sábado, maio 27, 2006

AFLIÇÃO VAZIA




AFLIÇÃO VAZIA


Ante as dificuldades do cotidiano, exerçamos a paciência,
não apenas em auxílio aos outros, mas igualmente a favor de nós mesmos.
Desejamos referir-nos, sobretudo, ao sofrimento inútil da tensão mental
que nos inclina à enfermidade e nos aniquila valiosas oportunidades de serviço.

No passado e no presente, instrutores do espírito e médicos do corpo
combatem a ansiedade como sendo um dos piores corrosivos da alma.
De nossa parte, é justo colaboremos com eles, a benefício próprio,
imunizando-nos contra essa nuvem da imaginação que nos atormenta
sem proveito, ameaçando-nos a organização emotiva.

Aceitemos a hora difícil com a paz do aluno honesto, que deu o melhor de si,
no estudo da lição, de modo a comparecer diante da prova,
evidenciando consciência tranquila.

Se o nosso caminho tem as marcas do dever cumprido,
a inquietação nos visita a casa íntima na condição do malfeitor
decidido a subvertê-la ou dilapidá-la; e assim como é forçoso defender
a atmosfera do lar contra a invasão de agentes destrutivos,
é forçoso defender a atmosfera do lar contra a invasão de agentes destrutivos,
é indispensável policiar o âmbito de nossos pensamentos,
assegurando-lhes a serenidade necessária...

Tensão à face de possíveis acontecimentos lamentáveis é facilitar-lhes a eclosão,
de vez que a idéia voltada para o mal é contribuição para que o mal aconteça;
e tensão à frente de sucessos menos felizes é dificultar a ação regenerativa do bem,
necessário ao reajuste das energias que desastres ou erros hajam desperdiçado.

Analisemos desapaixonadamente os prejuízos que as nossas preocupações
injustificáveis causam aos outros e a nós mesmos,
e evitemos semelhante desgaste empregando em trabalho nobilitante
os minutos ou as horas que, muita vez, inadvertidamente, reservamos
à aflição vazia.

Lembremo-nos de que as Leis Divinas, através dos processos de ação visível
e invisível da natureza, a todos nos tratam em bases de equilíbrio,
entregando-nos a elas, entre as necessidade do aperfeiçoamento
e os desafios do progresso, com a lógica de quem sabe que
tensão não substitui esforço construtivo, ante os problemas naturais do caminho.

E façamos isso, não apenas por amor aos que nos cercam,
mas também a fim de proteger-nos contra a hora da ansiedade
que nasce e cresce de nossa invigilância para asfixiar-nos a alma
ou arrasar-nos o tempo sem qualquer razão de ser.

Emmanuel

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Da obra: Encontro Marcado

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