Natal de Maria
Cornélio Pires
Noite... Natal!...
Na hora derradeira,
Sozinha num brejão, com sede e fome,
Morre jogada à febre que a consome
A velhinha Maria Cozinheira...
Lembra o Natal dos tempos de solteira,
Olha a esteira enrolada e o chão sem nome,
Mas, de repente, vê que tudo some,
Está livre do corpo e da canseira!...
Ouve cantos no céu que se descerra:
- “Glória a Deus nas Alturas!... Paz na Terra...”.
Maria, sem querer, sobre espantada...
Nisso, irrompe do Azul divina estrela...
Alguém surge!...
É Jesus a recebe-la
No sublime clarão da madrugada.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Cornélio Pires . Antologia
Mediúnica Do Natal .
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