Alegria de Viver
Joanna de Ângelis
Considerasse a criatura humana
todas as bênçãos de que desfruta no corpo, as concessões que lhe são colocadas
à disposição, e somente teria razões
para agradecer, jamais para reclamar.
Evitasse a busca desordenada dos
excessos e aceitasse com júbilo os recursos que lhe são necessários para uma
existência digna, e tudo se lhe tornaria mais fácil.
Tentasse compreender melhor os
desígnios divinos a respeito da reencarnação e da sua utilidade no processo
evolutivo, e logo se lhe aclarariam as interrogações demasiadas, tornando-lhe a
caminhada humana mais agradável e enriquecedora.
Fizesse uma comparação com
aqueles que são destituídos de muitos bens e vivem com alegria, daquele outros
que experimentam rudes provações e, não obstante, sentem-se dignificados na experiência
iluminativa, de tantos outros que despertaram para a claridade da fé
libertadora e avançam com satisfação, e certamente bendiriam o pouco que pensam
ter ou os prazeres que supõe não
experimentar, renovando-se e trabalhando pelo próprio como pelo futuro da
humanidade.
Por sua vez, se esses limitados e
sofredores se interessassem por descobrir as razões que os tornaria deficientes
ou menos afortunados, e de imediatamente passariam a valorizar esses mesmos
aparentes impedimentos, enflorescendo as suas horas com paz e gratidão.
Um corpo, mesmo assinalado por
amputações ou deficiências, sob injunções afligentes, e no entanto, permitindo
lucidez mental e discernimento, representa oportunidade incomum para a evolução,
pelo que faculta de recuperação para o Espírito calceta e imprudente.
Da mesma forma, uma organização
somática assinalada por debilidade mental ou transtorno de comportamento, por
alienação de qualquer natureza, que impedem
o raciocínio e o equilíbrio emocional, igualmente significa valiosa dádiva de
Deus para apressar os resgates indispensáveis, face os gravames perpetrados em
experiências transatas.
Seja, portanto, de qual maneira
se apresente a oportunidade humana, sob
chuvas de granito em forma de sofrimento ou de concessões fartas em saúde,
beleza, inteligência, tem o Espírito o dever de viver sempre contente e em
constante alegria, agradecendo a Deus por haver renascido na carne.
Quando se aprende resignação ante o infortúnio, este torna-se mais ameno e o que representa dissabor e
angústia converte-se em esperança de
melhores horas e mais afortunados momentos que certamente chegarão.
O ser humano é um laboratório
espiritual, no qual se desenvolvem os valores em germe e se agigantam os atuais
pródromos de felicidade.
Com alegria, o Espírito cresce na
direção de Deus, enriquecendo-se de paz.
Nunca maldigas quaisquer ocorrências
que te surpreendem com sofrimento e provação. Elas têm procedência
significativa na economia espiritual do teu crescimento interior.
Naturalmente, a existência menos
penosa parece ensejar melhores
oportunidades de auto realização e de júbilos.
No entanto,nem sempre assim
acontece, porquanto aqueles que hoje se
encontram em posição de amargos desafios, estiveram bem anteriormente e
malbarataram a concessão feliz que desfrutavam.
Todos anelam pelas facilidades do
caminho humano; harmonia física e beleza, inteligência e destaque social, poder
e fortuna, saúde e paz, no entanto, aqueles que hoje estão favorecidos pelos tesouros
referidos, bem poucas vezes têm sabido aproveitar a magna oferta para
prosseguir em clima de tranqüilidade.
A rebeldia quase sempre os
assinala, porque desacostumados aos sacrifícios e provações, quando lhes surge
algum impedimento ou encontram
dificuldade exasperam-se e deixam-se consumir pela revolta, tombando na
insensatez da blasfêmia.
Supõem tudo merecer sem maior esforço como se fossem
anjos privilegiados em momentâneo estágio na Terra, cercados de arcanjos
dispostos a servi-los.
A árvore adquire resistência no
lenho após os contínuos açoites dos vendavais.
Os rios atingem os mares vencendo
os obstáculos que encontram no leito.
O dia rompe a noite suavemente e
com perseverança.
O Espírito cresce e se desenvolve
nos combates que o libertam do primarismo e o impulsionam para as cumeadas do
destino que o aguarda.
Agradece, portanto, sempre, a
oferenda existencial, passando as horas de que disponhas com alegria.
No trabalho, sê alegre e gentil;
no lar, sê cortês e jovial; nos relacionamentos
sociais, sê bondoso e fraterno; no sofrimento, sê resignado e agradecido. Em
toda a situação que a vida te convide para
os enfrentamentos da evolução, permanece com alegria.
Nada mais belo do que um coração
jubiloso irradiando o sol da alegria espiritual.
Estás no mundo para tornar-te
melhor e fazeres que o mundo seja menos
triste e mais rico de esperança.
Por menor que seja, faze da tua
contribuição um hino de alegria e de respeito pela vida.
Jamais desprezes os acontecimentos que te
convidam à mudança de comportamento para
melhor.
Ninguém atinge as cumeadas de um
monte sem conhecer as baixadas que o sustentam.
Realize a tua ascensão, tornando-te
exemplo de alegria pelos incomparáveis dons de amar e de servir, construindo a
sociedade a que aspiras, sem esperar que outro faça aquilo que te diz respeito.
Todo o Evangelho de Jesus é um
canto de alegria.
Na montanha, Ele entoou a
sinfonia mais harmônica de que se tem notícia, no que diz respeito aos
legítimos valores humanos e sociais, morais e espirituais.
No lago de Genesaré, Ele sempre
apresentou o poema sem fim da bondade, nas incomuns mensagens de amor e de paz,
bem como nos atos de conforto e renovação dos enfermos e deserdados do mundo...
Em todo lugar, Jesus sempre esteve
como exemplo de alegria, e mesmo quando
crucificado e aparentemente vencido, tomado de compaixão suplicou:
-
“Perdoa-os, meu Pai, pois que não sabem o
que fazem”, por perceber que os Seus algozes optaram pela amargura,
quando poderiam haver alcançado a alegria plena que vem do reino de Deus.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis . Nascente de
Bênçãos CAP. 18. Pensamentos extraídos da mensagem Alegria de Viver, escrita em Viena, Áustria, no dia 1º de junho
de 2001.