domingo, novembro 14, 2010


O Amigo Ideal

Joanna de Ângelis




Sentimentos desencontrados se entrechocam nas tuas paisagens íntimas.



Em certos momentos, estás a ponto de explodir, tal a soma de desespero que te desgoverna, e, noutras ocasiões, pensas em parar, em desistir de tudo, tal o acúmulo de sofrimentos que te conduzem à exaustão.



Gostarias de encontar um amigo paciente e esclarecido, com quem pudesses desabafar, deixar que todas as tuas inquietações desfilassem, encontrando compreensão e diretrizes.



Sentes necessidade de novos afetos, como se fossem bálsamo salutar para o teu coração ralado de suspeição e tormentos.



Vê outras criaturas, sorridentes e felizes, que desfilam, dando a impressão de que a vida delas é um agradável convescote ou um carnaval permanente.



Como, porém, estás equivocado! A existência carnal é igual para todos os que se encontram na Terra, variando a circunstância e a intensidade das ocorrências para cada homem.



Corrige, desse modo, a tua óptica e cuida mais do teu critério de avaliação.



A aparência é a capa luminosa ou sombria que oculta a realidade.



Quem te veja e desconheça o que se passa em teu foro íntimo, se não te queixares, terá a impressão de que vives bem aquinhoado pela felicidade, enriquecido pelos favores do prazer...



Tu, porém, sabes que não é bem assim, o que se passa contigo, da mesma forma que não é, quanto supões, tão áspera e desditosa a tua marcha.



Se reflexionares melhor, constatarás que o número de bênçãos suplanta os teus questionamentos queixosos.



Relaciona o que possuis e quanto te favorece, em referência a outros que não dispõem desses valores e conquistas.



Ninguém, no mundo físico, pode desfrutar de tudo quanto gostaria, pois que se conseguisse já fruiria do " reino dos céus" que, afinal de contas, não tem lugar na esfera física.



Este amigo, que exibe felicidade e paira na opulência, invejado e cercado de carinho, atormenta-se, intimamente insatisfeiro com a vida, sentindo- se obrigado a manter a aparência, escondendo-se, magorado.



Essa dama, que se apresenta adornada de jóias finas e caras, requestada por uns e por outros invejada, disfarça, nos sorrisos, pesadas frustrações conjugais que ninguém imagina.



Aquele jovem, bem apessoado, que conquista o futuro com audácia, envolvido num halo de triunfo, iridescente como uma estrtela e conquistador como a luz, amarga-se, nas horas distantes do briblicom vencido por conflitos desconhecidos de todos.



A moça, que passa deslumbrante, vendendo beleza e juventude, qual se fosse uma deusa renascida das páginas mitológicas, desprezando candidatos ou entregando-se a dissipaçoes absurdas, aturde-se em confuso estado de timidez, que a desconcerta e vence.



A legião dos infelizes-infelicitados cresce, diariamente, e as estatísticas são assustaduras, especialmente nas áreas das patologias da loucura, do vício, das fugas espetaculares.



Há muita ilusão e sonhos tornados pesadelos do que imaginas.



A visão azul do cosmo não é real...



A Terra é educandário e não jardim edênico.



Da mesma forma que anelas por aquele amigo que te pudesse ajudar na solução das tuas dificuldades, alguém te observa, supondo que o és para as necessidades dele. Mesmo que não o sejas, esforça-te, passa a doar, a socorrer.



Começa, mediante pequenas tarefas gratificantes do amor fraterno.



Assume singelos deveres; gera alegria em tua volta; produze bem- estar; pensa em alguém com simpatia; supera o azedume...



Tentativas de renovação culminam em conquistas, em realizações edificantes.

 
 
Assim fazendo, tua mente abrirá espaço para ouvir a orientação anelada, e os sentimentos renovados propiciarão a tua sintonia com o amigo Ideal, que é Jesus, que espera somente Lhe concedas o ensejo de ajudar-te e conceder-te a alegria que buscas.
 
 
 
Pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia do médium Divaldo Pereira Franco.

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