Imagem de Maria de Nazaré,
ditada por Emmanuel ao pintor Vicente Avela através da mediunidade de Chico
Xavier. Em uma rápida entrevista, Chico frisou que a fisionomia de Maria é tal
qual Ela é conhecida quando suas visitas às esferas espirituais mais próximas e
perturbadas da crosta terrestre; como a Legião dos Servos de Maria que agem na
instituição em amparo aos suicidas que está detalhado no livro Memórias de um
suicida.
Os Espíritas e Maria
Alamar Régis Carvalho
Você acha que pelo fato do catolicismo fazer aquela
reverência exagerada a Maria, na prática da Mariolatria, citando-a mais do que
ao próprio Jesus, represente motivos para pessoas de outras crenças e
filosofias, não católicas, obviamente, fazerem restrições a esse espírito que
Deus confiou a missão de ser a mãe de Jesus quando encarnado?
Nos segmentos protestantes é muito comum a gente ver aquela
reação terrível. Qualquer personalidade do velho testamento é mais importante
do que Maria, qualquer personalidade do Evangelho, dos atos dos apóstolos e das
epístolas é mais importante que Maria. Pouco se ouve, em uma igreja
protestante, a escolha de um trecho do Evangelho, (já que os pastores escolhem
a bel prazer o trecho da Bíblia que deve ser o assunto do culto), que tenha
alguma citação de Maria.
Inclusive eu tive a infeliz oportunidade de ouvir, certa
vez, em Belém do Pará, um pastor maluco, que fazia um programa numa emissora de
rádio daquela cidade, conclamar o seu povo a sair à rua para quebrar a imagem de
Nossa Senhora de Nazaré, no segundo domingo de outubro, quando se pratica a
maior romaria católica do Brasil, que é o Círio de Nazaré, que sempre coloca
mais de um milhão de pessoas na rua, numa movimentação religiosa gigantesca.
O fato não se consumou por causa de uma eficiente ação da
polícia que agiu, com muita cautela e prudência, no local onde os que
“aceitaram Jesus” estavam se reunindo. Se a coisa fosse levada em frente,
certamente seria uma tragédia, por irresponsabilidade de um religioso insensato.
E no movimento espírita, como é a relação dos espíritas com
Maria?
Em princípio vamos relembrar Chico Xavier, um nome
extraordinário que Deus nos privilegiou em fazê-lo encarnar em nosso País e que
serviu para todos nós como um exemplo de amor. Chico sempre se dirigiu a Maria
com muito respeito, carinho, afeto e devoção. Nunca deixou de ser espírita por
causa disso, muito menos de ser médium. Nunca deixou de ser fiel a Kardec,
mesmo porque o seu espírito orientador, o Emmanuel, que fora padre em encarnação
passada, fez questão de orientá-lo nos primeiros momentos da relação de ambos,
quando lhe deu conhecimento da obra que seria passada ao mundo pela sua
mediunidade: “Se eu lhe passar algum conceito que lhe deixe alguma dúvida,
fique com Kardec”.
Só que no movimento espírita você não encontra, ou encontra
muito raramente, esse respeito e consideração a Maria, como Chico teve e como
ela merece.
Não estou falando em idolatria nem reverências exageradas,
como fazem os católicos, estou falando em respeito e tratamento a um espírito
que há dois mil anos esteve aqui, ainda mais na condição de mãe do próprio
Jesus, posição que não é pra qualquer um.
Talvez alguns queiram argumentar que ela não valorizou o seu
filho o quanto deveria ter valorizado e que, inclusive, ele não dera bola para
ela e seus irmãos, naquele momento do Evangelho em que foram chamá-lo, para
atendê-los, quando ele respondeu com o: “Quem é minha mãe? Quem são meus
irmãos?”, citação que todo espírita conhece.
E daí? Ela teria que ser a perfeição absoluta? E você, que
busca este argumento, por acaso valoriza os seus entes mais próximos o quanto
deveriam ser valorizados? Ama-os o quanto deveria amá-los? Não esqueça do
ditado popular que todos nós praticamos, em relação aos nossos entes: “santo de
casa não faz milagres”, relembrando que quem não os deixa brilhar somos nós
mesmos. Como é que poderíamos querer exigir esta perfeição dos outros?
Registramos casos de expositores serem criticados e até
afastados de palestras de centros espíritas, pelo fato de terem citado Maria,
com o valor que ela merece.
Pessoas são chamadas atenção, em vários centros espíritas,
porque proferem preces citando Maria.
Há cobranças a determinados espíritas, pelo fato de terem em
suas casas algum quadro na parede com um retrato de Maria ou, principalmente,
alguma imagem de uma das inúmeras representações dela.
Acham sempre que essas pessoas não são espíritas ou que
estejam enxertando o catolicismo no Espiritismo.
Eu já vi um espírita receber a determinação da diretoria do
centro, onde trabalhava, para que retirasse um adesivo da imagem de Nossa
Senhora Aparecida do vidro do seu carro.
Por que essas coisas acontecem? Que segurança doutrinária é
essa, das pessoas que agem com tanta intolerância?
É claro que um espírita consciente jamais rezará uma “...
Santa Maria, mãe de Deus...”, porque ela de fato nunca foi mãe de Deus e sim de
Jesus. Claro, não podemos nos curvar aos equívocos católicos, em que pese
encontrarmos, por incrível que pareça, espíritas orando, em alguns centros
(poucos, é claro, mas existem) até mesmo o “Credo”, dizendo “creio na “santa”
igreja católica, na comunhão dos anjos, na remissão dos pecados, na
ressurreição da carne, na vida eterna, amém.”
É um absurdo e é coisa de gente que ainda não entendeu o que
é o Espiritismo.
Mas daí a tratar o Espírito Maria sem o devido valor, é
lamentável.
Temos carinho especial por Paulo de Tarso, muito citado por
nós espíritas, que sem dúvida tem o seu valor, por tudo que fez pela difusão do
Evangelho. Todavia não podemos desconsiderar que no tempo de Jesus ele ainda
era um homem que matava e mandava matar, como fez com Estevão. Maria já era a
mãe de Jesus.
Amamos intensamente o nosso querido Emmanuel que, na época
de Jesus foi o Senador romano Públio Lentulos.
Temos carinhos especiais por espíritos que hoje são, de
fato, trabalhadores e benfeitores na causa espírita, mas que bem depois de
Jesus promoveram atos não muito recomendáveis, quando Maria, há séculos e
séculos atrás, já era um espírito de amor.
Será que não dá pra nós espíritas analisarmos com mais
carinho a realidade desse espírito?
Não precisa enaltecê-la com aquela conversa de virgindade
não, que aquilo ali é uma das maiores bobagens que a igreja já inventou, mesmo
porque a presença ou ausência de hímen não tem absolutamente nada a ver com a
dignidade ou qualquer influência moral na mulher.
Tratemos a mãe de Jesus pelo menos com o carinho que temos
para com a Meimei, a Sheila, a Joanna de Ângelis, Amália Domingos Soler, Maria
Angélica e tantos outros espíritos que animaram corpos femininos, com tanto
amor e tanta dignidade.
Maria não é patrimônio da igreja católica nem tem qualquer
responsabilidade pelo endeusamento que dão a ela.
É simplesmente um espírito evoluidíssimo que deve ser
considerado por nós no nível em que está, porque, se foi escolhida por Deus
para ser a mãe do próprio Jesus, o bom senso nos demonstra que um valor muito
especial ela tem.
Esteja conosco, Maria.
Nossa humilde homenagem à Maria , Mãe Santíssima que tão amorosamente tutela a equipe dos Espíritos Samaritanos ou Socorristas, encarregados de recolherem os Espíritos nas regiões umbralinas
Fonte:
http://www.ieja.org/portugues/Estudos/Artigos/p_osespiritasemaria.htm. Acesso 12 OUT 2012.
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