terça-feira, janeiro 26, 2010


Amabilidade


Momento Espírita



Benjamin Franklin costumava dizer que se alguém deseja ser amado, deve amar e ser amável.


A fórmula não é inédita. Francisco de Assis, em seu cântico, se propunha a muito mais amar do que ser amado.


E foi isso que aquela jovem sentada na lanchonete em frente à clínica, naquela manhã de primavera, pode comprovar por si mesma.


Ela não queria admitir, mas estava com medo. No dia seguinte deveria ser internada para fazer uma operação de alto risco.


Uma cirurgia na coluna vertebral.


Tinha perdido seu pai recentemente e se sentia desamparada, sozinha.


Parecia-lhe que a luz que sempre a guiava, tinha retornado ao céu.


Mesmo assim, ela tentava encontrar forças em sua fé. Intimamente, cerrando de leve os olhos, pediu com fervor:


“Senhor, nessa época de tanta provação, mande-me um anjo.”


Acabou seu lanche e se dirigiu ao caixa. Uma senhora idosa, andando vagarosamente, ficou à sua frente.


Ela começou a admirar a elegância da senhora. Um lindo vestido xadrez vermelho e preto, um lenço, um broche, um chapéu vermelho-escarlate.


Não se conteve.


“Desculpe, senhora”, disse-lhe. “Mas não posso deixar de lhe dizer como é bonita. Vê-la assim tão elegante encheu-me de alegria.”


A idosa se voltou para ela e a brindou com um sorriso.


“Deus a abençoe, minha jovem. Eu tenho um braço artificial, uma placa de metal no outro e uma perna não é minha.


Levo um bom tempo para conseguir me vestir. Tento me arrumar da melhor maneira possível.


Você sabe, à medida que os anos passam, parece que as pessoas pensam que não têm importância vestir-se bem.


Você fez com que eu me sentisse uma pessoa especial. Que o senhor a possa proteger e abençoar.


Você deve ser um anjo enviado por ele para alegrar o meu dia.”


A senhora se foi sem que a jovem conseguisse dizer uma só palavra.


Sentiu-se reconfortada ao ouvir toda aquela disposição de quem tinha tantas dificuldades e extravasava elegância e bem-estar.


Deus lhe enviara, afinal, o anjo que ela pedira.


E ela somente fora amável com alguém.


O amor é a virtude das virtudes. Veste-se de múltiplos modos e onde quer que se apresente, brinda sempre a quem o recebe com alegria, ventura, vida abundante.


Ninguém se move sobre o planeta se não for com o combustível do amor.


Amar é uma honra.


E o trabalho da compreensão, o esforço da paciência, a dedicação da caridade, o conforto da fraternidade – tudo isto é amor.


A firmeza da cooperação, a harmonia da afabilidade, a lucidez do bom alvitre são, também, parte do amplo espectro do amor.


***


Conscientes dos limites que ainda nos caracterizam, na Terra, devemos concluir que temos necessidade de continuar amando o mais que possamos.


Um elogio, um estímulo, uma realização feliz, uma construção do bem que esteja ao nosso alcance.


Dessa maneira, lançaremos no solo do mundo as nossas sementes de paz, cooperando com a paz ampla com que sonhamos.


Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Um anjo de chapéu vermelho, de Tami Fox, do livro Histórias para aquecer o coração, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante e do cap. 19 do livro A carta magna da paz, do Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1337&stat=3&palavras=diário%20da%20criaança%20que%20não%20nasceu&tipo=t>