terça-feira, setembro 04, 2012

Abnegação - Momento Espírita




Abnegação


        A evolução espiritual é um fenômeno bastante complexo, que se dá em sucessivas fases.


         No começo, predomina a natureza corpórea.
   

         Dominada pelos instintos, a criatura dedica seu tempo e seu interesse a atividades comezinhas.


         Comer, vestir-se, abrigar-se, procriar e cuidar da prole, eis a que se resumem suas preocupações.


         Nesse período, o egoísmo é marcante.


         Os instintos de conservação da vida e da preservação da espécie têm absoluta preponderância.


         Com o tempo, o ser começa a desvincular-se de sua origem.


         A inteligência se desenvolve, o raciocínio se sofistica e o senso moral desabrocha.


         As invenções tornam possível gastar tempo com questões não diretamente ligadas à sobrevivência.


         Viver deixa de ser tão difícil, sob o prisma material.


         Em compensação, começam os dilemas morais.


         Com a razão desenvolvida, a responsabilidade surge forte nos caminhos espirituais.


         O que antes era admissível passa a ser um escândalo.


         A sensibilidade se apura e a criatura aspira por realizações intelectuais e afetivas.


         Essa nova sensibilidade também evidencia que o próximo é seu semelhante, com igual direito a ser feliz e realizado.


         Gradualmente se evidencia a igualdade básica entre todos os homens.


         Malgrado possuidores de talentos e valores diversos, não se distinguem no essencial.


         Uma chama divina os anima e a todos conduzirá aos maiores cimos da evolução.


         Contudo, o abandono dos hábitos toscos das primeiras vivências não é fácil.


         Séculos são gastos na árdua tarefa de domar vícios e paixões.


         As encarnações se sucedem enquanto o Espírito luta para ascender.


         O maior entrave para a libertação das experiências dolorosas é o egoísmo, que possui forte vínculo com o apego às coisas corpóreas.


         Quanto mais se aferra aos bens materiais, mais o homem demonstra pouco compreender sua natureza espiritual.


         O Espírito necessita libertar-se do apego a coisas transitórias.


         Apenas assim ele adquire condições de viver as experiências sublimes a que está destinado.


         Quem deseja sair do primitivismo deve combater o gosto pronunciado pelos gozos da matéria.


         O melhor meio para isso é praticar a abnegação.


         Trata-se de uma virtude que se caracteriza pelo desprendimento e pelo desinteresse.


         A ação abnegada importa na superação das tendências egoístas do agente.


         Age-se em benefício de uma causa, pessoa ou princípio, sem visar a qualquer vantagem ou interesse pessoal.


         Certamente não é uma virtude que se adquire a brincar.


         Apenas com disciplina e determinação é que ela se incorpora ao caráter.


         Mas como ninguém fará o trabalho alheio, é preciso principiar em algum momento.


         Comece, pois, a praticar a abnegação.


         Esforce-se em realizar uma série de atitudes com foco no próximo.


         Esqueça a sua personalidade e pense com interesse no bem alheio.


         Esse esforço inicial não tardará a dar frutos.


         O gosto pelo transitório lentamente o abandonará.


         Ele será substituído pelos prazeres espirituais.


         Você descobrirá a ventura de ser bondoso, de amparar os caídos e de ensinar os ignorantes.


         Esses gostos suaves e transcendentes o conduzirão a esferas de sublimes realizações.


         Pense nisso.



         Redação do Momento Espírita. Disponível em www.momento.com.br

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