CLASSIFICAÇÃO DOS CASAMENTOS
O matrimônio , sagrado em suas origens , tem reunido sob o mesmo teto
os mais variados tipos evolutivos , o que vem demonstrar que a união ,
na Terra, funciona , às vezes como meio de consolidação de laços de pura
afinidade espiritual, e, noutros casos , em maioria, como instrumento de
reajuste.
O matrimônio constitui alguma coisa além da união dos corpos e Martins Peralva fundamentando-se nas obras ditadas pelo Espírito André Luiz faz sua tentativa
de classifica-lo em cinco tipos principais , assim compreendidos:
CASAMENTOS ACIDENTAIS:
Encontro de almas inferiorizadas, por efeito de atração momentânea ,
sem qualquer ascendente espiritual.
Ocorre quando um dia , as pessoas se defrontam, se vêem , se conhecem,
se aproximam , surgindo daí, o enlace acidental, sem qualquer ascendente
espiritual.
Funcionou , apenas o livre arbítrio, uma vez que por ele construímos
cotidianamente o nosso futuro.
Num mundo como o nosso, tais casamentos são comuns.
Nem laços de simpatia, nem de desagrado.
Simplesmente almas que se encontraram, na confluência do caminho,
e que, perante as leis humanas, uniram apenas os corpos.
Esses casamentos podem determinar o início de futuros encontros em
outras reencarnações.
CASAMENTOS PROVACIONAIS
Reencontro de almas, para reajustes necessários à evolução de ambos.
Duas almas se encontram em processo de reajustamento , necessário
ao crescimento espiritual, esses são os mais freqüentes.
A maioria dos casamentos obedece, sem nenhuma dúvida ,
a esse desiderato.
Por isso existem tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a
desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas vezes,
em dolorosas tragédias.
Deus uniu-vos, através das leis do mundo, a fim de que , pelo convívio diário,
a Lei Maior, da fraternidade, fosse por eles exercida nas lutas comuns.
A compreensão evangélica , a boa vontade , a tolerância e a humildade
são virtudes que funcionam como suaves amortecedores[...].
CASAMENTOS SACRIFICIAIS
Reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada ,
com o objetivo de redimi-la.
Esses reúnem almas possuidoras de virtude e sentimentos opostos.
É uma alma esclarecida, ou iluminada, que se propõe ajudar a que se
atrasou na jornada ascensional. Como a própria palavra indica,
é casamento de sacrifício, para um dos cônjuges.
E o sacrifício tanto pode ser da mulher como do homem.
Não há regra para isso.
Quem ama não pode ser feliz se deixou na retaguarda ,
torturado e sofrendo, o objeto de sua afeição
Volta, então e , na qualidade de esposo ou esposa, recebe o viajor retardado,
a fim de, com seu carinho e com sua luz , estimular-lhe a caminhada.
Resumindo , neste tipo de casamento um dos cônjuges se caracteriza
pela elevação espiritual, e o outro pela condição evolutiva deficitária.
O mais elevado concorda sempre em amparar o desajustado.
CASAMENTOS AFINS ( afinidade superior)
Reencontro de corações amigos, para consolidação de afetos.
São assim denominados porque reúnem almas esclarecidas e
que muito se amam.
São Espíritos que, pelo matrimônio , no doce reduto do lar,
consolidam velhos laços de afeição.
CASAMENTOS TRANSCENDENTES
Almas engrandecidas no Bem e que se buscam
para realizações imortais.
São constituídos por almas engrandecidas no amor fraterno
e que se reencontram , no plano físico, para as grandes realizações
de interesse geral.
A vida desses casai encerra uma finalidade superior.
O ideal do Bem enche-lhes as horas e os minutos,
o anseio do Belo repleta-lhes as almas de doce ventura,
pairando acima de quaisquer vulgaridades terrestres,
acima do campo das emções inferiores, o amor puro e santo.
Todos nós passamos ou passaremos ainda, segundo o caso,
por toda essa sequência de casamentos , até alcançarmos no futuro,
sob o sol de um novo dia , a condição de construirmos um lar terreno
na base do idealismo transcendental ou da afinidade superior.
Enquanto não atingirmos tal situação, Deus , pelo seu Evangelho ,
irá enchendo de paz a nossa vida. E o Espiritismo, abençoada Doutrina ,
repletará os nossos dias das mais sacrossantas esperanças...
Martins Peralva
:: Da obra Estudando a Mediunidade :: FEB ::