segunda-feira, setembro 26, 2011




Um ajuste de vontade
 

Certa feita, Jesus afirmou que não fazia a Sua vontade, mas a do Pai do céu.


Em uma leitura apressada, talvez se conclua que Ele abdicou de Sua liberdade enquanto esteve na Terra.


Nessa linha, teria renunciado até à faculdade de querer, para atender os desígnios Divinos.


Ocorre que a liberdade é um dos grandes atributos espirituais, que confere mérito a qualquer conduta.


Nenhum ser humano minimamente equilibrado e refletido se disporia a agir como marionete.


Quem aceitaria se tornar um escravo, mesmo a preço de ouro?


Jesus também disse que a verdade nos libertaria.


Bem se vê o quanto a liberdade é preciosa, pois representa a culminância de um processo de aprendizado.


Quando o Espírito compreende a essência dos mecanismos que regem a vida, torna-se amplamente livre.


Liberta-se da ardência dos sentidos, de dores e de vícios.


A liberdade é uma Lei da vida.


Tem como suas naturais contrapartes a responsabilidade e o mérito.


Porque pode optar entre várias condutas possíveis, a criatura tem mérito ou demérito conforme o que decida realizar.


A ninguém é lícito suprimir a liberdade do próximo ou transferir a responsabilidade dos seus atos a terceiros, ao segui-los sem refletir.


Assim, ao eleger a vontade Divina como Sua, Jesus não abdicou da Sua própria liberdade.


Ele a utilizou da forma mais sublime possível.


Absolutamente livre em Sua excelsa pureza e sabedoria, decidiu querer o que Deus queria.


Por livre vontade, tornou-Se o instrumento da misericórdia Divina na Terra.


Fez-se professor, médico e amigo de Seus irmãos menores.


O Cristo não Se ressentia da missão que Lhe cabia.


Não reclamava e nem blasfemava.


Com Seu íntimo asserenado pela completa integração com o Divino, foi forte e sábio em todas as situações.


Convém refletir sobre esse significativo exemplo.


O melhor que pode ocorrer a qualquer criatura é ajustar sua vontade aos desígnios Divinos.


Deus é pleno de um amor incomensurável e deseja o melhor para Seus filhos.


Por isso, faculta-lhes tantas reencarnações de aprendizado e resgate quantas sejam necessárias.


A finalidade dessas incontáveis experiências é que o Espírito vença a si mesmo e se torne radiosamente sublime.


Ciente disso, não reclame de dificuldades, não se sinta uma vítima e nem se rebele.


Cumpra com dignidade todos os seus deveres, por difíceis que se apresentem.


Mas o faça satisfeito, e não desgostoso, como quem cumpre uma pena.


Realizar fantasias e satisfazer apetites dificilmente lhe trará plenitude.


Mas se integrar na ordem cósmica, pelo amoroso cumprimento do papel que lhe cabe no mundo, garantirá seu acesso a vivências de gloriosa alegria.


Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.Disponível em www.momento.com.br


Nenhum comentário:

Postar um comentário

“Deixe aqui um comentário”