Arte e ciência de ajudar
Joanna de Ângelis
A indiferença ante a dor do próximo é congelamento da
emoção, que merece combate.
À medida que o homem cresce espiritualmente, mais se lhe
desenvolvem no íntimo os sentimentos nobres.
Certamente não se devem confundi-los com os desregramentos
da emotividade; igualmente não se os podem controlar a ponto de tornar-se insensível.
No bruto, a indiferença é o primeiro passo para a crueldade,
porta que se abre na emoção para inúmeros outros estados de primitivismo.
A indiferença coagula as expressões da fraternidade e da
solidariedade, ensejando a morte do serviço beneficente.
O antídoto para este mal, que reflete o egoísmo exacerbado,
é o amor.
*
Se não pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao menos
minora-o com migalhas do que te excede.
Se não queres conviver com a dor do teu irmão, ajuda-o a
tê-la diminuída com aquilo que te esteja ao alcance.
Se defrontas multidões de necessitados e não sabes como
resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua parte.
Se te irrita a lamentação dos que choram, silencia-a com o
teu contributo de amizade.
Imagina-te no lugar de algum d’Eles e saberás o que fazer,
como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.
*
Ninguém está seguro de nada, enquanto se encontra na Terra.
A roda das ocorrências não pára.
Quem hoje está no alto, amanhã terá mudado de lugar e
vice-versa.
E não só por isso.
Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina por
abrir o coração em amor.
Dá o primeiro passo, o mais difícil. Repete-o, treina os
sentimentos e te adaptarás à arte e ciência de ajudar.
*
Há quem diga que os infelizes de hoje estão expiando os
erros de ontem, na injunção de carmas dolorosos.
Ajudá-los, seria impedir que os resgatassem.
É correto que a dor de agora procede de equívocos
anteriores, porém, a indiferença dos enregelados, por sua vez, está-lhes criando situações penosas para mais
tarde.
Quem deve paga, é da Lei. Mas, quem ama, dispõe dos tesouros
que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam.
É semelhante à chama, que acende outros
pavios e sempre faz arder, repartindo-se, sem nunca diminuir de intensidade.
Faze pois, a tua opção de ajudar e o mais a Deus pertence.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis .
Momento de Meditação, CAP.9 , p. 11.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”