quarta-feira, junho 18, 2008

Tela de Renoir



Autoridade X Responsabilidade



Quanto pesa a responsabilidade de um cargo?


Observa-se que muitos perseguem nomeações para cargos e disputam, com ardor, lugares que lhes conferirão autoridade sobre outros.


Contudo, quando assumem postos de comando esquecem-se dos objetivos reais para os quais foram ali colocados, passando a agir em seu próprio favor.


Tal posição nos recorda a história de um homem que foi nomeado mandarim, uma espécie de conselheiro na China.


Envaidecido com a nova posição, pensou em mandar confeccionar roupas novas.


Seria um grande homem, agora.


Importante.


Um amigo lhe recomendou que buscasse um velho sábio, um alfaiate especial que sabia dar a cada cliente o corte perfeito.


Depois de cuidadosamente anotar todas as medidas do novo mandarim, o alfaiate lhe perguntou há quanto tempo ele era mandarim.


A informação era importante para que ele pudesse dar o talhe perfeito à roupa.


Ora, perguntou o cliente, o que isso tem a ver com a medida do meu manto?


Paciente, o alfaiate explicou: "a informação é preciosa.


É que um mandarim recém-nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que anda com o nariz erguido, a cabeça levantada.


Nesse caso, preciso fazer a parte da frente maior que a de trás.


Depois de alguns anos, está ocupado com seu trabalho e os transtornos advindos de sua experiência.


Torna-se sensato e olha para diante para ver o que vem em sua direção e o que precisa ser feito em seguida.

Para esse costuro um manto de modo que fiquem igualadas as partes da frente e a de trás.


Mais tarde, sob o peso dos anos, o corpo está curvado pela idade e pelos trabalhos exaustivos, sem falar na humildade que adquiriu pela vida de esforços.


É o momento de eu fazer o manto com a parte de trás mais longa.


Portanto, preciso saber há quanto tempo o senhor está no cargo para que a roupa lhe assente perfeitamente."


O homem saiu da loja pensando muito mais nos motivos que levaram seu amigo a lhe indicar aquele sábio alfaiate, e menos no manto que viera encomendar.




Cargos e funções, são sempre responsabilidades que nos são oferecidas pela divindade para nosso progresso.


Não há motivo para vaidade, acreditando-se superior ou melhor que os outros.


Quando Pilatos assegurou a Jesus que tinha o poder de vida e morte, e que em suas mãos estava o destino de suas horas seguintes, o Mestre alertou-o dizendo: "Procurador, a autoridade de que desfrutas não é tua; foi-te concedida e poderá ser-te retirada."


De fato isso veio a acontecer. Apenas poucos anos após a morte de Jesus, o poder de Roma retirou do procurador da Judéia, Pôncio Pilatos, toda a autoridade.

Ele perdeu o cargo, o prestígio, e tudo que acreditava fosse eterno em suas mãos.



Toda autoridade deve se centralizar no amor e na vida exemplar, a fim de se fazer real.


A autoridade de que nos vejamos investidos deve ser exercida sem jamais ferir a justiça.


No desempenho dos nossos deveres, recordemos que só uma autoridade é soberana: aquela que procede de Deus, por ser a única legítima.



Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na Revista Brasil Rotário - julho de 1998, nº 913).

Esta mensagem foi lida por um desembargador durante a posse de um grupo de jovens juízes federais...

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