A Promessa de Natal
Howard D. Fencl
Vi um caminhão cheio de árvores de Natal e cada uma tinha uma história para contar.
O motorista, colocou-as em fila e ficou à espera que as pessoas as viessem comprar.
Pendurou umas luzinhas brilhantes e uma placa em que se podia ler em
vermelho:
ÁRVORES DE NATAL PARA VENDER.
Quando o homem se servia de chocolate quente duma garrafa térmica fumegante, uma mãe, um pai e um menino pararam o carro apressados e começaram a procurar a árvore mais bonita de todas.
O rapazinho ia à frente e com um olhar reluzente, exclamou:
- Elas têm cheiro de Natal, mãe!
Sinto o cheiro de Natal em todo lado.
Vamos comprar uma árvore de quilômetros de altura.
A maior que pudermos encontrar.
Uma árvore que chegue ao teto e nem dê para carregar.
Uma árvore tão grande que até mesmo o Pai Natal, quando olhar, se admire e diga:
"Esta é a árvore mais bela que já vi neste Natal!”
Para achar o pinheirinho perfeito procuraram com muito cuidado.
Aqui e ali, e até mais de uma vez, o pai examinou e balançou mais de seis.
- Mãe, mãe, encontrei, encontrei, o pinheirinho do que mais gostei!
Tem um raminho partido, mas pode ficar disfarçado.
Do anjinho da avó tiraremos o pó e lá no alto ficará a guardar-nos.
- Podemos comprá-la? Por favor, por favor!- pediu com fervor.
- Que tal um chocolate quente? - perguntou o vendedor indulgente, enquanto abria o termo para aquela gente.
- Isto sim vai aquecer o ambiente!
E em três pequenos copos de papel serviu o chocolate quente.
Brindavam, esperançosos, a mais um feliz Natal.
- Escolheste muito bem.
Este é realmente o melhor pinheirinho.
Feliz Natal - disse o homem, amarrando o pinheiro com um cordão!
Mas o rapazinho estava triste porque o preço era alto demais para o que o pai podia pagar.
Foi então que o vendedor lhe fez uma proposta:
- A árvore é tua com uma condição: tens de manter uma promessa.
Na noite de Natal, quando te fores deitar e rezar promete guardar no teu coraçãozinho o encanto do Dia de Natal!
E agora corre para casa, senão este vento gelado as tuas bochechas vai queimar.
E assim foi, com o vento zunindo, durante toda a noite gelada.
O bom homem ofereceu árvore, após árvore, após árvore.
Com cada pessoa que apareceu brindou com o chocolate quente.
E quem jurou manter a promessa de guardar no coração o encanto do Natal, saiu na noite contente, cantando canções alegremente.
Quando tudo acabou só uma árvore restou.
Mas ninguém estava lá para esta árvore adotar.
Então, o homem vestiu o seu grosso casacão e partiu para a floresta com a última árvore da festa. Deixou o pinheirinho perto de um pequeno riachinho, para que as criaturas sem casa pudessem fazer dela a sua morada.
E sorria enquanto tirava os flocos de neve que na sua barba encontrava.
Foi então que por detrás de um arbusto uma rena quase lhe pregou um susto.
Olhou para ela e sorriu.
Fazendo uma festinha na grande criatura, pensou com brandura:
"Parece que o Natal chegou novamente!
Ainda temos muito chão e muitas coisas para fazer!
Vamos para casa, amiga, trabalhar neste Natal que vai começar".
Olhou para o céu, ouviu os sinos a
tocar e, num pestanejar, já lá não estava o vendedor.
História de Howard D. Fencl
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