quinta-feira, junho 12, 2014

Convite à prudência - Joanna de Ângelis








Convite à prudência

Joanna de Ângelis



“De maneira que andem na prudência dos justos.”(Lucas: capítulo 1º, versículo 17)


Este, precipitando conclusões mentais chegou, através de raciocínios falsos, a desequilíbrio injustificado.


Aquele, acoimado por inquietação exorbitante, atirou-se em torvelinho pela rota, cansando-se, exaustivamente, a meio da jornada.


Esse, por distonia da razão, desesperou-se sem motivo real e exauriu as possibilidades da serenidade interior.


Aqueloutro, pelo hábito contumaz da irreflexão, saltou no despenhadeiro
da loucura, perdendo a oportunidade feliz.


Estoutro, condicionado pelas aflições exteriores, deixou-se empolgar pela ira e agiu com desacerto.


Essoutro, vitimado pelos condicionamentos da vida em desordem, permitiu-se corromper, antes de usar as ensanchas do bem, perdendo-se a si mesmo.


A prudência é atitude de sabedoria. Prudência no falar; prudência no agir;
prudência quando pensar.


Falar com prudência conduz o homem a atitude refletida, pois falando o homem perde o domínio das palavras, que, desatreladas, lavram incêndios, promovem conflitos, desarticulam programas salutares.


A palavra não pronunciada é patrimônio precioso de que o homem se pode utilizar no momento justo; a palavra liberada pode converter-se, quando dita
sob impropérios, em látego que volta a punir o irresponsável que a libera.


A ação precipitada, sem a necessária prudência, invariavelmente engendra desacertos e aflições sem nome, conduzindo o aturdido ao despenhadeiro do
insucesso, em cuja rampa o remorso chega tardio.


Antes de agir o homem é depositário de todos os valores que pode investir.
Após a ação colhe os resultados do ato.


Agir, portanto, através da ponderação a fim de que a atitude não se converta em algoz, que escravize o próprio instrumento.


Pensar prudentemente.


Uma palavra que nos chega aos ouvidos, ferinte, conduz-nos a uma posição exaltada, impedindo, em conseqüência, a perfeita ordenação mental, que assim nos induz, através de ângulos falsos da observação perturbada, a
resultados danosos.


Pensar-refletindo predispõe a ouvir, acostumando a ver, criando o hábito de ponderar para, então, chegar às legítimas conclusões em torno dos veros
problemas da vida.


Precipitado, Napoleão conquistou a Europa e, refletindo, meditou tardiamente nos erros cometidos, em Santa Helena.


Conduzido pela supremacia da força, Alexandre Magno dominou o mundo e febres estranhas tomaram-lhe o corpo jovem, antes das reflexões de que
muito necessitava.


Com prudência Jesus pensou, falou e agiu.


Construído, paulatinamente, surge um reino de venturas plenas que a pouco e pouco, não obstante a precipitação destes ou daqueles apaniguados do mundo, vai fixando os seus alicerces no imo dos homens, como bandeira de paz e de esperança para a humanidade inteira na direção dos milênios.


Prudência, pois, como atitude de santificação interior.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis .Convites da Vida, CAP 43.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

“Deixe aqui um comentário”