quarta-feira, outubro 24, 2012

Ego e eu - Joanna de Ângelis





Ego e eu

Joanna de Ângelis



A batalha mais difícil de ser travada ocorre no teu mundo íntimo.


Ninguém a vê, a aplaude ou a censura.


É tua. Vitória, ou derrota, pertencerá a ti em silêncio.


Nenhuma ajuda exterior poderá contribuir para o teu sucesso, ou conjuntura alguma te levará ao fracasso.

*

Os inimigos e os amigos residem na tua casa interior e tu os conheces.


Acompanham-te, desde há muito estás familiarizado com eles, mesmo quando te obstinas por ignorá-los.


Eles te induzem a glórias e a quedas, aos atos heróicos e às fugas espetaculares, erguendo-te às estrelas ou atrelando-te ao carro das ilusões.

*

São conduzidos, respectivamente, pelo teu Ego e pelo teu Eu.


O primeiro comanda as paixões dissolventes, gerando o reinado do egoísmo cego e pretensioso que alucina e envilece.


É herança do primarismo animal, a ser direcionado, pois que é o maior adversário do Eu.


Este é a tua individualidade cósmica, legatária do amor de Deus que te impele para as emoções do amor e da libertação.


Sol interno, é chama na fumaça do Ego, aguardando o momento de a dissipar, a fim de brilhar em plenitude.

*

O Ego combate e tenta asfixiar o Eu.


O Eu é o excelente libertador do Ego.

*

Sob disfarces, que são as suas estratégias de beligerância criminosa, o Ego mente, calunia, estimula a sensualidade, fomenta a ganância, gera o ódio, a inveja, trabalha pela insensatez.


Desnudado, o Eu ama, desculpa, renuncia, humilha-se e serve sem cessar.


Jamais barganha ou dissimula os seus propósitos superiores.

*

O Ego ameaça a paz e se atulha com as coisas vãs, na busca instável da dominação injusta.


O Eu fomenta a harmonia e despoja-se dos haveres por saber que é senhor de si mesmo e não possuidor dos adornos destituídos de valor real.

*

César cultivava o Ego e marchou para a sepultura sob as honrarias que ficaram à sua borda, prosseguindo a sós conforme vivia.


Jesus desdobrou o Eu divino com que impregnou a Humanidade e, ao ser posto na cruz, despojado de tudo, prosseguiu, de braços abertos, afagando todos que ainda O buscam.


O Ego humano deve ceder o seu lugar ao Eu cósmico, fonte inesgotável de amor e de paz.


Não cesses de lutar, nem temas a refrega.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Momentos de Meditação, CAP.4.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

“Deixe aqui um comentário”