segunda-feira, fevereiro 20, 2012

As Folias de Momo - Theresa de Brito




As Folias de Momo


Theresa de Brito


Nas considerações amadurecidas dos espiritualistas, em geral, e, particularmente, dos espiritistas, não podempassar em branco a questão vibratória e os elementos fluídicos, que a tudo envolvem.

Muita gente se expressa com honestidade, asseverando que vai para o carnaval sem intenções malévolas, vai apenas pela distração, pela empolgação, pelo movimento. Entretanto, a sintonização está formada.


Mergulhados nas mesmas energias em que todos se encharcam, em franca cadeia de interesses similares, toda a gente se mantém no mesmo caldo de nutrição psíquica. Assim, a boa intenção contrasta com a inutilidade e materialidade dos referidos interesses, não tendo, então, o bem-intencionado, a inocência ou a escusa que a si mesmo se atribui.

Há tantas formas de divertimentos, de descontração, de alegria salutar e aprimoramento individual ou coletivo;por que, dessa maneira, a escolha do carnaval?

O provérbio que assevera: "dize-me com quem andas e o que fazes e te direi quem és..." alcança seu verdadeiro sentido, quando o analisamos dentro desse aspecto.

Em considerando as leis fluídicas, não podemos menosprezar a influência nociva de Entidades desencarnadas que, mesmo fora do corpo somático, persistem tal como eram, quando encarnadas, e, a partir daí, associam-se aos foliões, pelas leis de afinidade psíquica.

Deprimidos, violentos, zombadores, levianos, sexólatras, estúrdios, magnetizadores impiedosos, todos estes tipos de desencarnados se ajustam aos encarnados que lhes dão guarida mental, o que sempre acontece.

Pais e mães! Vocês que já receberam as notícias do Evangelho, que já sabem dos objetivos do Cristo ao vir a Terra, que são objetivos de avanço espiritual, de crescimento para a Luz, não cochilem, nem se percam na importante missão de orientar sua prole.

Um filho é um tesouro, não dúvida! Não o exponha aos larápios de sua paz em estruturação, não os abandonem à sanha dos ladrões da dignidade, tão arduamente transmitida.

Quando sejam crianças, menores, dependentes da sua experiência, não os enviem às folias momescas, ainda que na companhia de avós, tios, amigos ou de outros. Vocês responderão pela segurança deles, mesmo que não estejam junto deles.

Orientem seus filhos para melhor aproveitamento da vida. Ajudem-nos a fazer nobres escolhas para os seus próprios caminhos. Não se magoem, nem se importem, com os possíveis comentários maliciosos de zombaria em tomo da sua atitude, advindos de parentes ou companheiros do seu cotidiano. Vocês darão conta das suas responsabilidades, não se olvidem, e não se preocupem com as ações ou concepções alheias.

Numa sociedade em que a vida familiar tem sido tão difícil, tão escassa, por que não aproveitar os dias carnavalescos para conviverem bem mais juntos, seja no lar, num sítio arborizado, nas paisagens refazentes do mar ou da montanha, estreitando os vínculos do carinho, prestando atenção a tantos lances importantes da vida dos nossos queridos, antes inobservados?

Não se permitam poluir, pais terrestres, e lutem por preservar os seus filhos dessa ilusão passageira.

O imediatismo de Momo, os gozos das folias, as alegrias do carnaval, tudo isso se desvanecerá, como todo fogo fátuo, e deixará os que neles se locupletaram nas valas da frustração e do arrependimento, mais cedo ou mais tarde.

Vocês, pai e mãe, atentos a nobre tarefa de educar seus rebentos, envolvam-nos com seu amor e sua assistência para que eles amadureçam assim, e a harmonia atinja mais rapidamente os arraiáis do mundo,transformando as paixões inferiores em prazer renovador e são.

Se alguém, em lhes percebendo a atitude, perguntar: "o que é que há demais no carnaval?" Não se preocupem, nem se agastem em responder. Saibam, contudo, que "demais" nada há no carnaval, só há “de menos”, e sigam adiante, verdadeiramente felizes, a trilha da anelada libertação, aureolados pela gratidão dos seus filhos ditosos,atendendo aos programas de amadurecimento e iluminação , para o qual reencarnaram vocês e eles no mundo atual.


TEIXEIRA, José Raul pelo Espírito Theresa de Brito . Do livro Vereda Familiar.

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