quarta-feira, agosto 19, 2009





Não seja de vidro


Momento Espírita



O melindre costuma causar estragos nas relações humanas.


Por excesso de sensibilidade, amizades são rompidas e grupos se desfazem.


A pessoa melindrosa ofende-se com muita facilidade.


Ela identifica intenções ofensivas nas coisas mais banais.


Uma simples brincadeira ou uma palavra mal escolhida podem fazê-la sentir-se gravemente ofendida.


Uma criatura tão delicada, fica sempre atenta aos atos e dizeres dos outros.


Se encontra qualquer coisa remotamente parecida com uma crítica, melindra-se.


Esse modo específico de sentir revela uma grande vaidade.


O melindroso imagina-se o centro das atenções aonde quer que vá.


Acredita que os outros se preocupam em excesso com ele.


Justamente por isso, pensa que tudo o que é feito ou dito a sua volta refere-se a sua pessoa.


E a realidade é que os homens gastam muito pouco tempo preocupando-se de forma definida com seus semelhantes.


Cada qual tem sua vida e seus problemas.


Salvo se você for uma sumidade em determinada área, provavelmente os que o rodeiam não se ocupam particularmente com seus atos.


Fora de seu grupo familiar, raramente alguém se detém para esmiuçar seu proceder.


E quando o faz, é por breve tempo.


Não se imagine o centro do mundo.


Os outros não falam ou agem com o firme propósito de ofendê-lo.


Eles nem pensam muito em você.


Não seja de vidro no trato com os semelhantes.


Não veja ofensas onde elas não existem.


Preocupe-se com a essência das coisas.


O corre-corre do mundo moderno nem sempre permite que tudo seja dito ou feito com a suavidade desejável.


Certamente você também não pensa inúmeras vezes em cada palavra que diz.


E igualmente não pauta sua vida pelo interesse de atingir os que o rodeiam.


Muitos de seus atos e palavras podem ser mal interpretados.


Ocorre que quem procura razão para sentir-se ofendido certamente encontrará.


Trata-se principalmente de um estado de espírito.


Conscientize-se dessa realidade.


Não se imagine mais importante do que na realidade é.


Viva com leveza e bonomia.


Se alguém criticar algo que você tenha feito, não se ofenda.


Não torne tudo pessoal.


A crítica nem sempre é destrutiva.


Aceite que você às vezes falha. As observações dos amigos podem auxiliá-lo a ser melhor.


Procure tolerar sem melindre, mesmo alguma observação maliciosa a seu respeito.


Em um ambiente descontraído, com freqüência alguém é motivo de piadas.


Trata-se de uma dinâmica especial de certos locais.


E a intenção raramente é ofender.


Tanto é assim que se altera constantemente o alvo da troça. É necessário que os participantes de um grupo ou meio social tenham liberdade uns com os outros.


Evidentemente, há limites para tudo.


Mas sem uma certa dose de sinceridade e espontaneidade, resta somente a formalidade e a hipocrisia.


Em um clima hipócrita, nada de real se cria e ninguém se sente seguro e à vontade.


Assim, seja leve em seu viver.


Não se ofenda a todo instante, por tudo e por nada.


Isso apenas o isolará de seus semelhantes, sem qualquer resultado útil.


Pense nisso.


Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1333&let=N&stat=0>