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sexta-feira, março 17, 2017
quinta-feira, março 16, 2017
D. Pedro II - Humberto de Campos
D. Pedro II
Humberto de Campos
Enquanto os vivos se reuniam em
torno do monumento que o Brasil erigiu ao Patriarca da Independência, no Rio de
Janeiro, os grandes "mortos" da Pátria igualmente se colocavam entre
os encarnados, aliando-se ao povo carioca nas suas comovedoras lembranças.
Também acorri ao local da festa
votiva dos Brasileiros, acompanhado do meu amigo José Porfírio de Miranda,
antigo milionário do Pará, que a borracha elevara às culminâncias da fortuna,
conduzindo-o em seguida, aos declives da miséria, nos seus caprichosos
movimentos.
Os vivos e mortos do Brasil se
reuniam na mesma vibração afetiva das recordações suaves, enviando ao nobre
organizador da vida política da nacionalidade um pensamento de amizade e de
veneração.
Antigo companheiro nosso, também
no plano invisível, em plena via pública acercou-se de mim, exclamando:
- Chegas um pouco tarde.
José
Bonifácio já não está presente; mas, poderás ainda conseguir uma proveitosa
entrevista para os teus leitores.
Sabes quem saiu daqui neste momento?
- Quem?
Pergunto eu, na minha
fome de notícias.
- O Imperador.
- D. Pedro II?
- Ele mesmo.
Após lembrar a
grande figura do Patriarca, dirigiu-se com alguns amigos para Petrópolis, a
reavivar velhas lembranças...
Em meu íntimo, havia um alvoroço
de emoções.
Lembrei-me de que, em toda a minha existência de jornalista no
mundo, só enxergara um monarca dentro dos meus olhos: o rei Alberto I, dos
Belgas, quando, no Clube dos Diários, a elite dos intelectuais do país lhe
oferecera a homenagem de uma comovida admiração.
E ponderei se haveria mérito em
consultar o pensamento de um rei, no outro mundo, onde todas as majestades desaparecem.
Recordei a figura do grande imperador que Victor Hugo considerava o monarca
republicano.
Com os olhos da imaginação, vi-o,
de novo, na intimidade dos Paços de São Cristóvão: o perfil heráldico, onde um
sorriso de bondade espalhava o perfume da tolerância; as barbas compridas e
brancas, como as dos santos das oleografias católicas; o olhar cheio de
generosidade e de brandura, irradiando as mais doces promessas.
Um vivo, em havendo de ir a
Petrópolis, é obrigado ao trajeto penoso dos ônibus, embora as perspectivas
maravilhosas do mais belo trecho de todas as estradas do Brasil; os desencarnados,
porém, não necessitam de semelhantes sacrifícios.
Num abrir e fechar de olhos,
eu e o meu amigo nos encontrávamos na encantadora cidade das hortências onde os
milionários do Rio de Janeiro podem descansar nas mais variadas épocas do ano.
Não fomos encontrar o Imperador
nos antigos edifícios em que estabelecera a residência patriarcal de sua
família; mas, justamente num recanto de jardim, contemplando as deliciosas
paisagens da Serra da Estrela e apreciando o sabor das recordações amigas e doces.
Acerquei-me da sua
individualidade, com um misto de curiosidade e de profundo respeito, procurando
improficuamente identificar os dois companheiros que o rodeavam.
- Majestade!
- Tentei chamar-lhe
a atenção com a minha palavra humilde e obscura.
- Aproximem-se meus amigos!
- respondeu-me com benevolência e carinho -
Aqui
não existe nenhuma expressão de majestade.
Cá estão, fraternalmente comigo, o
Afonso(Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto. Foi presidente do último gabinete ministerial que teve a monarquia) e o Luiz(Luiz Felipe Gastão de Orleans, Conde d'Eu. Foi genro de D. Pedro II, por ter casado com a princesa Isabel. ) , como três irmãos, sentindo eu muito prazer na companhia de
ambos. Se o mundo nos irmana sobre a Terra, a morte nos confraterniza no espaço
infinito, sob as vistas magnânimas do Senhor.
E, fazendo uma pausa, como quem
reconhece que há tempo de falar e tempo de ouvir, conforme nos aconselha a
sabedoria da Bíblia, exclama o Imperador com bondade:
- A que devo o obséquio da sua
interpelação?
- Majestade!
- Respondi, confundido
com a sua delicadeza - desejara colher a sua opinião com respeito ao Brasil e
aos Brasileiros.
Estamos no limiar do cinquentenário de República e seria
interessante ouvir o vosso conselho paternal para os vivos de boa vontade.
Que
pensais destes quarenta e tantos anos de novo regime?
- Minha palavra - Retrucou D.
Pedro - não pode ter a importância que a sua generosidade lhe atribui.
Que
poderia dizer do Brasil, senão que continuo a amá-lo com a mesma dedicação de
todos os dias?
Do plano invisível, para o mundo, prosseguimos no mesmo labor de
construção da nacionalidade.
As convenções políticas dos homens não atingem os
espíritos desencarnados.
O exílio termina sempre na sepultura, porque a única
realidade é o amor, e o amor, eliminando todas as fronteiras, nos ligou para
sempre ao torrão brasileiro.
Não tenho o direito de criticar a República mesmo
porque todos os fenômenos políticos e sociais do nosso país tiveram os seus
pródomos no mundo espiritual, considerando-se a missão do Brasil dentro do
Evangelho.
Apenas quero dizer que não só os republicanos, mas também nós os da
monarquia, estávamos redondamente enganados.
O erro da nossa visão, quando na
Terra, foi supor no Brasil o mesmo espírito anglo-saxão que a Inglaterra legara
aos Norte-americanos.
Eu também fui apaixonado pelo liberalismo, mas a verdade
é que, em nossa terra, prevaleciam outros fatores mesológicos e, até agora, não
temos sabido conciliar os interesses da nação com esses imperativos.
A ausência de tradição nos
elementos de nossa origem como povo estabeleceu uma descentralização de
interesses, prejudicial ao bem coletivo do país.
Para a formação nacional, não
vieram da metrópole os espíritos mais cultos. Pesando, de um lado, os
africanos, revoltados com o cativeiro, e, de outro, os índios, revoltados com a
invasão do estrangeiro na terra que era propriedade deles, a balança da
evolução geral ficou seriamente comprometida. Sentimentos excessivos de
liberdade não nos permitiram um refinamento de educação política.
Todos querem
mandar e ninguém se sente na obrigação de obedecer.
Quando no Império, possuíamos
a autoridade centralizadora da Coroa, prevalecendo sobre as ambições dos grupos
partidários que povoavam os nossos oito milhões de quilômetros quadrados; mas,
quando os republicanos sentiram de perto o peso das responsabilidades que
tomaram à sua conta, os espíritos mais educados reconheceram o desacerto das nossas
concepções administrativas.
Enquanto as nações da Europa e os Estados Unidos
podiam empregar livremente em nosso país os seus capitais, a título de
empréstimos vultosos que desbaratavam compulsoriamente a nossa economia, o
Brasil podia descansar na monocultura, fazer a política dos partidos e adiar a
solução dos seus problemas para o dia seguinte, dentro de um regime para o qual
não se achava preparado em 1889.
Mas, quando se manifestou a crise mundial de
1929, todas as instituições políticas sofreram as mais amplas renovações,
dentro dos movimentos revolucionários de 1930.
Os capitais estrangeiros não
puderam mais canalizar suas disponibilidades para a nossa terra, controlados
pelos governos autárquicos dos tempos que correm, e o Brasil, acordou para a
sua própria realidade.
Aliás, nós, os desencarnados, há muito tempo procuramos
auxiliar os vivos na sua tarefa.
- Quer dizer que também tendes
inspirado os labores dos estadistas brasileiros?
- Sim, de modo indireto, pois não
podemos interferir na liberdade deles.
Há alguns anos, procurei auxiliar
Alberto Torres nas suas elucubrações de ordem social e política.
Em geral, nós
os desencarnados, buscamos influenciar, de preferência, os organismos mais
sensíveis à nossa ação e Torres era o instrumento de nossas verdades para a
administração.
A realidade, porém, é que ele falou como Jeremias.
Somente a
gravidade da situação conseguiu despertar o espírito nacional para novas
realizações.
- Majestade, as vossas palavras
me dão a entender que aprovais o novo estado de coisas do Brasil.
Aplaudistes,
então, a queda da denominada república velha, sob as vibrações revolucionárias
de 1930?
- Com as minhas palavras - disse
ele bondosamente - não desejo exaltar a vaidade de quem quer que seja, nem
deprimir o esforço de ninguém.
Não posso aplaudir nenhum movimento de
destruição, pois entendo que, sobre a revolução, deve pairar o sentimento nobre
da evolução geral de todos, dentro da maior concórdia espiritual.
Considere
que, examinando a minha consciência, não me lembro de haver fortalecido nenhum
sentimento de rebeldia nos meus tempos de governo; entretanto, muito sofri,
verificando que eu poderia ter suavizado a luta entre os nossos estadistas e os
políticos da América espanhola.
Outra forma de ação poderíamos ter empregado no
caso de Rosas e de Oribe e mesmo em face do próprio Solano Lopes3, cuja inconsciência
nos negócios do povo ficou evidentemente patenteada. E note-se que o problema
se constituía de graves questões internacionais.
O nosso mal foi sempre o
desconhecimento da realidade brasileira.
Os nossos períodos históricos têm
sofrido largamente os reflexos da vida e da cultura europeias.
Nos tempos do
Império, procurei saturar-me dos princípios democráticos da política francesa,
tentando aplicá-los, amplamente, ao nosso meio, longe das nossas realidades
práticas.
Os republicanos, como Benjamin Constante, Deodoro, etc., deram-se a
estudar a "República Americana", de Bryce, distantes dos nossos
problemas essenciais.
Quando regressei das lutas terrestres, procurei imediatamente
colaborar na consolidação do novo regime, afim de que a 3 Alusão às lutas e
guerra em que se envolveu o Brasil com as Repúblicas do Uruguai, Argentina e do
Paraguai.
Divisão e os desvarios de muitos dos seus adeptos não terminassem
no puro e simples desmembramento do país.
Graças a Deus, conseguimos conduzir
Prudente de Morais ao poder constitucional, para acabarmos reconhecendo agora
as nossas realidades mais fortes.
Devo, todavia, fazer-lhe sentir que não me
reconheço com o direito de opinar sobre os trabalhos dos homens públicos do
país.
Cabe-me, sim, rogar a Deus que os inspire, no cumprimento de seus
austeros deveres, diante da pátria e do mundo.
O grande caminho da atualidade é
a organização da nossa Economia em matéria de política, e o desenvolvimento da
Educação, no que concerne ao avanço sociológico dos tempos que passam.
Os
demais elementos de nossas expressões evolutivas dependem de outros fatores de
ordem espiritual, longe de todas as expressões transitórias da política dos
homens.
A essa altura notei que a minha
curiosidade jornalística começava a magoar a venerável entidade e mudei
repentinamente de assunto.
- Majestade, que dizeis da grande
figura hoje lembrada?
- O vulto de José Bonifácio foi
sempre objeto de meu respeito e de minha amizade.
E olhe que foi ele o mais
sensato organizador da nacionalidade brasileira, cujo progresso acompanha,
carinhosamente, com a sua lealdade sincera.
Hoje, que se comemora o centenário
da sua desencarnação, devemos relembrar o seu regresso de novo ao Brasil, em
meados do século passado, tendo sido uma das mais elevadas expressões de
cultura, na Constituinte de 1891.
Dispunha-me a obter novos
esclarecimentos; mas, o Imperador, acompanhado de amigos, retirava-se quase que
abruptamente da nossa companhia, correspondendo fraternalmente a outros apelos
sentimentais.
Palavras amigas de adeus e votos
de ventura no plano imortal e eu e o meu amigo José Porfírio lá ficávamos com a
suave impressão da sua palavra sábia e benevolente.
Daí a momentos, o meu companheiro
quebrava o silêncio de minha meditação:
- Humberto, os monarquistas
tinham razão!...
Este velho é um poço de verdade e de experiência da vida!
Você
deve registrar esta entrevista, oferecendo aos vivos estas palavras quentes de
conhecimento e de sabedoria!...
E aqui estou escrevendo para os
meus ex-companheiros pelo estômago e pelo sofrimento.
Acreditarão no humilde cronista
desencarnado?
Não guardo dúvidas nesse sentido.
Penso que obteria mais amplos resultados, se fosse ao Cemitério do Caju e gritasse
a palavra do Imperador, para dentro de cada túmulo.
quarta-feira, março 15, 2017
terça-feira, março 14, 2017
segunda-feira, março 13, 2017
domingo, março 12, 2017
Os Que Te Invejam - Irmão José
Os Que Te Invejam
Irmão José
Muitos daqueles que te invejam, não sabem que te invejam o
peso da cruz;
As tuas grandes lutas que desconhecem;
As acerbas provações que desconhecem;
As fragilidades que, tantas vezes, te fazem sucumbir;
As lágrimas que vertes as escondidas;
Os conflitos íntimos que disfarças com melancólico sorriso;
Os dramas de consciência que não podes compartilhar com
ninguém;
Os andrajos que te cobrem o espírito necessitado de paz;
Os tormentos cotidianos que te abeiram do desequilíbrio;
Os assédios aos quais resistes, mercê do amparo da Divina
Misericórdia;
A solidão em que vives, embora sempre rodeado de tanta
gente...
Os que te invejam não sabem!...
BACELLI, Carlos A. pelo Espírito Irmão José. Do livro Dias
Melhores.
" Procuremos renascer a cada dia numa mesma
reencarnação, sempre com chances de errarmos menos...
Vivamos com alegria e otimismo, pois o Divino Amigo, sempre
estará velando por nós, se nos mantivermos sintonizados com as regiões do bem e
do amor.
Apesar de ainda estagiarmos num mundo de expiações e provas,
a cada dia temos exemplos de amor e bondade e teremos sempre muito a
agradecer...
Procuremos fazer das experiências, oportunidades de
crescimento, pois já ouvimos várias vezes que o diamante precisa ser passado no
buril , para se transformar numa joia tão almejada por tantos"...
Desejamos a todos uma semana permeada de muita Paz ...
Carinhosamente
sábado, março 11, 2017
sexta-feira, março 10, 2017
quinta-feira, março 09, 2017
quarta-feira, março 08, 2017
terça-feira, março 07, 2017
segunda-feira, março 06, 2017
Nunca se diga inútil... - André Luiz
Nunca se diga inútil...
André Luiz
Por agora: você não é um anjo.
No entanto é capaz de ser uma pessoa reta e nobre; não terá
santidade para mostrar, mas possui vastas possibilidades de agir em benefício
do próximo;
não apresenta qualidades perfeitas, contudo, você detém
recursos preciosos de servir.
Talvez não consiga revelar alto índice de cultura
intelectual, porém, consegue amparar a muitos companheiros com excelente
orientação.
Provavelmente, não lhe será possível movimentar grandes
riquezas do mundo, entretanto nada lhe impedirá o esforço de acumular tesouros
de bondade no coração e de irradiai-los em gestos de compreensão e de
amor.
Por fim é provável que você ainda não conheça o que seja a
felicidade, mas pode adquiri-la se você quiser, aprendendo a trabalhar em favor
dos outros e entender a perdoar, encorajar e sorrir.
XAVIER, Francisco Cãndido pelo Espírito André Luiz
domingo, março 05, 2017
sábado, março 04, 2017
sexta-feira, março 03, 2017
O que devo à minha mãe - Momento Espírita
O que devo à minha mãe
Contemplando uma
criança que dorme, tranquila, no berço, descobrimos o quão frágil é o ser
humano e o quanto deve a uma mulher chamada mãe.
Quem quer que olhe para o próprio umbigo há de recordar da
estreita ligação para com sua mãe que, durante nove meses, o alimentou,
agasalhou, abrigou e protegeu em seu ventre.
E as primeiras noções de vida todos as recebemos de nossa
mãe.
Foi ela quem nos apontou o jardim e nos fez descobrir a borboleta colorida, a flor e o espinho, a chuva e o sol, a beleza do arco-íris.
Foi ela quem nos apontou o jardim e nos fez descobrir a borboleta colorida, a flor e o espinho, a chuva e o sol, a beleza do arco-íris.
Enquanto nós seguíamos as formigas do jardim, no seu ir e
vir de carregadeiras incansáveis, foi ela quem nos falou da persistência e do
trabalho.
Enquanto nos apontava a aranha, tecendo a sua teia, após o
vento forte a ter destruído mais de uma vez, foi nossa mãe quem nos falou da
paciência e dos milagres que ela produz.
E quando, nas primeiras brincadeiras, alguém nos derrubava,
era sempre ela quem nos lecionava o perdão.
Quando começamos a perceber as diferenças entre crianças e
adultos, velhos e moços, foi nossa mãe quem nos segredou aos ouvidos os valores
do respeito e da consideração.
Na infância ela consertou nossos brinquedos, costurou a
roupa nova para a boneca que havia sido esquecida na chuva.
Na adolescência, mais de uma vez consertou-nos o coração
despedaçado pelos primeiros pequenos reveses no namoro.
Nosso primeiro sorriso foi a imitação do seu e foi ela quem
nos ensinou a utilizá-lo para quebrar o gelo, ou para iniciar um pedido de
desculpas.
Enquanto pequenos, ela nos fez sempre sentir protegidos e
amados.
Quando a curiosidade nos fez estender o dedo em direção ao besouro e ele grudou ali, foi para ela que corremos, em busca do socorro.
Quando a curiosidade nos fez estender o dedo em direção ao besouro e ele grudou ali, foi para ela que corremos, em busca do socorro.
Quando o cãozinho pulou e nos fez cair, lambendo-nos o
rosto, em manifestação de carinho, apavorando-nos, foi ela quem nos tomou nos
braços, sossegou e depois nos ensinou que, por vezes, as criaturas não sabem
expressar muito bem seu afeto e que as devemos ensinar.
Foi ela quem nos desvendou o segredo das cores, dos números
e das letras, mesmo antes de adentrarmos os bancos escolares.
E tudo de maneira informal, como uma doce brincadeira que nos permitia aprender, sem cansar.
E tudo de maneira informal, como uma doce brincadeira que nos permitia aprender, sem cansar.
Incentivando-nos à pesquisa, quantas vezes ela nos permitiu
incursões de aventura em seu armário e suas gavetas, deixando-nos descobrir
tesouros maravilhosos, entre bijuterias, colares, anéis, lenços e tantas outras
coisas miúdas, que eram todo nosso encantamento.
Seus livros foram os primeiros que nos enriqueceram o
intelecto.
Livros usados, marcados a caneta, lápis ou pedacinhos de papel.
Livros cheios de anotações que nos ensinaram como se devia ler, anotando,
perguntando, pesquisando.
As músicas de sua predileção foram as que nos embalaram a
infância, junto com as canções da sua voz que nos acalmavam nas noites de chuva
forte, raios e trovões.
E, mais do que tudo, porque desde o primeiro instante
detectou que somos um Espírito imortal, plantou com imenso carinho a lição do
amor em nós.
Seu intuito era que o que quer que nos tornássemos a serviço
do mundo, soubéssemos que, acima de tudo, onde quer que estejamos, o que quer
que façamos, o ser a quem devemos sempre servir é nosso irmão em humanidade.
Redação do Momento Espírita.Disponível em www.momento.com
Um Anjo Chamado Mãe!
Nesta data tão especial , na qual nossa querida mãe estaria completando mais uma data natalícia , gostaríamos de registrar aqui, de coração para coração a nossa imensa gratidão por tudo que fez por nós, transmitindo-nos o seu imenso saber diante da vida , valores que enriqueceram a quem " teve ouvidos para ouvir" , " sensibilidade para se educar" e " coração para amar".
Foi mãe incondicional , mãe amiga, mãe presente, mãe atual, mãe que estimulava,que jogava para frente, mãe que nos apontava sempre o melhor caminho a seguir , respeitando as nossas escolhas sempre com bom censo,mãe guerreira, mãe que nos ensinou pelo exemplo a prática da caridade, a amar a Deus, a nós mesmos e ao próximo.
Resumindo: " Mãe de uma sabedoria ímpar, que desejamos retornar ao seu convívio nas próximas reencarnações, se Deus assim o permitir".
Resumindo: " Mãe de uma sabedoria ímpar, que desejamos retornar ao seu convívio nas próximas reencarnações, se Deus assim o permitir".
Também gostaríamos de registrar que meu pai ao seu lado, foi uma pessoa de fundamental importância na nossa educação, o amor que os uniu e que tenho certeza, ainda os une, era transcendente e através do mesmo, nos legaram grandes ensinamentos, que até hoje carregamos em nossa bagagem espiritual.
Nos dizeres da escritora Ana Jácomo, nossa mãe era uma dessas almas perfumadas.
E tomo a liberdade de expressar com o texto dessa querida escritora o que sentimos por nossa mãe, nessa data tão especial, a quem gostaria de dedicar todas as flores que colhemos em nosso caminhar, na presente reencarnação, flores materiais e principalmente as espirituais, que levaremos um dia na nossa bagagem...
Mamãe, obrigada por tudo !
Receba o nosso carinho, amor, saudade e eterna gratidão e a certeza de que mesmo distante fisicamente, se encontra presente em cada um dos nossos momentos ...
Mamãe, obrigada por tudo !
Receba o nosso carinho, amor, saudade e eterna gratidão e a certeza de que mesmo distante fisicamente, se encontra presente em cada um dos nossos momentos ...
Texto Original de Almas perfumadas
de Ana Cláudia Saldanha Jácomo
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol
quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de
uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda.
Ao lado
delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de
sorvete.
Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra
escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas
que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus.
De banho de mar
quando a água é quente e o céu é azul.
Ao lado delas, a gente sabe que os anjos
existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, a gente se sente chegando
em casa e trocando o salto pelo chinelo.
Sonhando a maior tolice do mundo com o
gozo de quem não liga pra isso.
Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã
de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai
Noel.
*
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no
céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não
acha que o amor é possível, a gente tem certeza.
Ao lado delas, a gente se
sente visitando um lugar feito de alegria.
Recebendo um buquê de carinhos.
Abraçando um filhote de urso panda.
Tocando com os olhos os olhos da paz.
Ao
lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso
coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa.
Do brinquedo
que a gente não largava.
Do acalanto que o silêncio canta.
De passeio no
jardim.
Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem
de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo.
Corre
em outras veias.
Pulsa em outro lugar.
Ao lado delas, a gente lembra que no
instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente
ri grande que nem menino arteiro.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque
acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os
seus dedos de energia.
Minha avó era alguém assim.
Ela perfumou muitas vidas
com sua luz e suas cores.
A minha, foi uma delas.
E o perfume era tão gostoso,
tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no
coração de tudo o que ela amou.
E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma
forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de
Edith, para me falar de amor.
Minha mãe foi uma dessas almas perfumadas que numa temporada, se vestiu de mãe, para
nos falar de amor.
... Mesmo havendo
partido nos deixou o seu perfume maternal com o qual nos sentimos sempre
acariciados .
Pedimos a
Deus que as nossas vibrações de carinho, de amor, de gratidão cheguem até ela
não só nesta data mas em todas os demais dias...