quarta-feira, agosto 11, 2010



O bem faz bem a quem o pratica



Momento Espírita


A frase não é inédita. Já a ouvimos muitas vezes. Contudo, parece que, a pouco e pouco, as pessoas começam a se convencer dessa verdade.



Pesquisa realizada, nos Estados Unidos, pelo Instituto Gallup, demonstra que 95% das pessoas afirmam sentir bem-estar com o exercício regular da filantropia.



Filantropia entendida como qualquer atividade que vise promover o bem-estar do semelhante.



Independe de dinheiro e pode estimular outros à realização de ações a benefício de alguém.



Exemplos existem muitos. Como o da atriz brasileira que, durante quase duas décadas, frequentou o presídio do Carandiru, desativado em 2002.



Ali ela criou o projeto Talentos aprisionados, promovendo cursos de teatro, dança, artes plásticas e literatura.



Ao descrever seu trabalho, ela o qualifica de recompensador, não só para quem ela ajudou, mas para si mesma.



Há quem diga que as pessoas praticam filantropia para aliviar a própria consciência, sem resolver a raiz do problema de quem, pretensamente, estariam auxiliando.



Nesse ponto, lembramos a frase de Madre Teresa de Calcutá: Se você não pode alimentar 300 pessoas, alimente apenas uma.



Assim, saber que uma criança, por exemplo, está abrindo um presente doado por alguém, pode não ser suficiente mas faz bem.



Fez uma criança feliz, mesmo que por breves momentos. Por um curto período, ela soube que sonhos podem se tornar realidade. E voltará a sonhar. E cultivar esperança.



E a pessoa, com certeza, partilhou daquela felicidade.



Por vezes, as pessoas se questionam se podem doar algo sem sair de casa. E a resposta é afirmativa.



Há muitas maneiras de se engajar em campanhas contra a fome, a doença, propondo-se à doação de valores, itens não perecíveis, roupas, medicamentos.



Contudo, quem, além de doar alguma coisa, doa a si mesmo, vai ao encontro do outro, melhor ainda se sente.



Uma história emocionante é de uma dona de casa que, em três anos, coletou e doou mais de 4.500 litros de leite materno para bebês órfãos na África.



Podemos ter ideia de quantas vidas terá salvo, com seu gesto? E como ela deve se sentir feliz, realizada?



* * *



Se você é dos que já se doa no trabalho, em casa, com familiares e acha impossível se doar mais, acredite, é possível.



Este é um convite para você se engajar nessa rede sem fronteiras, pelo bem.



Isso porque desejamos que você possa sentir a felicidade, o bem-estar por fazer o bem.



E se você não sabe o que fazer, onde começar, principie olhando a sua rua, os seus vizinhos, o seu bairro.



Verifique o que falta, quem tem necessidades.



Indague no seu templo religioso, no clube que frequenta.



Tenha certeza: sempre existe alguém, bem próximo a você, envolvido no bem. E você poderá ser mais um, nessa fieira de bondade.

Redação do Momento Espírita, com base no artigoCom a caridade na agenda, de Rodrigo Turrer, publicado na revista Época de 04.01.2010.

Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2702&stat=0>



A atriz Sophia Bisilliat, de 47 anos, acredita nos efeitos benéficos da filantropia.Durante duas décadas, ela frequentou quase diariamente o Carandiru, presídio de São Paulo desativado em 2002. “Aquilo era um mundo paralelo, desconhecido, que precisava de ajuda”, diz. Lá Sophia criou o projeto Talentos Aprisionados, que promoveu cursos de teatro, dança, artes plásticas e literatura. “Hoje eu vejo como foi um trabalho recompensador, não só para quem ajudei, mas para mim.” Sua história foi parar nas telas, no documentário Entre a luz e a sombra, de 2008, premiado pelo júri do festival de cinema de Biarritz, na França.


Rodrigo Turrer

A atriz Sophia Bisilliat, que por 20 anos se dedicou a ensinar arte a presidiários.
Ela frequentou quase diariamente o Carandiru, presídio de São Paulo desativado em 2002. “Aquilo era um mundo paralelo, desconhecido, que precisava de ajuda”, diz.

Lá Sophia criou o projeto Talentos Aprisionados, que promoveu cursos de teatro, dança, artes plásticas e literatura. “Hoje eu vejo como foi um trabalho recompensador, não só para quem ajudei, mas para mim.” Sua história foi parar nas telas, no documentário Entre a luz e a sombra, de 2008, premiado pelo júri do festival de cinema de Biarritz, na França.

A frase é de Madre Teresa de Calcutá: “Se você não pode alimentar 300 pessoas, alimente apenas uma”.

Muito além de uma visão religiosa da caridade, ela expressa uma certeza: fazer o bem é bom em qualquer quantidade.
Segundo estimativas da Giving USA, um dos principais centros filantrópicos dos Estados Unidos, 50% das ações de filantropia dos americanos se dão perto do Natal.

No Brasil, a situação é igual. Um em cada 340 brasileiros contribui ou participa de ações como voluntário ao longo do ano. Em dezembro, a proporção salta para um em cada 250. “Não há uma explicação exata para o êxodo filantrópico pós-natalino”, diz Nicole Bouchard Boles, especialista em consultoria para empresas que querem fazer filantropia.

Nicole é autora do livro How to be an everyday philanthropist: 330 ways to make a difference in your home, community, and world – at no cost! (em tradução livre,

Como ser um filantropo diário: 330 maneiras de fazer a diferença em sua casa, comunidade e no mundo – sem custo!), recém-lançado nos Estados Unidos.

No livro ela lista maneiras simples de tomar parte em projetos sociais. “Fazer caridade é bom, mas o importante é sentir-se bem ao fazê-lo, ser generoso no dia a dia, sem precisar para isso ser um milionário”, diz.

Estudos sugerem que a filantropia faz bem a quem a pratica. De acordo com uma pesquisa do Instituto Gallup, nos Estados Unidos, 95% das pessoas dizem sentir bem-estar depois de incluir a filantropia regularmente em sua vida. Outros estudos mostram que gente que pratica a generosidade vai menos ao médico e usa menos remédios.

A atriz Sophia Bisilliat, de 47 anos, acredita nos efeitos benéficos da filantropia.

Durante duas décadas, ela frequentou quase diariamente o Carandiru, presídio de São Paulo desativado em 2002. “Aquilo era um mundo paralelo, desconhecido, que precisava de ajuda”, diz. Lá Sophia criou o projeto Talentos Aprisionados, que promoveu cursos de teatro, dança, artes plásticas e literatura.
“Hoje eu vejo como foi um trabalho recompensador, não só para quem ajudei, mas para mim.” Sua história foi parar nas telas, no documentário Entre a luz e a sombra, de 2008, premiado pelo júri do festival de cinema de Biarritz, na França.

O exemplo de Sophia guarda semelhança com os listados no livro de Nicole Bouchard Boles. Uma das histórias que ela conta é a da dona de casa Jill Youse, que em três anos já coletou e doou mais de 4.500 litros de leite materno para bebês órfãos na África.

A própria Nicole é voluntária em cinco projetos. Ela diz entender que as atribulações do cotidiano muitas vezes empacam a generosidade.

“Nos doamos tanto no trabalho, em casa, com nossos familiares que achamos ser impossível nos doar mais”, afirma.

“Mas há pequenos gestos que podem nos impelir e motivar os outros, e isso nos faz descobrir o prazer de participar.”


Papo rápido > Nicole Boles

A consultora de filantropia diz como é possível fazer o bem mesmo sem sair de casa

ÉPOCA –
O que é filantropia para a senhora?

Nicole Boles
– É qualquer atividade cujo objetivo seja promover o bem-estar de nossos semelhantes. É uma ação privada feita para o bem público e que independe de dinheiro. Qualquer um pode ser um verdadeiro filantropo.

ÉPOCA
– Há quem diga que doar alivia a consciência, mas não resolve a raiz do problema. Qual é sua opinião?

Nicole
– Saber que uma criança está abrindo um presente que você doou no Natal pode não ser suficiente, mas faz bem, enquanto a inação não causa sentimento algum. O que proponho é alongar esse sentimento de bem-estar.

ÉPOCA
– É possível doar sem sair de casa?

Nicole
– Sim, e de muitas maneiras. Pela internet, por exemplo, você doar seu PC usado para o World Community Grid, que ajuda pesquisas de combate à fome e a doenças como malária e tuberculose.

Disponível em:<
revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI11...>.Acesso 11 Ag.2010.