canções bem inspiradas e de cunho elevado, dispensam as palavras chulas, que aliás, dão mostra de pouca criatividade.



O uso de palavrões geralmente é defendido sob a designação de “liberdade”... Mas liberdade de quem?



Se a linguagem do feio passar a fazer parte integrante da nossa sociedade a ponto de ser impossível escapar dela, então perguntaremos: quem é livre e quem não o é?



Se aquele que gosta de falar obscenidades é livre para dizê-las, aquele que não gosta de ouví-las deve, igualmente, ter a liberdade de não ter seus ouvidos convertidos em lixeiras.



O que mais se lamenta, nesse caso, é o fato de os próprios educadores, na condição de pais ou professores, fazerem uso de palavrões com naturalidade, como se fosse uma prática normal.



Conforme ensinou-nos Jesus, o Espírito mais sábio que a humanidade conheceu, “a boca fala do que está cheio o coração”.



Assim sendo, antes de proferir uma palavra, prestemos atenção na mensagem que estará veiculando, pois ela dará notícias da nossa intimidade.



Pense nisso!



As palavras são apenas o veículo das nossas idéias.



Portanto, só o fato de nos permitirmos pensamentos indignos já será um mal para nós mesmos.



Não foi outro o motivo pelo qual Jesus advertiu sobre o adultério por pensamento. E não foi à toa que um sábio assegurou que nós somos o que pensamos, falando ou não.



Equipe de Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=465&let=P&stat=0>


sexta-feira, março 19, 2010


Não desistir jamais!


Momento Espírita


Você já pensou em abandonar algum compromisso, alguma atividade antes de acabá-la, só porque estava difícil demais?


Já se viu desistindo de resolver um grande problema, porque ele se mostrou maior do que você estava disposto a solucionar?


Talvez muitos de nós já tenhamos passado por alguma dessas situações. O de desistir de algo, de algum intento, de algo previamente planejado.


Algumas vezes o motivo é o cansaço, outros o desestímulo, ainda pode ser a falta de perspectiva... Seja qual for a causa, o resultado é sempre o mesmo: tarefa inacabada, tarefa adiada.


Nosso livre-arbítrio nos permite tal ação, mas a resposta da vida será sempre a mesma: em algum momento, nos encontraremos novamente com o compromisso, a fim de concluí-lo.


Quanto mais importante for o compromisso adiado, mais tormentos e dificuldades, e mais energia vai-nos exigir para a sua continuidade.


Será sempre mais trabalhoso retomar o compromisso mais tarde pois, ao abandoná-lo, ele não se extingue, apenas continua lá, do mesmo tamanho e tão desafiador como sempre.


Desses compromissos que, algumas vezes pensamos em adiar, abandonar, fugir, sem dúvida, o maior deles é a própria vida.


Você já se deu conta de que viver é um grande compromisso de nós para conosco mesmo e para com Deus?


Ninguém vive por acaso, por obra do acaso e de maneira aleatória.


A vida de cada um de nós é experiência de extrema importância em nossa história de Espíritos imortais.


A cada vida, um planejamento, uma programação, sob a tutela e os cuidados da Providência Divina, para que tudo ocorra da melhor maneira possível.


Dessa forma, é natural que, para nossa vida, também estejam programados embates, desafios, alguns dissabores... São os resultados do ontem refletindo no hoje.


Mas todas as experiências que a vida nos oportuniza são para aprendizado, nada ao acaso, nada tempo perdido.


Por isso, evadir-se da vida pelo caminho infeliz do suicídio é opção insensata dos que imaginamos que todos os nossos problemas se solucionarão ao darmos as costas para eles.


Os problemas não só continuarão, como estarão aguardando nossas ações para sua solução, em momento oportuno.


É ilusão imaginar que a morte irá trazer a solução dos problemas. Pelos caminhos tristes do suicídio, ela nos trará apenas a decepção para quem se iludiu, imaginando que a vida acaba com a morte do corpo, esquecendo-se que a alma permanece.


Os nossos problemas são os mais adequados para a nossa estrutura emocional e para nossas capacidades.


Ninguém no mundo está abandonado. Deus, como Pai amantíssimo, cuida de cada um de nós, com um desvelo que poucas vezes nos damos conta.


* * *


Se algum dia tal ideia infeliz lhe passou pela cabeça, liberte-se dessa infame ilusão, pois que, por esses caminhos, a morte nada lhe trará a não ser a certeza de que tudo o que você quer abandonar hoje, terá que ser retomado mais tarde, sob a injunção de maiores dificuldades e dores.


Sem dúvida, o dia de hoje, o momento atual, é o mais adequado, favorável e feliz para a solução dos seus problemas.


Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2558&stat=0>




A paz em você


Momento Espírita


A palavra paz costuma estar nos discursos de todas as pessoas.


Seja o político influente, o religioso, a mãe de família, o patrão ou o empregado, todos afirmam desejar a paz.


Contudo, é comum a percepção de que a paz é algo que se produz no exterior e por obra de outros.


Deseja-se a paz à custa de atos alheios.


Se ela não se faz presente, entende-se que a culpa é de terceiros.


Culpa-se o governo pelos estrépitos das ruas.


Culpam-se os políticos pela cultura de desonestidade que prejudica a tranquilidade.


Sempre são os outros os responsáveis.


Entretanto, toda realização legítima e duradoura começa no indivíduo.


As ideias surgem nas mentes de alguns, alastram-se, convertem-se em atos e gradualmente tomam corpo no meio social.


Toda conquista positiva perfaz esse caminho para se converter de ideia de poucos em realidade de muitos.


Com a paz não pode ser diferente.


Mas, em relação a ela, ainda há uma peculiaridade.


A genuína pacificação se opera no íntimo do ser.


O exterior tumultuado pode constituir um desafio à preservação da harmonia interior.


Ocorre que o silêncio do mundo não induz à paz interna.


Em geral, quem tem a consciência pesada busca se agitar bastante, a fim de não se deter na própria realidade.


Como algo interno, a paz legítima é uma construção pessoal e intransferível.


Ninguém se pacifica à custa do semelhante.


Um ser iluminado pode dar exemplos, conselhos e lições.


Contudo, pacificar-se é um processo de dignificação, que só o próprio interessado pode realizar.


Ele pressupõe a compreensão de que atos indignos sempre têm tristes consequências.


Ninguém adquire plenitude interior sem agir com dignidade e sem dominar seus pensamentos e sentimentos.


A entrega ao crepitar das paixões apenas complica a existência.


Os gozos mundanos são momentâneos, ao passo que a lembrança do que se fez dura bastante.


Não há como viver em paz e desfrutar de vantagens indevidas, prejudicar os semelhantes e fazer o que a consciência reprova.


O requisito básico da paz é a tranquilidade de consciência.


Para isso, é preciso tornar-se senhor da própria vontade.


Hábitos de longa data não somem em um repente.


Enquanto eles são dominados, a vontade precisa ser firme.


Para não viver torturado por desejos ilícitos, também se impõe deter o olhar no que de belo há no mundo.


Sem angústia, mas com a firme intenção de corrigir-se aos poucos, direcionar a própria atenção e o próprio querer para atividades dignas.


Devagar, surge o prazer de ser trabalhador, digno e bondoso.


Como resultado, faz-se a paz no íntimo do ser.


Pense nisso.


Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2557&stat=0>



Normose


Momento Espírita


A palavra normose foi criada na França pelo escritor e conferencista Jean-Ives Leloup para designar, em síntese, essa forma de comportamento visto como normal mas que, na realidade, não é normal.


Transportando esse conceito para observação da sociedade atual verificamos que as pessoas se pautam por padrões estabelecidos por alguém ou um grupo, em algum momento.


Por exemplo, segundo padrões da moda atual, ser normal é ser magro e bonito.


Para isso, vale dieta e, a cada dia surge uma diferente, ditada por essa ou aquela celebridade que afirma ter conseguido o peso ideal em um tempo mínimo.


Para alcançar as medidas ideais da dita normalidade vale a frequência a academias, com rigorosos exercícios físicos, massagens e tudo o mais que possa permitir atingir o idealizado.


E depois vêm as cirurgias para modificar tudo que seja possível alterar.


Não escapam os dentes, que devem ser perfeitos e brancos e, para isso, submetem-se as pessoas a aplicações de laser, porcelana e o que mais seja necessário.


Não importa se algo faz mal à saúde. O importante é ser normal que inclui, ao demais, estar sempre na moda, vestir a roupa do momento, custe o que custar.


Gastam-se verdadeiras fortunas com cabeleireiros, maquiagem, produtos de beleza.


Porque não se pode perder festa alguma. Nem evento importante. Isso logo nos desqualificaria como um ser normal.


Naturalmente, é louvável o cuidado com o corpo, a atenção ao parecer bem, à elegância. Faz parte da evolução da criatura cultivar o belo, o bom.


Mas daí aos exageros, aos excessos vai uma distância que prima pela insensatez.


Gasta-se o que não se tem, finge-se o que não se é. Tudo para parecer normal... Como os demais.


Que padrão de normalidade, afinal, estamos elegendo? Algo totalmente físico, exterior, passageiro em detrimento de valores reais?


Será isso que desejamos para os nossos filhos, a Humanidade do amanhã?


Desejaremos uma Humanidade de pessoas esquálidas, bulímicas, estressadas e vazias de conteúdo?


Cabe-nos pensar um pouco, antes que nossos filhos, por não atenderem aos padrões ditados por alguns se lancem no fundo poço da depressão, perdendo as oportunidades de progresso nesta vida.


Estamos na Terra para angariar sabedoria, ilustrar a mente, dulcificar o coração, ascender à perfeição.


A mente se ilustra com estudo, reflexão, esforço. O coração se dulcifica no exercício do bem ao próximo, entendendo que as diferenças existem para permitir realce à verdadeira beleza.


Invistamos nisso. E, em vez de nos esgotarmos em horas e mais horas de trabalho para conseguir mais dinheiro para atender a necessidades tolas, reservemos tempo para conviver com a família, com os amigos.


Reservemos tempo para leituras, alimentando as ideias; para a reflexão, a fim de nos enriquecermos interiormente.


Tempo para olhar o nascer do sol e seu desaparecer no poente, para ouvir a sinfonia da chuva em dias quentes, o agradecimento da terra pela água que sorve, com sofreguidão.


Tempo para amar, para viver, para ser um humano de valor, para ser feliz.


Pensemos nisso.


Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2556&stat=0>




Transitoriedade


Momento Espírita


Em face das preocupações que te ocupam a tela mental, levando-te a inquietações desnecessárias, seria válido que fizesses uma avaliação em torno de teu comportamento.


Convidamos a uma rápida análise de fatos ocorridos em tua existência.


Retorna, psiquicamente, há apenas cinco anos, no teu passado recente e procura recordar as aflições que então te maceravam a alma.


Enfermidades que te minavam o organismo, ameaçando-te a existência física; problemas de sentimento emocional que te entristeciam; solidão amarga em que te refugiavas; incertezas no trabalho que te oferecia recursos para uma vida honrada; expectativa em torno de metas que pareciam tardar; abandono de amigos que se apresentavam como irmãos...


Mudemos a tônica das lembranças.


Talvez estivesses cercado pela ternura de afetos que te afirmavam ser de natureza eterna; possuías saúde e equilíbrio orgânico invejáveis; quem sabe tivesses motivações emocionais para avançar; independência econômica, segurança no trabalho, bem-estar social e harmonia doméstica.


Cinco anos. Em apenas cinco anos, observa quantas mudanças ocorreram no trânsito das tuas horas.


As enfermidades ameaçadoras partiram, os males desapareceram, o trabalho se te afirmou ideal, novos amigos vieram ter contigo...


Surgiram metas promissoras e não poderias supor, naquela ocasião que, em determinado momento futuro, te encontrarias fortalecido e alegre, considerando os problemas então vigentes.


Cinco anos...


Provavelmente, o afeto que acariciavas saiu do teu lado, deixando-te em aflição; a saúde bateu em retirada, os sentimentos ficaram em transtorno...


O ganha-pão tornou-se-te lugar de sofrimento; os recursos de que dispunhas mudaram de mãos; a convivência social modificou-se em relação às pessoas...


E ainda, o lar, que parecia tão bem estruturado, encontra-se em frangalhos...


Essas ocorrências tiveram lugar em somente sessenta meses!

* * *

A existência humana é transitória e cheia de surpresas.


O que parece duradouro, torna-se de rápida permanência.


A segurança diminui ou a intranquilidade asserena-se.


Tudo está em constante modificação.


O importante é saber como conduzir-se nas múltiplas etapas em que a vida se manifesta.


Ninguém se encontra, na Terra, em regime de exceção, portanto, sem ocorrências inesperadas, tanto boas quanto más, alegres quanto aflitivas.


Sendo um planeta de provações e de expiações, a transitoriedade é a sua marca.
O que é muito bom, porque, da mesma forma que as questões gentis e felizes alteram-se, também aquelas de natureza destrutiva, angustiante, cedem lugar a outras mais amenas e confortadoras.


Não fosse assim, e ninguém suportaria a presença do sofrimento sem consolo, nem esperança.


Desse modo, nunca te permitas perturbar por acontecimentos que fazem parte do teu currículo evolutivo, já que tudo ocorre de acordo com a programação básica mais útil à tua libertação espiritual.


Nos momentos bons, carreguemos as forças, o ânimo. Nos momentos pesarosos, aprendamos, reflitamos e, em todos eles, continuemos crescendo para Deus.


Redação do Momento Espírita com base no cap. 28, do livro O amor como solução, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.



terça-feira, março 16, 2010



O PODER DA DOÇURA



O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras. Foi seguindo-o por muito tempo.

Aos poucos, ele foi tomando volume e setornando um rio maior.

O viajante continuou a seguí-lo.

Bem mais adiante, o que era um pequeno rio, se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.

A música das águas atraiu mais o viajante, que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras.

Descobriu, finalmente, uma gruta.

A natureza criara, com paciência, caprichosas formas na gruta.

Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.

De repente, descobriu uma placa.

Alguém estivera ali antes dele.

Com a lanterna, iluminou os versos, que nela estavam escritos.

Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913:

"Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com suadoçura, sua dança e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."

Assim também acontece na vida.

Existem pessoas que explodem por coisa nenhuma e que desejam tudo arrumar aos gritos e pancadas.

E existem as pessoas suaves, que sabem dosar a energia e tudo conseguem.

São as criaturas que não falam muito, mas agem bastante.

Enquanto muitos ainda se encontram à mesa das discussões para a tomada de decisões, elas já se encontram a postos, agindo...

Fonte: Livro "Rosângela", ed. Fráter, cap. 22



Julgamentos precipitados


Momento Espírita


Quantas vezes já aconteceu?


Um servidor dedicado, após anos de trabalho irrepreensível, comete um deslize. Logo, todos os tantos anos de dedicação são esquecidos.


Sobre ele recaem acusações, desconfianças.


Um amigo de infância, adolescência, juventude, alguém com o qual rimos, choramos, confiamos, comete uma pequena falha.


Diz-nos um não. É o suficiente.


Anos de convivência são sepultados de um só golpe.


Um voluntário, que serve dedicada e perseverantemente meses, anos, sempre sorridente, feliz, um dia, por algo que lhe ocorre e o perturba, se exaspera, fala mais alto.


Logo, tudo que fez até então é esquecido e somente aquele gesto de um momento de irreflexão é apontado, falado, julgado.


São retratos da vida. Ocorrem em muitos lugares.


E nos fazem recordar de uma história muito interessante.


A de um pai que desejava ensinar aos seus quatro filhos a respeito de julgamentos.


Assim, a cada um enviou em uma estação diferente do ano a uma terra distante para observar uma determinada árvore.


O primeiro filho chegou no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o quarto no outono.


O primeiro informou que a árvore era feia, além de seca e toda distorcida.


O segundo disse que, ao contrário, a árvore estava carregada de botões, cheia de promessas.


O outro filho contestou aos dois irmãos e afirmou que viu a árvore coberta de flores. Que elas tinham um cheiro tão doce e eram tão bonitas, que ele arriscaria dizer que eram a coisa mais graciosa que ele jamais havia visto.


Finalmente, o quarto filho falou que a árvore estava tão cheia de frutas, tão carregada de vida, que chegava estar arqueada.


O pai, ponderado, explicou que todos estavam certos, no entanto, cada um deles julgara a árvore exatamente pela época do ano em que a haviam visto.


Na vida, continuou, também é assim. Quase sempre somos precipitados nos julgamentos.


Para julgar com acerto, compete-nos observar com atenção, colher informações detalhadas.


* * *


Dessa forma, não julguemos situações e pessoas por um momento apenas.


Consideremos que todos passamos pelos dias desolados do inverno. Dias de tristeza, de solidão, de problemas superlativos.


Nessa estação da vida, parecemos árvores de galhos retorcidos.


Contudo, quando a esperança faz morada na intimidade, carregamo-nos de promessas, de botões prontos a explodirem em flores.


Então, acenamos com cores vibrantes, flores perfumadas, graciosas que, logo mais, se transformarão em produção abundante de frutos.


Pensemos nisso e não façamos julgamentos precipitados de situações, de pessoas, de companheiros, de amigos.


Verifiquemos, antes, em que estação do ano estagia a alma de quem vamos julgar.


E, se descobrirmos que o inverno envolve aquela criatura, estendamos a contribuição do sol da nossa amizade, o adubo do nosso auxílio, a proteção do nosso carinho.


Pensemos nisso.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2552&stat=0>