quarta-feira, maio 26, 2010


O servidor medroso


Momento Espírita




A parábola dos talentos é uma das mais conhecidas dentre as contadas por Jesus.


Segundo ela, um senhor que se ausentaria em viagem chamou seus servidores e lhes confiou seus bens.


A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro deu um.


Ao retornar de sua viagem, chamou os servidores para uma prestação de contas.


Os dois primeiros tinham multiplicado os talentos recebidos.


O senhor ficou satisfeito com sua fidelidade e prometeu lhes confiar mais coisas.


Entretanto, o terceiro limitou-se a enterrar o tesouro recebido.


Ao falar com o senhor, disse estar ciente da severidade dele e de que ele colhia onde nada semeara.


Por medo, não agira para multiplicar o talento que lhe fora confiado.


O senhor determinou que lhe tirassem o recurso que restara inútil em suas mãos.


É interessante observar a postura desse último servidor.


Por medo, ficou inerte.


Entendeu melhor enterrar seu talento do que se arriscar a cometer algum erro.


Terminou por perdê-lo de qualquer modo, tanto que foi entregue ao que já tinha dez talentos.


São inúmeras as leituras que se podem fazer dessa parábola.


Uma delas é que esses talentos representam os variados dons e recursos de que os homens são dotados.


A Providência Divina lhes faculta acesso a tesouros de inefável valor.


Pode ser a riqueza material, o dom da palavra, a vocação para as artes, para a maternidade, a medicina, o magistério.


Antes de retomar nova existência, renascendo, cada Espírito elabora, em linhas gerais, uma programação de vida.


Na existência terrena, lentamente os meios para cumprir o acordado e fazer o bem lhe chegam às mãos.


Nem sempre a criatura é feliz em suas opções.


São frequentes os êxitos parciais e mesmo os fracassos.


Como são imperfeitos e vivem para aprender, não é raro que homens se equivoquem.


Apenas é necessário tentar de verdade.


Dos equívocos surge a experiência, que facilitará o acerto mais tarde.


Nesse contexto, torna-se evidente o grave equívoco do servidor medroso.


Ele não se permitiu errar no empenho de acertar e ser útil.


Terminou por perder tudo sem ter auferido sequer a experiência oriunda da tentativa.


Convém refletir sobre isso sempre que surgir o desejo de desistir antes mesmo de tentar.


A prudência é uma virtude que mensura a eficiência dos meios de que se dispõe para a realização dos objetivos.


Se ela aponta alguma deficiência, esta deve ser trabalhada.


Entretanto, o medo é um péssimo conselheiro de vida.


Ele pode colocar a perder oportunidades valiosas de aprendizado e progresso.


Pense nisso.


Redação do Momento Espírita


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