quinta-feira, março 17, 2011


Caridade, A Meta


Joanna de Ângelis


Guarda, na mente, que a caridade em teus atos deve ser a luz que vence a sombra.

Enquanto não compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem a realiza, ligando o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da virtude por excelência.


Poderás repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o sentimento da amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a essência da caridade.


Repartirás tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não ofertares compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.


Atenderás aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não adicionares ao gesto a gentileza fraternal, estarás apenas desincumbindo-te de um mister de pequena monta.


Ofertarás o pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras de bondade, não alcançaste o sentido real da caridade.


Distribuirás haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não obstante, sem o calor do teu envolvimento emocional em relação a eles, não atingiste o fulcro da virtude superior.


A caridade é algo maior do que o simples ato de dar.


Certamente, a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe sofre a falta. Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que o amor se faça presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na ação beneficente.


A caridade material preenche os espaços abertos pela miséria sócio-econômica, visíveis em toda parte.


Além deles, há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que renteiam contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto.


A indulgência, em relação aos ingratos e agressivos;


a compaixão, diante dos presunçosos e perversos;


a tolerância, em favor dos ofensores;


a humildade, quando desafiado ao duelo da insensatez;


a piedade, dirigida ao opressor e déspota;


a oração intercessória, pelo adversário;


a paciência enobrecida, face às provocações e à irritabilidade dos outros;


a educação, que rompe as algemas da estupidez e da maldade que se agasalham nas furnas da ignorância gerando a delinqüência e a loucura...


A caridade moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.


Exercendo-a, recorda também da caridade em relação a ti mesmo.


Jesus, convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as modalidades da caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais perfeito que se conhece, tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do mal, através da ação do amor.


Caridade, pois, eis a meta.



FRANCO, Divaldo Pereira. Da obra: Vigilância.Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.1a edição. Salvador, BA: LEAL, 1987.


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