quinta-feira, dezembro 20, 2012

A Promessa de Natal - Howard D. Fencl






A Promessa de Natal

Howard D. Fencl


Vi um caminhão cheio de árvores de Natal e cada uma tinha uma história para contar.

O motorista, colocou-as em fila e ficou à espera que as pessoas as viessem comprar.

Pendurou umas luzinhas brilhantes e uma placa em que se podia ler em
vermelho:


ÁRVORES DE NATAL PARA VENDER.


Quando o homem se servia de chocolate quente duma garrafa térmica fumegante, uma mãe, um pai e um menino pararam o carro apressados e começaram a procurar a árvore mais bonita de todas.


O rapazinho ia à frente e com um olhar reluzente,  exclamou:


- Elas têm cheiro de Natal, mãe! 

Sinto o cheiro de Natal em todo lado. 

Vamos comprar uma árvore de quilômetros de altura. 

A maior que pudermos encontrar.

Uma árvore que chegue ao teto e nem dê para carregar.

Uma árvore tão grande que até mesmo o Pai Natal, quando olhar, se admire e diga:

"Esta é a árvore mais bela que já vi neste Natal!”


Para achar o pinheirinho perfeito procuraram com muito cuidado. 

Aqui e ali, e até mais de uma vez, o pai examinou e balançou mais de seis.


- Mãe, mãe, encontrei, encontrei, o pinheirinho do que mais gostei! 

Tem um raminho partido, mas pode ficar disfarçado. 

Do anjinho da avó tiraremos o pó e lá no alto ficará a guardar-nos.

- Podemos comprá-la? Por favor, por favor!- pediu com fervor.

- Que tal um chocolate quente? - perguntou o vendedor indulgente, enquanto abria o termo para aquela gente.

- Isto sim vai aquecer o ambiente!

E em três pequenos copos de papel serviu o chocolate quente.

Brindavam, esperançosos, a mais um feliz Natal.

- Escolheste muito bem. 

Este é realmente o melhor pinheirinho. 

Feliz Natal - disse o homem, amarrando o pinheiro com um cordão! 

Mas o rapazinho estava triste porque o preço era alto demais para o que o pai podia pagar.

Foi então que o vendedor lhe fez uma proposta:

- A árvore é tua com uma condição: tens de manter uma promessa. 

Na noite de Natal, quando te fores deitar e rezar promete guardar no teu coraçãozinho o encanto do Dia de Natal!

E agora corre para casa, senão este vento gelado as tuas bochechas vai queimar.

E assim foi, com o vento zunindo, durante toda a noite gelada.

O bom homem ofereceu árvore, após árvore, após árvore.

Com cada pessoa que apareceu brindou com o chocolate quente. 

E quem jurou manter a promessa de guardar no coração o encanto do Natal, saiu na noite contente, cantando canções alegremente.

Quando tudo acabou só uma árvore restou.

Mas ninguém estava lá para esta árvore adotar.

Então, o homem vestiu o seu grosso casacão e partiu para a floresta com a última árvore da festa. Deixou o pinheirinho perto de um pequeno riachinho, para que as criaturas sem casa pudessem fazer dela a sua morada.

E sorria enquanto tirava os flocos de neve que na sua barba encontrava.

Foi então que por detrás de um arbusto uma rena quase lhe pregou um susto.

Olhou para ela e sorriu.

Fazendo uma festinha na grande criatura, pensou com brandura:

"Parece que o Natal chegou novamente!

Ainda temos muito chão e muitas coisas para fazer!

Vamos para casa, amiga, trabalhar neste Natal que vai começar". 

Olhou para o céu, ouviu os sinos a tocar e, num pestanejar, já lá não estava o vendedor.



História de Howard D. Fencl

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