terça-feira, janeiro 19, 2010



Mensagem para o amanhã


Momento Espírita



Quem observa esses frágeis seres que abrem seus olhinhos curiosos para o cenário do mundo, logo percebe como eles dependem dos adultos.


Bebês, pequeninos, com o aroma da inocência aureolando suas ações, andam na Terra em busca de carinho. Parecem aves implumes, tal sua delicadeza e fragilidade.


Às vezes, as vemos colocando suas mãozinhas nas pernas dos adultos, batendo de leve com seus dedinhos miúdos, erguendo os bracinhos a dizer sem palavras: Quero colo.


As crianças expressam assim seu desejo de serem carregadas. Desejo que às vezes é repelido com expressões grosseiras como: Não pego no colo, não. Vai andar! Quis vir junto, agora ande. Do contrário, poderia ter ficado em casa.


Isso cai sobre a cabecinha da criança como uma bomba. Não percebem, os que assim agem, que o pequeno tem menos resistência.


Dirão que a criança pula, corre, e brinca o dia todo, que, se tem energia para brincadeira, também deverá ter para andar.


Ora, na brincadeira a criança tem a recompensa do prazer. Ela brinca até cansar e ao se sentir exausta, para.


Até mesmo o bebê de poucos meses parece, por vezes desligar. É o período de calmaria, de repouso que ele busca.


A caminhada contínua, onde não lhe é permitido parar para observar o cachorro que late, o brinquedo colorido na vitrine, o movimento das pessoas que circulam rápido, faz com que ela se canse com maior rapidez.


Sem falar que, normalmente, os adultos esquecem que os pequenos estão juntos, e andam a passo acelerado, obrigando-os a quase correr para os acompanhar.


Outra situação que se repete com constância é a de crianças, no seu período de imitação, desejarem ser a cabeleireira da mãe.


Munidas de escova e pente, elas tentam criar o penteado que sua mente cataloga como maravilhoso. O que conseguem, em verdade, é despentear.


Mas elas insistem, põem a ponta da linguinha para fora da boca, demonstrando esforço, e alisam os cabelos com suas mãos. Satisfeitas, exclamam: Pronto.


Quantas vezes todo esse cuidado é repelido com as desculpas de: Vai estragar o meu penteado. Ou: Não tenho tempo para perder.


Atitudes dessa natureza, repetidas, terminam por passar para a criança que o sofrimento do outro, como o seu cansaço, não importa. O lema é: Cada um por si.


Não nos admiremos se, no futuro, nos depararmos com adolescentes frios e adultos indiferentes.


Pessoas que pensarão somente no seu bem-estar, no seu conforto, não se importando com a família, amigos ou colegas.


Nas relações humanas, como tudo na vida, a questão é de aprendizado e de semeadura.


* * *


Até aos 7 anos de idade a criança é mais suscetível às mensagens que recebe dos adultos.


A educação integral compreende, não somente o comportamento social, as boas maneiras, a conduta reta, mas também a questão afetiva, emocional e espiritual.
Assim, não desprezemos as carícias da criança. Dia virá, quando os anos se forem, que ansiaremos por quem se aproxime de nós e nos acaricie os poucos cabelos brancos.


Alguém que disponha de seu tempo para colocar sua cabeça junto da nossa e diga: Como vai minha velhinha, hoje?


Está cansada? Quer um carinho?


Redação do Momento Espírita.Disponível no CD Momento Espírita, v. 11, ed. Fep


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2496&stat=0>