O passe
André Luiz
O passe não é unicamente transfusão de energias anímicas.
É
o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos.
Desânimo e tristeza, tanto quanto insatisfação e revolta,
são síndromes da alma, estabelecendo distonias e favorecendo moléstias do
corpo.
Se há saúde, esses estados de espírito patrocinam desastres
orgânicos; na doença equivalem a fatores predisponentes na desencarnação
prematura.
Mas não é só isso.
Em todo desequilíbrio mental as forças negativas entram mais
facilmente em ação instalando processos obsessivos de duração indeterminada.
Se usamos o antibiótico por substância destinada a frustrar
o desenvolvimento de microorganismos no campo físico, por que não adotar o
passe por agente capaz de impedir as alucinações depressivas, no campo da alma?
Se atendemos à assepsia, no que se refere ao corpo, por que
descurar dessa mesma assepsia no que tange ao espírito?
A aplicação das forças curativas em magnetismo enquadra-se à
efluvioterapia com a mesma importância do emprego providencial de emanações da
eletricidade.
Espíritas e médiuns espíritas, cultivemos o passe, no
veículo da oração, com o respeito que se deve a um dos mais legítimos
complementos da terapêutica usual.
Certamente os abusos da hipnose, responsáveis por
leviandades lamentáveis e por truanices de salão, em nome da ciência, são
perturbações novas no mundo, mas o passe, na dignidade da prece, foi sempre
auxílio divino às necessidades humanas.
Basta lembrar que o Evangelho apresenta
Jesus, ao pé dos sofredores, impondo as mãos.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Do livro
Opinião Espírita, 55.
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