PRECE DE NATAL - Carmen Cinira



PRECE DE NATAL

Carmen Cinira 


Senhor, desses caminhos cor de neve

de onde desceste um dia para o mundo,

numa visão radiosa, linda e breve

de amor terno e profundo,

das amplidões augustas dos Espaços,

no teu Natal de eternos esplendores,

abrigam nos teus braços

a multidão dos seres sofredores!...


Que em teu Nome

receba um pão o pobre que tem fome,

um trapo o nu, o aflito uma esperança.

que em teu Natal a Terra se transforme

num caminho sublime, santo e enorme

de alegria e bonança!


Apesar dos exemplos da humildade

do teu amor a toda a Humanidade,

a Terra é o mundo amargo dos gemidos,

de tortura, de treva e impenitência,

que a luz do amor de tua Providência

ampare os seres tristes e abatidos.

E em teu Natal, reunidos nós queremos,

mesmo no mundo dos desencarnados,

esquecer nossas dores e pecados,

nos afetos mais doces, mais extremos,

reviver a efeméride bendita

da tua aspiração na Terra aflita,

unir a nossa voz à dos pastores,

lembrando os milagrosos esplendores

da estrela de Belém,

pensando em ti, reunindo-nos no Bem

na mais pura e divina vibração,

fazendo da humildade

nosso caminho de felicidade,

estrada de ouro para a Perfeição!


XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal.


SÚPLICA DE NATAL - Carmen Cinira

 

SÚPLICA DE NATAL

 Carmen Cinira  


Senhor, tu que deixaste a rutilante esfera em que reina a beleza e em que fulgura a glória, acolhendo-te, humilde, à palha merencória do mundo estranho e hostil em que a sombra ainda impera!


Tu que por santo amor deixaste a primavera da luz que te consagra o poder e a vitória, enlaçando na Terra o inverno, a lama e a escória dos que gemem na dor implacável e austera...


Sustenta-me na volta à escura estrebaria da carne que me espera em noite rude e fria, para ensinar-me agora a senda do amor puro!...


E que eu possa em teu nome abraçar, renovada, a redentora cruz de minha nova estrada, alcançando contigo a ascensão do futuro.


XAVIER, Francisco Cândido . Antologia Mediúnica do Natal. 

Meditando o Natal - Emmanuel

 


Meditando o Natal


Emmanuel


Na exaltação do Natal do Senhor, acalentemos nossa fé em Jesus, sem nos esquecermos da fé que Jesus deposita em nós.


Não desceria o Senhor da comunhão com os Anjos, sem positiva confiança nos homens.


É por isso que, da Manjedoura de Simplicidade e Alegria à Cruz da Renunciação e da Morte, vemo-lo preocupado na recuperação das criaturas.


Convida pescadores humildes ao seu ministério salvador e transforma-os em advogados da redenção humana.


Vai ao encontro de Madalena, possuída pelos adversários do bem, e converte-a em mensageira de luz.


Chama Zaqueu, mergulhado no conforto da posse material, e faz dele o administrador consciente e justo.


Não conhece qualquer desânimo, ante a negação de Pedro, e nele edifica o apóstolo fiel que lhe defenderia o Evangelho até o martírio e a crucificação.


Não se agasta com as dúvidas de Tomé e eleva-o à condição de missionário valoroso, que lhe sustenta a causa, até o sacrifício.


Não se sente ofendido aos golpes da incompreensão de Saulo, o perseguidor, e visita-o, às portas de Damasco, investindo-o na sua posição de emissário de Sua Graça, coroando de claridades eternas...


A fé e o otimismo do Cristo começaram na descida à estrebaria singela e continuam, até hoje, amparando-nos e redimindo-nos, dia a dia...


Assinalando, assim, os júbilos do Natal, recordemos a confiança do Mestre e afeiçoemo-nos à sua obra de amor e luz, tomando por marco de partida a nossa própria existência.


O Senhor nos conclama à tarefa que o evangelho nos assinala...


Nos primeiros três séculos de Cristianismo, os discípulos que lhe ouviram a Celeste Revelação levantaram-se e serviram-no com sangue e sofrimento, aflição e lágrimas.


Que nós outros estejamos agora dispostos a consagrar-lhe igualmente as nossas vidas, considerando o crédito moral que a atitude d’Ele para conosco significa...


Aprendamos, trabalhemos e sirvamos, até que um dia, qual aconteceu ao velho Simeão, da Boa Nova, possamos exclamar ante a Presença Divina:


- “Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque, em verdade, meus olhos já viram a salvação.”


XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal - Espíritos Diversos.

Súplica do Natal - Casimiro Cunha

 

 

 


Súplica do Natal  


Casimiro Cunha


Na noite santificada,


Em maravilhas de luz,


Sobem preces, cantam vozes


Lembrando-Te, meu Jesus!


Entre as doces alegrias


De Teu Natal, meu Senhor,


Volve ao mundo escuro e triste


Os olhos cheios de amor.


Repara conosco a Terra,


Angustiada e ferida,


E perdoa, Mestre Amado,


Os erros de nossa vida.


Onde puseste a alegria


Da paz, da misericórdia,


Desabam tormentas rudes


De iniquidade e discórdia.


No lugar, onde plantaste


As árvores da união,


Vivem monstros implacáveis


De dor e separação.


Ao longo de Teus caminhos


Sublimes e abençoados,


Surgem trevas pavorosas


De abismos escancarados.


Ao invés de Teus ensinos


De caridade e perdão,


Predominam sobre os homens


A sombra, o crime, a opressão.


Perdoa, Mestre, aos que vivem


Erguendo-Te a nova cruz!


Dá-nos, ainda, a bonança


De Tua divina luz.


Desculpa mundo infeliz


Distante das leis do bem,


Releva as destruições


Da humana Jerusalém...


Claudicou a recaiu,


A Tua paz não mudou


E ao Teu amor não dormiu.


Por isso, ó Pastor Divino,


Nos júbilos do Natal,


Saudamos a Tua estrela


De vida excelsa e imortal.


Que o mundo Te guarde a lei


Pela fé que nos conduz


Das sombras de nossa vida


Ao reino de Tua luz!...


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Antologia Mediúnica do Natal , Cap. 04.

quinta-feira, novembro 26, 2020

Natal de Luzes - Joanna de Angelis



Natal de Luzes


Joanna de Angelis


Não te deixes consumir pela angústia ou pelo medo destes dias.


Busca Jesus nas tuas paisagens íntimas e estabelece um vínculo de amor com Ele, deixando-te conduzir pelo caminho seguro do Bem.


Se Ele, porém, ainda não nasceu no teu coração, abre-te à possibilidade, para que aconteça esse evento imediatamente, passando a conviver com a Sua presença libertadora.


Aquele foi um Natal de luzes, que iniciou era nova para a humanidade, em desalinho.


Permite que este seja o teu momento luminífero e transformador com Ele nascendo nos teus sentimentos e clareando a noite afligente em que te encontras em um permanente Natal de luzes.


Neste Natal permite que o amor de Jesus te irrigue o coração e verta em direção daqueles para os quais Ele veio, os nossos irmãos sofredores da Terra.


Faze mais: deixa-O renascer na tua alma e agasalha-O, para que Ele siga em ti e contigo, por todos os dias da tua vida.


FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. 

Encontro de Natal - Meimei

 





Encontro de Natal


Meimei


Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção...


Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo.


Entretanto, misturada ao regozijo que te acalenta a esperança, carregas a névoa sutil de recôndita angústia, como se trouxesse no peito um canteiro de rosas orvalhado de lágrimas!...


É que retratas no espelho da própria emoção o infortúnio de tantos outros companheiros que foram inutilmente convidados para a consagração da alegria.


Levantaste no lar a árvore da ventura doméstica, de cujos galhos pendem os frutos do carinho perfeito; entretanto, não longe, cambaleiam seguidores de Jesus, suspirando por leve proteção que os resguarde contra o frio da noite; 


banqueteaste, sob guirlandas festivas, mas, a poucos passos da própria casa, mães e crianças desprotegidas aguardando o socorro do Cristo, enlanguescem de fadiga e necessidade; 


repetes hinos comovedores, tocados pela serena beleza que dimana dos astros; no entanto, nas vizinhanças, cooperadores humildes do Mestre choram cansados de penúria e aflição; 


abraças os entes queridos, desfrutando excessos de reconforto; 


contudo, à pequena distância, esmorecem amigos de Jesus, implorando quem lhes dê a bênção de uma prece e o consolo de uma palavra afetusa, nas grades dos manicômios ou no leito dos hospitais...


Sim, quando refletes na glória da Manjedoura, sentes, em verdade, a presença do Cristo no coração!


Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, através do eterno amor que se derramou das estrelas.


Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!...


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Meimei. Antologia Mediúnica do Natal . Espíritos Diversos, Cap. 57, p. 68.

 

Oferta de Natal - Emmanuel



Oferta de Natal


Emmanuel

Senhor!


Enquanto as melodias do Natal nos enternecem, recordamos também, ante o céu iluminado, a estrela divina que te assinalou o berço na palha singela!...


De novo, alcançam-nos os ouvidos as vozes angélicas:


- Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens!...


E lembramo-nos do tópico inesquecível da narrativa de Lucas (Evangelho de Lucas 2:8-11):


“Havia na região da manjedoura pastores que viviam nos campos e velavam pelos rebanhos durante a noite; 


e um anjo do Senhor desceu onde eles se achavam e a glória do Senhor brilhou ao redor deles, pelo que se fizeram tomados de assombro... 


O anjo, porém, lhes disse: não temais! 


Eis que vos trago boas novas de grande alegria, que serão para todo o povo... 


É que hoje vos nasceu, na cidade de David, o Salvador, que é o Cristo, o Senhor”.


Desde o momento em que os pastores maravilhados se movimentaram para ver-te, na hora da alva, começaste, por misericórdia tua, a receber os testemunhos de afeição dos filhos da Terra.


Todavia, muito antes que te homenageassem com o ouro, o incenso e a mirra, expressando a admiração e a reverência do mundo, o teu cetro invisível se dignou acolher, em primeiro lugar, as pequeninas dádivas dos últimos!


Só tu sabes, Senhor, os nome daqueles que algo te ofertaram, em nome do amor puro, nos instantes da estrebaria:


A primeira frase de bênção...


A luz da candeia que principiou a brilhar quando se apagaram as irradiações do firmamento...


Os panos que te livraram do frio...


A manta humilde que te garantiu o leito improvisado...


Os primeiros braços que te enlaçaram ao colo para que José e Maria repousassem...


A primeira tigela de leite...


O socorro aos pais cansados...


Os utensílios de empréstimo para que te não faltasse assistência...


A bondade que manteve a ordem, ao redor a manjedoura, preservando-a de possíveis assaltos...


O feno para o animal que devia transportar-te...


Hoje, Senhor, que quase vinte séculos transcorreram, sobre o teu nascimento, nós, os pequeninos obreiros desencarnados, com a honra de cooperar em teu Evangelho Redivivo, pedimos vênia para algo te ofertar... 


Nada possuindo de nós, trazemos-te as páginas simples que Tu mesmo nos inspiraste, os pensamentos de gratidão e de amor que nos saíram do coração, em forma de letras, em louvor de tua infinita bondade!


Recebe-os, ó Divino Benfeitor! 


Com a benevolência com que acolheste as primeiras palavras e respeito e os primeiros gestos de carinho com que as criaturas rudes e anônimas te afagaram na gloriosa descida à Terra!... 


E que nós – espíritos milenares fatigados do erro, mas renovados na esperança – possamos rever-te a figura sublime, nos recessos do coração, e repetir, como o velho Simeão, após acariciar-te na longa vigília do Templo:


- “Agora, Senhor, despede em paz os teus servos, segundo a tua palavra, porque os nossos olhos viram a salvação!..."



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Antologia Mediúnica do Natal - Espíritos Diversos. 

Cartão de Natal - Meimei

 



Cartão de Natal


Meimei


Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!


Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, qual se trouxesses uma harpa da ternura escondida no peito.


Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.


Ainda que não quisesses lembrar-lhe-ias hoje dos dons inefáveis, ao recordares as canções maternas que te embalaram o berço, o carinho de teu pai ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeições que te parecem distantes.



Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a glória; entretanto, vergas-te ao peso das lágrimas que te desafogam o coração. 


É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.


Não hesites! 


Ouve-lhe a petição e faze algo!. . .


Sorri de novo para os que te ofenderam; abençoa os que te feriram; divide o farnel com os irmãos em necessidade; entrega um minuto de reconforto ao doente; oferece uma fatia de bolo aos que oram, sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.


Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!. . ..


Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprenderemos, pouco a pouco, a estar com Ele, em todos os instantes, tanto quanto Ele permanece conosco, tornando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Meimei . Livro Antologia Mediúnica do Natal - Espíritos diversos.




Oração do Natal - Meimei


 Oração do Natal


Meimei


Rei Divino, na palha singela, porque te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofusca-los com a grandeza do Teu Reino?


Soberano da Eternidade, porque estendeste braços pequerruchos e tenros aos pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento te saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?


Certamente o asilo de nossa alma, para converte-la em harpa nas Tuas mãos.


Preferias esmolar segurança e carinho, para que, em te amando, de algum modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.


Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse, em torno de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua Glória, mas, sim, por amigos espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção...


E modificante assim, o destino das nações. 


Colocaste o trabalho digno, onde a escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio assegurava o império do crime, e ensinaste-nos a servir e a morrer, para que a vida se tornasse mais bela...


É por isso que, ajoelhados em espírito, recordando-Te o berço pobre, ofertamos-Te o coração...


Arranca-o, Senhor, da grade do nosso peito, enferrujado de egoísmo, e faze-o chorar de alegria, no deslumbramento de Tua luz!... 


Conduze-nos, ainda, aos tesouros da humildade, para que o poder sem amor não nos enlouqueça a inteligência, e deixa-nos entoar o cântico dos pastores, quando repetia, em prantos jubilosos, a mensagem dos anjos:


- Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!...


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Meimei. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos, Cap. 65, p.77, FEB.


sábado, novembro 21, 2020

DESPERTAMENTO - André Luiz



 DESPERTAMENTO

André Luiz 


Busquemos, sim meus amigos, ouvir a palavra daqueles que nos antecederam na ascensão à Vida Superior, mas, antes disso; comuniquemo-nos com os “mortos da Terra”, adensando a assembleia de ouvintes, à frente da mensagem da vida imortal.

*

Acordemos, com o nosso exemplo e com a nossa fé, os que adormeceram na jornada e guardam o coração rígido ou indiferente.

*

Levantemos aqueles que transformaram a existência em cemitério de impossibilidade, ante o sofrimento do próximo, os que enregelaram os melhores sentimentos no egoísmo esterilizante; os que converteram os bens do mundo em adornos frios e inúteis, os que transformaram o jardim em que respiram num túmulo florido e os que fizeram da oportunidade de viver auxiliando aos semelhantes um cadafalso de ouro a que se acolhem, receando o alheio infortúnio, porque há mais morte no caminho humano que no próprio sepulcro, para onde dirigis, procurando a revelação da verdade.

*

Estendamos braços vivos e corações ardentes aos nossos irmãos anestesiados no leito da improdutividade ou no altar efêmero de fantasiosas prerrogativas.

*

A terra espera por nós.

*

Trabalhemos, acordando os nossos irmãos do cotidiano, na renovação substancial de tudo e de todos para o Infinito Bem, porque a própria natureza é luz triunfante e todos somos herdeiros da Vida Universal.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Apostilas da vida. Uberaba/MG:CEU. Cap 7 ,p.12.


COMECEMOS DE NÓS MESMOS - André Luiz



 COMECEMOS DE NÓS MESMOS

André Luiz 


Ensina a caridade, dando aos outros algo de ti mesmo, em forma de trabalho e carinho e aqueles que te seguem os passos virão ao teu encontro oferecendo ao bem quanto possuem.

*

Difunde a humildade, buscando a Vontade Divina com esquecimento de teus caprichos humanos e os companheiros de ideal, fortalecidos por  teu exemplo, olvidarão a si mesmos, calando as manifestações de vaidade e de orgulho.

*

Propaga a fé, suportando os revezes de teu próprio caminho, com valor moral e fortaleza infatigável e quem te observar crescerá em otimismo e confiança.

*

Semeia a paciência, tolerando construtivamente os que se fazem instrumentos de tua dor no mundo, auxiliando sem desânimo e aparando sem reclamar, e os irmãos que te buscam mobilizarão os impulsos de revolta que os fustigam, na luta de cada dia, transformando-a em serena compreensão.

*

Planta a bondade, cultivando com todos a tolerância e a gentileza e os teus associados de ideal encontrarão contigo a necessária inspiração para o esforço de extinção da maldade.

*

Estende as noções do serviço e da responsabilidade, agindo incessantemente na religião do dever cumprido e os amigos do teu círculo pessoal envergonhar-se-ão da ociosidade.

*

As boas obras começam de nós mesmos.

*

Educaremos, educando-nos.

*

Não faremos a renovação da paisagem de nossa vida, sem renovar-nos.

*

Somos arquitetos de nossa própria estrada e seremos conhecidos pela influência que projetamos naqueles que nos cercam.

*

Que o Espírito de Cristo nos infunda a decisão de realizar  o auto aprimoramento, para que nos façamos intérpretes do Espírito do Cristo.

*

A caridade que salvará o mundo há de regenerar-nos primeiramente.

*

Sigamos ao encontro do Mestre, amando, aprendendo e servindo e o Mestre, hoje ou amanhã, virá ao nosso encontro, premiando-nos a perseverança com a luz da ressurreição.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Apostilas da vida. Uberaba/MG:CEU. Cap 6,p.10-11.


CARIDADE DO DEVER -André Luiz

 





CARIDADE DO DEVER

André Luiz


De quando a quando, troquemos os grandes conceitos da caridade pelos atos miúdos que lhe confirmem a existência.

*

Não apenas os fatos de elevado alcance e os gestos heroicos dignos da imprensa.


Beneficência no cotidiano.


Não empurrar os outros na condução coletiva.


Evitar os serviços de última hora, nas instituições de qualquer espécie, aliviando companheiros que precisam do ônibus em horário certo para o retorno à família.


Reprimir o impulso de irritação e falar normalmente com as pessoas que nada tem a ver com os nossos problemas.


Aturar sem tiques de impaciência a conversação do amigo que ainda não aprendeu a sintetizar.


Ouvir, qual se fosse pela primeira vez, um caso recontado pelo vizinho em lapso de memória.


Poupar o trabalho de auxiliares e cooperadores, organizando anotações prévias de encomendas e tarefas por fazer, para que não se convertam em andarilhos por nossa conta.


Desistir de reclamações, descabidas diante de colaboradores que não tem culpa das questões que nos induzem à pressa, nas organizações de cujo apoio necessitamos.


Pagar sem delonga o motorista ou a lavadeira, o armazém ou a farmácia que nos resolvem as necessidades, sem a menor obrigação de nos prestarem auxílio.


Respeitar o direito do próximo sem exigir de ninguém virtudes que não possuímos ou benefícios que não fazemos.

*

Todos pregamos reformas salvadoras.


Guardemos bastante prudência para não nos fixarmos inutilmente nos dísticos de fachada.


*

Edificação social, no fundo, é caridade e caridade vem de dentro.


Façamos uns aos outros a caridade de cumprir o próprio dever.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Apostilas da vida. Uberaba/MG:CEU. Cap 5,p.9-10.

CASAMENTO E DIVÓRCIO - André Luiz




 CASAMENTO E DIVÓRCIO

André Luiz 


Divórcio, edificação adiada; resto a pagar no balanço do espírito devedor.


Isso geralmente porque um dos cônjuges veio a esquecer que os direitos nas instituições domésticas somam deveres iguais.


*

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.


*


Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, encontra-se ou reencontra-se no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo o esquema de obrigações regenerativas.


Reincorporados, porém, na veste física se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.


*

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.


O tempo, que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido ente deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quando mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimentos de valores substanciais em favor da vida do espírito.


*

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. 


E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflições e lágrimas.


*

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um comércio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.


*

Compreendamos aqueles que não puderam evitar o divórcio, porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Apostilas da vida. Uberaba/MG:CEU. Cap 4,p.8-9.