sexta-feira, fevereiro 19, 2010



A Voz do silêncio


Momento Espírita



Aumenta volumosamente a balbúrdia no mundo.


Não há respeito pelo silêncio.


As pessoas perderam o tom de equilíbrio nas conversações, nos momentos de júbilo, nas comunicações fraternais.


Grita-se, quando se deveria falar, produzindo uma competição de ruídos e de vozes que perturbam o discernimento e retiram a harmonia interior.


As músicas deixam, a pouco e pouco, de ser harmônicas para se apresentarem ruidosas, sem nenhum sentido estético, expressando os conflitos e as desordens emocionais dos seus autores.


Cada qual, por isso mesmo, impõe o volume da sua voz, dos ruídos do lar, das comunicações e divertimentos através dos rádios e das televisões.


Há um predomínio da violência em tudo, nos sentimentos, nas conversações, nas atividades do dia a dia.


Há demasiado ruído no mundo, atormentando as criaturas.


* * *


A voz é instrumento delicado e de alta importância na existência humana.


Sendo o único animal que consegue articular palavras, o ser humano deve utilizar-se do aparelho fônico na condição de instrumento precioso, e de cujo uso dará contas à Consciência Cósmica que lhe concedeu admirável tesouro.


Jesus, o Sublime Comunicador, cuja dúlcida voz inebriava de harmonia as multidões, viveu cercado sempre pelas massas.


Sofreu-as, compadeceu-Se delas, mas não Se deixou aturdir pela sua insânia e necessidade.


Logo depois de as atender, recolhia-Se ao silêncio, fugindo do bulício, a fim de penetrar-Se mais pelo amor do Pai, renovando os sentimentos de misericórdia e de compreensão.


Procedia dessa forma, a fim de que o cansaço, que surge na balbúrdia, não lhe retirasse a ternura das palavras e das ações.


* * *


Necessitas, sim, de silêncio interior, para melhores reflexões e programações dignificantes em qualquer área do comportamento em que te encontres.


Aprende a calar e a meditar, a harmonizar-te e a não perder a seriedade na multidão desarvorada e falante.


Os grandes sábios do Cosmos sempre souberam silenciar.


Silenciar em oração perante as necessidades do outro. Silenciar em respeito ao sofrimento alheio.


Silenciar em consideração às idéias divergentes. Silenciar a vingança diante dos males recebidos.


É no mundo do silêncio que construímos as palavras edificantes que sairão de nossa boca.


É no mundo sem voz que elaboramos o canto que logo mais irá encantar ouvintes numa sala de concertos.


É no mundo do silêncio que embalamos nossos amores, que pensamos em melhorar, reformar e transformar.


Assim, saibamos dosar o silêncio em nossas vidas, evitando que a balbúrdia e a loucura se instalem.


Saibamos usar a voz com cuidado, a cada pronunciar de palavra, assim como o concertista o faz na interpretação de uma ópera.


A música elevada, assim como a vida, é feita de som, mas também de silêncio.


Redação do Momento Espírita com base no cap. Silêncio, do livro Jesus e vida, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2529&stat=0>