A Princesa Diana que o mundo desconheceu.
Compaixão
Joanna de Ângelis
Escasseia, na atual conjuntura terrestre, o sentimento da
compaixão.
Habituando-se aos próprios problemas e aflições, o homem passa a não
perceber os sofrimentos do seu próximo.
Mergulhado nas suas necessidades, fica alheio às do seu
irmão, às vezes, resguardando-se numa couraça de indiferença, a fim de
poupar-se a maior soma de dores.
Deixando de interessar-se pelos outros, estes esquecem-se
dele, e a vida social não vai além das superficialidades imediatistas,
insignificantes.
Empedernindo o sentimento da compaixão, a criatura avança
para a impiedade e até para o crime.
Olvida-se da gratidão aos pais e aos benfeitores,
tornando-se de feitio soberbo, no qual a presunção domina com arbitrariedade.
Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que foge da
compaixão, distancia-se de todos, pensando e vivendo exclusivamente para o seu
ego e para os seus.
No entanto, sem um relacionamento salutar, que favorece a
alegria e a amizade, os sentimentos se deterioram, e os objetivos da vida
perdem a sua alta significação tornando-se mais estreitos e egotistas.
A compaixão é uma ponte de mão dupla, propiciando o
sentimento que avança em socorro e o que retorna em aflição.
É o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes
morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal.
O individualismo é-lhe a grande barreira, face a sua
programação doentia, estabelecida nas bases do egocentrismo, que impede o
desenvolvimento das colossais potencialidades da vida, jacentes em todos os
indivíduos.
A compaixão auxilia o equilíbrio psicológico, por fazer que
se reflexione em torno das ocorrências que atingem a todos os transeuntes da
experiência humana.
É possível que esse sentimento não resolva grandes
problemas, nem execute excelentes programas.
Não obstante, o simples desejo de
auxiliar os outros proporciona saudáveis disposições físicas e mentais, que se
transformarão em recursos de socorro nas próximas oportunidades.
Mediante o hábito da compaixão, o homem aprende a sacrificar
os sentimentos inferiores e a abrir o coração.
Pouco importa se o outro, o beneficiado pela compaixão, não
o valoriza, nem a reconheça ou sequer venha a identificá-la.
O essencial é o
sentimento de edificação, o júbilo da realização por menor que seja, naquele
que a experimenta.
Expandir esse sentimento é dar significação à vida.
A compaixão está cima da emotividade desequilibrada e vazia.
Ela age, enquanto a outra lamenta; realiza o socorro, na razão em que a última
apenas se apiada.
Quando se é capaz de participar dos sofrimentos alheios, os
próprios não parecem tão importantes e significativos.
Repartindo a atenção com os demais, desaparece o tempo vazio
para as lamentações pessoais.
Graças à compaixão, o poder de destruição humana cede lugar
aos anseios da harmonia e de beleza na Terra.
Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu
próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce
em ação no rumo do Grande Poder.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis . Da obra: Responsabilidade.
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