segunda-feira, fevereiro 28, 2022

AUTORIDADE EM NÓS MESMOS - Emmanuel

 


AUTORIDADE EM NÓS MESMOS

Emmanuel


Apreciando o problema daqueles que guardam no mundo as diretivas da experiências, não te fixes nos companheiros que trazem consigo a cruz do ouro e do poder.


Recordemos a esquecida autoridade que o conhecimento superior determina seja exercida por nós em nós mesmos.


Quase sempre ensinamos a arte do pensamento nobre, receitando exercícios e regras aos amigos que nos perlustram a senda, guardando o próprio cérebro à feição de barco desgovernado, em cujas brechas ocultas penetram as sugestões da ignorância e da sombra.


Indicamos aos outros recursos providenciais para que se mantenham indenes de todo mal, através da pureza dos olhos e dos ouvidos empenhando as próprias percepções à triste aventura da leviandade e do desacerto que acaba sempre na crítica indébita ou na azedia destruidora.


Estruturamos planos para a boa palavra naqueles que nos cercam, sem refrearmos o próprio verbo no galopes insensato da crueldade, indicamos fé e esperança para o ânimo alheio, a perder-nos no charco da negação e do derrotismo, exaltamos para ouvintes confiantes a excelência das horas, no capítulo do trabalho e da realização, mergulhando as mãos no visco da inércia e pregamos a excelsitude da caridade para os amigos que nos rodeiam, a desfazer-nos em egoísmo e exigência.


Autoridade!... Autoridade!...


Dela abusaram todos os tiranos que fizeram da própria soberbia escuro resvaladouro para as trevas da criminalidade e da morte e dela, ainda hoje, nos valemos todos para acobertar as próprias fraquezas, sobrecarregando os ombros do próximo com fardos que somos incapazes de suportar.


Lembremo-nos, porém, de Jesus, no sublime governo da própria alma, passando entre os homens com a suprema revelação da Divina Luz, e entesouraremos suficiente humildade para entregar a Deus todos os patrimônios que nos enriquecem a vida, aprendendo a disciplinar-nos para refletir-lhe a grandeza na condição abençoada de filhos do Seu Amor.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

 

 

domingo, fevereiro 27, 2022

APELO - Emmanuel


 

APELO

Emmanuel


Meus amigos.


Não basta recolher os frutos do caminho. 


É necessário fazer luz dentro dele para que não nos percamos nas trevas.


Amealhar os benefícios imediatos do Espiritismo, procurando-lhe as gratificações consoladoras será compreensível para nós todos, mormente na hora escura que a Terra vai atravessando no inquietante período de transição da atualidade.


Entretanto, não basta fartar-se a alma de reconforto superficial, de vez que o alívio nem sempre significa solução.


Saibamos aproveitas as graças e os favores da Doutrina de Amor que nos enriquece de conhecimento e esperança, plasmando no espírito a renovação que nos é indispensável.


Para isso, descurar o Evangelho será esquecer a escola e menosprezar a lição.


Consagremos alguns minutos, cada dia, à procura de orientação com o Instrutor da Imortalidade.


Evangelho no coração para que aprendamos a sentir.


Evangelho no pensamento para que não nos falhe o equilíbrio.


Evangelho na palavra para que não nos prendamos à perturbação.


Evangelho nos braços para que a preguiça não nos faça cair em seus despenhadeiros de sofrimento.


Para isso, é necessário ler os ensinamentos do Senhor e meditar-lhes a essência, imprimindo rumo certo ao barco de nossa vida.


Sem a bússola, a embarcação vagueia sem rumo.


Sem Jesus, comandando o nosso interior, erraremos na Terra, no corpo ou fora dele, ao sabor das circunstâncias e das influências alheias à nossa vontade, à maneira de folhas ressequidas ao vento.


Honremos a luz celeste que nos trouxe a bênção do Espiritismo e, cultivando o Evangelho na consciência, na família, no lar e na luta coletiva, converteremos o coração em santuário vivo em que brilhará para sempre a Vontade do Nosso Divino Mestre e Senhor.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

sábado, fevereiro 26, 2022

ANTE O SEGUNDO SÉCULO - Emmanuel

 




ANTE O SEGUNDO SÉCULO

Emmanuel


O primeiro século do Cristianismo conheceu suplícios inolvidáveis quais foram:


a crueldade de Tibério...


a demência de Calígula...


a insânia de Nero...


a perseguição indiscriminada...


a matança nos circos...


a ferocidade de algozes enrijecidos e insensatos...


a condenação sem processo...


a escravidão absoluta...


a humilhação sistemática...


a injúria e o martírio...


Ainda assim, milhões de criaturas encontraram o justo caminho da consagração pessoal ao Senhor, suportando heroicamente a flagelação e o insulto, o menosprezo e a morte, para formarem, com o próprio exemplo, as bases do mundo em que a evolução do direito e da ordem, do progresso e da solidariedade preside a civilização do Ocidente, que, apesar do estigma da devassidão e da devassidão e da guerra, ainda é a esperança para a vitória da luz.


O primeiro século do Espiritismo que restaura os valores da Boa Nova é bafejado por excelsas conquistas quais sejam:


os louros da independência religiosa...


a justiça das nações mais cultas do globo...


o aprimoramento industrial...


a crescente extensão da fraternidade...


o banimento do cativeiro...


o respeito às liberdades públicas e privadas...


a inviolabilidade do lar...


a dignificação do trabalho...


o avanço luminoso da inteligência, que tateia a estratosfera e desce às profundezas do mundo atômico...


É por esse motivo que nós, os espíritas de agora, cristão igualmente redivivos, com mais amplos fatores de segurança, somos convocados à redenção da Terra, competindo-nos, porém, para isso, não mais o ânimo firme no contato com feras e cruzes, escárnio e fogueira, mas, sim a coragem varonil de vencermos a trevas cristalizada conosco, em forma de indiferença e ociosidade, orgulho e rebeldia, instalando, através do serviço e da educação, o entendimento e o amor em nós mesmos, a fim de que o reinado do Cristo fulgure entre nós para sempre.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

ANTE O EVANGELHO - Emmanuel

 


ANTE O EVANGELHO

Emmanuel


Realmente, por séculos sucessivos, temos realizado a transliteração do Evangelho em todos os climas culturais.


Na senda de todos os povos, as Boas Novas de Salvação surgem por florilégio religioso, revelando sentenças inimitáveis pelo seu conteúdo de beleza e sabedoria.


Indubitavelmente, não possuímos na Terra outra forma de plantação primária do conhecimento, que não essa, através da letra que constitui a base da instrução clareando o pensamento.


Contudo não basta nos detenhamos na fraseologia brilhante, no gesto sutil ou nas aparências elogiáveis para demonstrar assimilação do ensinamento transformador.


Cristianismo não é somente a forma da civilização que nos propomos construir com Jesus.


É, acima de tudo, essência dela mesma, com que devemos plasmar o mundo novo em que as relações humanas representem o alicerce do Reino de Deus.


Urge, pois, configurar a revelação não apenas no tesouro verbalístico que nos lastreia as conquistas filosóficas e artísticas de quase dois milênios.


É indispensável que o apelo do Grande Renovador encontre resposta na consciência e no coração, em nossas ideias e em nossos sentimentos, a fim de que a fé se exprima em trabalho incessante na extensão do bem.


Até hoje, a maioria das escolas cristãs tem adorado santos e apóstolos nos altares de pedra, mas, como nunca, necessitamos presentemente dos heróis do cristianismo nos tribunais e nas escolas, nos templos e nos hospitais, nos lares e nas oficinas, nos escritórios e nos campos, nos divertimentos e nas ruas.


Almas valorosas e decididas que disponham a romper com os impedimentos do próprio egoísmo e da própria vaidade, entusiasmadas com a visão do porvir e libertas do pessimismo que negreja, na volúpia da destruição por onde passa...


Considerando, qual aconteceu à mulher sofredora na praça pública, somos passíveis de condenação pela ociosidade com que vimos congelando as nossas melhores oportunidades de serviço.


Todos nos encontramos à face do julgamento, pelo delito de lesa consciência, de vez que temos adulterado a mensagem do Divino Benfeitor de mil modos, em cada romagem no mundo.


Jesus, porém, tolera-nos compassivo e reforma-nos o empréstimo de tempo e de valores novos...


Mas, se é verdade que nenhum de nós está em condições de atirar a primeira pedra no

irmão de caminho, cabe-nos a todos ouvir o Mestre Inesquecível em sua amorosa e segura advertência: - “Vai e não peques mais”.


Renovemo-nos oferecendo ao mundo e à vida o que possuamos de melhor, porquanto se a ignorância era a nossa furna de sombra até ontem, pelo conhecimento de agora, podemos avançar para futuro, em companhia de Jesus, desde hoje.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

 

sexta-feira, fevereiro 25, 2022

ANTE ALLAN KARDEC - Emmanuel

 


ANTE ALLAN KARDEC

Emmanuel


Perante as rajadas do materialismo a encapelarem o oceano da experiência terrestre, a Obra Kardequiana assemelha-se, incontestavelmente, à embarcação providencial que singra as águas revoltas com segurança.


Por fora, grandes instituições que pareciam venerandos navios estalam nos alicerces, enquanto esperanças humanas de todos os climas, lembrando barcos de todas as procedências, se entrechocam na fúria dos elementos, multiplicando as aflições e os gritos dos náufragos que bracejam nas trevas.


De que serviria, no entanto, a construção imponente se estivesse reduzida à condição de recinto dourado para exclusivo entretenimento de alguns viajantes, em tertúlias preciosas, indiferentes ao apelo dos que esmorecem no caos?


Prevenindo contra semelhante impropriedade, os sábios instrutores que escreveram a introdução de “O Livro dos Espíritos”, disseram claramente a Allan Kardec: “Mas, todos os que tiverem em vista o grande princípio de Jesus se confundirão num só sentimento: o do amor do bem e se unirão por um laço fraterno que prenderá o mundo inteiro”.


Indubitavelmente, a obra espírita é a embarcação acolhedora, consagrada ao amor do bem.


Urge, desse modo, que os seus tripulantes felizes não se percam nos conflitos palavrosos ou nas divagações estéreis.


Trabalhemos, ascendendo fachos de raciocínio para os que se debatem nas sombras.


Todos concordamos em que Allan Kardec é o apóstolo da renovação humana, cabendo-nos o dever de dar-lhe expressão funcional aos ensinos com a obrigação de repartir-lhe a mensagem de luz, entre os companheiros de Humanidade.


Assim sendo, traçamos estes despretensiosos comentários.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

 

quinta-feira, fevereiro 24, 2022

ANTE A LIÇÃO DO SENHOR - Emmanuel

 


ANTE A LIÇÃO DO SENHOR

 Emmanuel

 

Louvando os “pobres de espírito”, Jesus não exaltava a ignorância, a insuficiência, a boçalidade e a incultura.


Encarecia a benção da simplicidade, que nos permite encontrar os mais preciosos tesouros da vida.


Abençoava a humildade, que nos conduz à fonte da paz.


Salientava a sobriedade que nos garante o equilíbrio.


Destacava a paciência que nos dilata a oportunidade de aprender e servir.


Se procuras o Mestre do Evangelho, não admitas que a tua fé se transforme em combustível ao fogo da ambição menos eficiente.


Vale-te da lição de Jesus, à maneira do lavrador vigilante que sabe selecionar as melhores sementes a fim de enriquecer a colheita próxima ou à maneira do viajor que guarda consigo a lâmpada acesa para a vitória sobre as trevas.


Muita gente se alinha nos santuários da Boa Nova, procurando em Cristo um escravo suscetível de ser engajado a serviço de seus escusos desejos, buscando na proteção do céu, favorável clima à infeliz materialização de seus próprios caprichos, enquanto milhões de aprendizes da Divina Revelação se aglomeram nos templos do Mestre em torneios verbalísticos nos quais entronizam a vaidade que lhes é própria, tentando posições de evidência nos conflitos e tricas da palavra, em que apenas efetuam a mal versão das riquezas do espírito.


Se a Doutrina Redentora do Bem Eterno é o caminho que te reclama a sublime aquisição da Vida Superior, simplifica a própria existência.


Evitemos complicações e exigências que nada realizam em torno de nós senão amargura, desencanto e inutilidade.


Recebamos o dom das horas, como quem sabe que o tempo é o mais valioso empréstimo do Senhor à nossa estrada e, convertendo os minutos em ação construtiva e salutar, faremos a descoberta de nosso próprio mundo íntimo, em cuja maravilhosa extensão, a paz e o trabalho são os favores mais altos da vida.


Contentemo-nos em estruturar com bondade e beleza o instante que passa, cedendo-lhe o melhor de nós mesmos, a favor dos que nos cercam, e descerraremos o novo horizonte, em que a plenitude da simplicidade com Jesus nos fará contemplar, infinitamente, a eterna e divina alegria.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

quarta-feira, fevereiro 23, 2022

ANTE A JUSTIÇA - Emmanuel

 


ANTE A JUSTIÇA     

Emmanuel

 

Muitas vezes, enquanto na Terra, sentimo-nos vitimados pelo destino e clamamos pela justiça do Céu.


Se a aflição, porém, te constringe a garganta qual golilha de brasas, contempla, em torno, aqueles que conhecendo a Lei, abusam das faculdades e talentos que a vida lhes emprestou e estendem, ao redor do caminho, o pranto da desolação e o hálito da morte.


Observa os que acumulam dinheiro criando os tormentos da fome, os que se valem do poder temporário implantando a revolta e a penúria, os que aproveitam a inteligência para ferir e os que mobilizam a mocidade, instilando no próximo o desencanto e a loucura...


Repara como sorriem agora qual se o mundo lhes pertencesse, entretanto, amanhã, fanar-se-lhes-á repentinamente do domínio para encontrarem, de frente, a necessidade dor e ajuste nos institutos da Contabilidade Celeste.


 Identifica-os hoje, quais se mostram, e lembra-te de que talvez foste também assim no pretérito – no pretérito que a Misericórdia de Deus te permite transitoriamente esquecer...


Recorda que também acionaste ouro e autoridade, raciocínio e beleza para flagelar e humilhar, chagar ou denegrir e aceita no presente o cálice de amargura, por remédio feliz, capaz de lavar-te o ser, para a alegria da luz.


Não rogues justiça nos dias de tua dor e sim aumento de compaixão nos tribunais da Divina Sabedoria, restaurando a ti mesmo, para seguir à frente, valoroso e sereno, na própria redenção ante a Bênção da Lei.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

terça-feira, fevereiro 22, 2022

AMAR A NÓS MESMOS - Emmanuel

 


AMAR A NÓS MESMOS

 

Emmanuel

 

Amar a nós mesmos não é consagrarmos a vida à exaltação absoluta do corpo de carne que o homem serve de veículo provisório na luta redentora da Terra.

 

Certo, tanto quanto devemos atenção e assistência a qualquer máquina útil, não podemos relaxar no cuidado que nos merece a vestimenta física, entretanto, não nos cabe centralizar todos os objetivos da existência naquilo que, no fundo, seria a preservação da animalidade.

 

Amarmo-nos, então, será atendermos ao justo imperativo de nossa habilitação espiritual para a vida eterna.


Nesse sentido, é indispensável aproveitarmos o concurso valioso e eficiente da dor e da luta, do trabalho e do sacrifício, na aquisição de nossas melhores experiências para os círculos mais altos.


A pedra que fugisse ao buril e o vaso que se desviasse do clima asfixiante do forno jamais seriam arrancados do primitivismo agreste aos espetáculos da beleza e da utilidade.


Claro, portanto, que se realmente amamos a nós mesmos, não podemos perder a nossa oportunidade de elevação, através das provas e dos sofrimentos que o estágio curto na Terra nos oferece.


Renúncia é sublimação.


Obstáculo é auxílio.


Trabalho é posse de competência.


Disciplina é sementeira de altos valores espontâneos.


Obediência ao bem é construção do progresso comum.


Escravidão aos deveres da reta consciência é acesso à Vida Superior.


Silêncio é porta para a humildade.


Serviço de hoje aos semelhantes é influência divina amanhã.


Dificuldades bem superadas são bênçãos.


Se buscarmos, desse modo, amar a nós mesmos, saibamos desprezar o contentamento efêmero de algumas horas na carne escura e frágil, valorizando o nosso ensejo de aprender e crescer, com os entraves e sombras, com as dores e aflições do caminho terrestre, porque, purificando  a nós mesmos, no sacrifício pelo bem dos outros, mais cedo alcançaremos a áurea da imperecível felicidade.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

A SERPENTE INVISÍVEL - Emmanuel

 


A SERPENTE INVISÍVEL


Emmanuel

 

No campo do serviço cristão, mesmo nos arraiais do Espiritismo Evangélico, tudo é alegria e esperança enquanto há céu azul.

 

Diante do sol reconfortante e amigo, é doce a expectativa, em torno do futuro, e sob o pálio estrelado da noite tranqüila é mais belo sonhar com a vida noutros mundos.

 

Então, os aprendizes são firmes na confiança e seguros nas promessas.

 

A natureza se faz o trono de Deus, a expressar-se em prodígios de sabedoria e as criaturas são almas irmãs em demonstrações recíprocas de entendimento e de amor.

 

Entretanto, quando as nuvens se adensam no horizonte e a tormenta desaba, eis que as disposições do crente se modificam.

 

A preguiça – serpe invisível a se nos ocultar renitente, nas próprias almas exterioriza-se de imediato, através de máscaras diversas.

 

Ante o fascínio da desculpa incondicional às ofensas alheias, paralisa-se-nos coração, a sugerir em forma de dignidade ferida:

 

Impossível esquecer.

 

À frente do trabalho árduo no socorro às necessidades humanas, nosso próprio espírito enverga a túnica de pretensa humildade confundido:

 

Quem sou eu para auxiliar?! ...

 

Sou um poço de vermes, um vaso de imperfeições!

 

Perante os difíceis testemunhos de paciência, costumamos exibir suposta superioridade moral e afirmarmos peremptórios:

 

Não alcancei a santidade!

 

Agora não posso mais...

 

Renteando com a luta aflitiva, em favor dos companheiros infelizes, junto aos quais a vida nos pede recapitulação de atitudes e ensinamentos, adotamos imaginária fadiga e gritamos sem razão:

 

Fiz o que pude!

 

Que outros agora venham à liça para a cooperação fraternal.

 

Diante da prestação de serviço urgente ao próximo, habituamo-nos freqüentemente a esposar preocupações falsas no tempo e alegamos petulantes:

 

Amanhã! Amanhã cuidaremos disso.

 

Se te interessas realmente pelo própria renovação, à luz do Evangelho, anota o momento que voa e não menosprezes o ensejo sublime de ser mais útil.

 

Recorda que a ociosidade mental é antiga serpente sedutora, asfixiando-nos a vida e somente em lhe olvidando o veneno suave e mortífero, trabalhando e servindo sempre, é que conseguiremos assimilar o ideal da perfeição com Jesus, nosso Mestre e Senhor.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.

 

 

segunda-feira, fevereiro 21, 2022

A SEMENTE DE MOSTARDA - Emmanuel

 


A SEMENTE DE MOSTARDA


Emmanuel


“Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda” ... – assim falou o Senhor.


Importante indagar porque não teria o Mestre recorrido a outros símbolos.


Jesus poderia ter destacado a grandeza da fé, buscando quadros mais sugestivos.


A beleza do Hermon ...


A poesia do lago de Genesaré ...


O esplendor do firmamento galileu ...


A riqueza do Templo de Jerusalém ...


Todos esses primores da paisagem que o circulava ofereciam temas vivos para a exaltação da sublime virtude.


Entretanto, o Benfeitor Celeste toma a semente minúscula da mostarda, como a dizer-nos que sem o reconhecimento de nossa própria pequenez à frente do Eterno Amor e da Eterna Sabedoria não conseguiremos amealhar o tesouro do entendimento e da confiança que a fé consubstancia em si mesma.


A semente microscópica desaparece, em verdade, no seio da Terra, qual se fora inútil ou desprezível, todavia, não se abandona à inércia, por sentir-se relegada ao abandono aparente.


Confia-se às leis que nos regem e, na dinâmica da obediência construtiva, desvencilha-se dos envoltórios inferiores que a encarceram, germina, vitoriosa, e cresce para produzir, não para si mesma, mas, para benefício dos outros, num eloquente espetáculo de bondade espontânea, ante a majestade da natureza.


Possa o nosso coração, no solo das experiências humanas, copiar-lhe o impulso de simplicidade e serviço e a nossa existência será testemunho insofismável da magnificência divina cuja sublimidade passaremos então a refletir.


Cessemos nossas indagações descabidas e busquemos na Criação o justo lugar que nos compete.


Nem com o brilho do diamante, nem com a cintilação do outro... nem com a sedução da prata, nem com a aristocracia do mármore, em que tantas vezes procurado simplesmente a ilusão do poder que a morte arrebata e modifica, mas, sim com a humildade viva do grão de mostarda que, arrojado à solidão da Terra, sabe vencer, desabrochar, florir e cooperar na extensão do brilho de Deus.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Construção do Amor.