terça-feira, junho 22, 2010



Culpas e desculpas


Momento Espírita


Você já refletiu sobre o que representa a culpa em nossas vidas?


Não há dúvida de que o sentimento de culpa é um dos grandes responsáveis por nossa infelicidade.


Quando fazemos algo que nos causa um desconforto íntimo pertinaz, é bem provável que seja a culpa se instalando.

Mas o que fazer para que esse sentimento não se aloje em nossa intimidade e nos traga fortes dissabores?


Parece lógico que a melhor atitude é a que elimina, em definitivo, esse desconforto de nossa alma.


E que atitude poderia ser mais eficaz do que um sincero pedido de desculpas?


Todavia pedir desculpas significa admitir que nos equivocamos, e isso mexe diretamente com nosso orgulho.

O que geralmente fazemos, então?

Ficamos remoendo o desconforto e buscamos alguém a quem culpar pela atitude que nossa consciência desaprova.


Não seria mais coerente pedir perdão?


Logicamente seria, mas o orgulho muitas vezes nos impede.


O que fazemos, então?

Preferimos nos punir de outra maneira. E geralmente optamos pelas enfermidades...


A consciência nos acusa, mas em vez de resolver a questão com a humildade de um aprendiz, preferimos a autopunição velada.


Em vez de pedir perdão, optamos pelo sofrimento. Em vez de aliviar a alma admitindo que somos frágeis e nos equivocamos, preferimos nos esconder sob a máscara de uma perfeição da qual ainda estamos distantes.


Por não admitir as nossas próprias fraquezas, também não as admitimos nos outros, e agimos com um rigor desmedido, infelicitando-nos e infelicitando os que conosco convivem.


Mais sensato seria reconhecer que somos aprendizes da vida, e que todo aprendiz tem o direito de errar, mas tem também o dever de corrigir o passo e seguir em frente.


Como aprendizes da vida, não estamos isentos do erro, da queda, das fragilidades que caracterizam a nossa condição de alunos imperfeitos.


Assim sendo, vale a pena agir como quem deseja crescer, aprender, ser feliz. E para isso é preciso saber pedir perdão, saber perdoar, saber tolerar...


Só não admite erros a pessoa que se julga infalível, perfeita, acima do bem e do mal. E essa, certamente é uma pessoa infeliz.

Se quisermos aprender a ser mais leves e menos presunçosos, observemos as crianças. Elas não têm vergonha de pedir desculpas, não guardam mágoa nem rancor.


Quando se machucam, elas choram... Pedem socorro, reconhecem sua fragilidade...


Se não conseguem alcançar algo, pedem ajuda. Para entender as coisas, perguntam várias vezes.


Quando sentem medo, admitem. Pulam no colo mais próximo ou se enroscam no pescoço do amigo ou irmão mais velho.


Isso se chama humildade, isso se chama pureza. Isso se chama sabedoria.


É por isso que as crianças aprendem. Elas não têm vergonha de ser aprendizes da vida.

* * *

O sentimento de culpa é um detrito moral que fustiga a alma. A pessoa que carrega esse fardo, sofre e não admite ser feliz.


Assim sendo, se você não tem a pretensão de ser infalível, perdoe-se, peça perdão, liberte-se desse lixo chamado culpa, e siga em frente.

Texto de Redação do Momento Espírita.


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