quinta-feira, setembro 16, 2010



Quando o amor acaba


Momento Espírita



De repente, o que era luz se faz sombra. A época do namoro, as delicadezas e olhares apaixonados dão lugar à amargura, à aridez dos dias.


E muita gente afirma: O amor acabou!


Uma sentença que cai pesada sobre os ombros de quem ouve. O fim do amor talvez seja a mais triste notícia para um ser humano. Afinal, o amor move o Mundo e enche a vida de alegria.


Mas será que o amor acaba? Afinal, é um sentimento tão forte que ultrapassa a barreira dos relacionamentos pessoais e deságua nas relações sociais.


Onde há um grupamento humano há a necessidade de amor.


Amor de pais, de filhos, de amigos. Amor entre um homem e uma mulher. Que importa de que tipo é o amor?


Basta que ele exista para que seu perfume imediatamente transforme os ambientes, ilumine os olhos, torne o ar mais leve.


E se é tão essencial o amor, por que o deixamos acabar? Por que permitimos que ele se amesquinhe e seja sufocado?


É que nem sempre sabemos priorizar o que realmente é importante. Nem sempre sabemos cuidar das pessoas que mais amamos.


Por vezes tratamos mal justamente aqueles a quem mais queremos bem. São nossos pais, irmãos, esposos e filhos...


Eles deveriam ser nossa prioridade, mas parecem estar sempre em último lugar. Para eles deveríamos guardar os gestos de delicadeza, os afagos, as palavras gentis.


Pior ainda é quando permitimos que os abismos e silêncios aconteçam em nossa casa.


É como um câncer, que começa devagarzinho, vai se instalando e se torna incontrolável.


E tudo começa porque deixamos de conversar, de trocar experiências, de compartilhar o espaço que chamamos lar. E assim vamos nos afastando dos seres amados.


E ainda há a negligência. Deixamos de falar, de sorrir, de dar atenção aos de casa.


Concentrados em pessoas com as quais temos contato meramente social, aos poucos substituímos o grupo familiar pelos amigos, colegas de trabalho e até por gente que acabamos de conhecer.


Assim vamos deixando a vida seguir. De repente, quando percebemos, o tempo passou, os filhos estão adultos, os irmãos casaram, os pais morreram.


Ou estão idosos demais sequer para ter uma conversa divertida num fim de tarde. O trem da vida seguiu e nós nem o vimos passar.


É quando chega o arrependimento, a saudade, a vontade de ficar junto mais um pouco.


Nem sempre é preciso esperar: alguém que morre repentinamente, um acidente, uma doença inesperada.


E percebemos, então, que desperdiçamos o tempo que estivemos ao lado daquela pessoa especial;


daquele filho divertido;


daquela mãe dedicada;


daquele pai amoroso;


daquele companheiro que estava bem ao lado, caminhando junto.


Não. O amor não morre. Nós o deixamos murchar, apagar-se. É nosso desleixo, desatenção e preguiça que sufocam o amor.


Mas basta regar com cuidado, sorrisos e carinho, para que ele reviva.


Como planta ressequida, o amor bebe as palavras que lhe dirigimos e se reergue.


O amor não morre nunca. Mesmo que acreditemos que ele está morto e enterrado, que desapareceu, ele apenas aguarda que um gesto de amor o faça reviver.


Experimente! Olhe para as pessoas de sua família, para o seu amor, e lembre-se das belas coisas que viveram.


Não deixe que as más lembranças o contaminem. Focalize toda a sua atenção nos momentos mais felizes.


Abrace, afague, sorria junto, diga o quanto os ama.


E se, de repente, seu coração acelerar, seus olhos ficarem úmidos e uma indescritível sensação de felicidade tomar conta de você, não tenha dúvida: são os efeitos contagiantes e deliciosos do amor.


Redação do Momento Espírita.


Disponível <http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1823&let=Q&stat=0>. ACesso : 16 SET 2010.