quinta-feira, abril 18, 2013

Marco Divisório - Joanna de Ângelis






Marco Divisório

Joanna de Ângelis



Houve na Roma antiga um templo dedicado a Jano, que durante um milênio somente fechou as suas portas nove vezes, correspondentes aos períodos em que a República esteve em paz. 




O deus singular era representado com duas faces, o que o tornou conhecido como bifronte, atributo conseguido de Saturno, a quem favorecera, e que o dotara com a capacidade de penetrar o passado e o futuro, conforme narra a mitologia, ao se referir ao mais antigo rei do Lácio conhecido,


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Utilizamo-nos da lenda para considerar a visão cristã como possuidora da possibilidade de examinar o passado e o futuro, ensejando valiosas meditações. 



Em Saulo, o jovem atormentado, que se fizera sicário, dormitava aquele Paulo que, abrasado por Jesus, se tornou o arauto da Boa Nova por todas as terras da antiguidade.



Em Jeziel, o israelita pulcro e sofrido, se encontrava em potencial o- nobre Estêvão, que se faria o excelso mártir da Mensagem nascente, abrindo os braços de encorajamento na direção do futuro.



Em Madalena, a mulher obsidiada e trôpega nas aspirações morais, vivia enclausurada a impoluta faculdade de amar até o sacrifício, doando-se à Causa do Cristo com abnegação dificilmente encontrada.



Em Simão, temeroso e reticente, vibrava o apóstolo Pedro, que se entregaria à fé rutilante, após o sacrifício de Jesus, de modo a selar com sangue a audácia de porfiar fiel até o fim, na expansão do Reino de Deus entre as criaturas de Roma.



Em Joana de Cusa, a matrona romana, se agitava a discípula fiel que doaria a vida às labaredas pela honra de ser fiel ao Mestre.

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Era como se o passado de dificuldades e viciações argamassasse o futuro com o cimento divino do amor, transformando-se em base de sustentação aos grandes investimentos da luz na direção do Infinito.



No passado, queixas, lamentos, enfermidades, dissensões.



No futuro, esperanças, gratidão, saúde e paz.



Ontem, óbice, desânimo, perturbação, agonia.



Amanhã, aptidão, alento, ordem, serenidade.



Antes, o espírito alquebrado e o coração ralado de dores e ansiedades incontáveis.



Depois, o ser renovado pela mente voltada ao dever e os sentimentos cantando júbilos.



A Doutrina Cristã é o templo da fé aberto perenemente, facultando a paz e acolhendo o amor.



E o Espiritismo que no-la traz de volta, na atualidade, é o grande hoje, marco divisório dos tempos que separam o antes e o depois do encontro com Jesus.



Por essa forma, se as tuas aspirações superiores ainda não se converteram em flores de alegria e as ásperas batalhas teimam por manter-te nos embates duradouros não desfaleças. O passado de sombras para ser vencido necessita de ser retificado e os abusos agasalhados demoradamente requerem disciplina espartana para serem superados.



Importa considerar que já não és o que eras, nem sentes o que sentias, embora, não poucas vezes, o assédio do hábito te atormente as pausas de equilíbrio.



Examina o passado para verificação do que te compete refazer, mas não te fixes nele.



Prepara o futuro através de atitudes corretas mas não te angusties pela chegada dele.



Vence a hora de cada hora, realizando o que possas, através de como possas, lidando infatigável na república do espírito em atribulação.



Os acontecimentos vividos são experiências para as realizações a viver.
Jesus é o teu divisor de águas.



Kardec é o condutor do teu amanhã. Eleva-te ao Mestre através do Seu apóstolo moderno e fecha às paixões o templo da tua alma, em caráter definitivo, aspirando à glória do Mundo Maior que a todos nos espera.


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"Ninguém, tendo posto a mão ao arado e olhando para trás, é apto para o reino de Deus". Lucas: capítulo 9º, versículo 62.


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"Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 15º - Item 10, parágrafo 2.




FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 47.


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