segunda-feira, junho 30, 2014

Convite ao Bem - Joanna de Ângelis




Convite ao Bem

Joanna de Ângelis


“Assim como quereis que vos façam os homens, assim fazei vós também a eles.” (Lucas: capítulo 6º, versículo 31).


A problemática do sofrimento humano, na atualidade, pouco difere das velhas injunções que vêm anatematizando o homem, e por cujo meio o espírito expunge os equívocos e ascende a pouco e pouco na direção do Infinito.


Enxameiam em todo lugar multidões de padecentes experimentando amarguras sem nome, sob o guante de inenarráveis condições de miséria orgânica, social e moral.


Não apenas nas colossais metrópoles modernas, em que se aglutinam milhões de criaturas, mas também, nas pequenas cidades, nos insignificantes burgos, nos campos...


Palácios suntuosos e choças misérrimas diferem na paisagem arquitetônica, igualando-se freqüentemente nas estruturas daqueles que os habitam. 


Isto porque o sofrimento independe das condições externas sempre transitórias e de pouca valia.


As necessidades reais, que engendram a dita como o infortúnio, sempre decorrem do espírito.


Por essa razão, sem descuidar dos auxílios ao corpo e ao grupo humano com o indispensável sustento imediato para a vida honrada em condição de dignidade, o convite ao bem nos impele à iluminação da consciência, sobretudo, de modo a erradicar as questões constringentes que fomentam a miséria e os desajustes de toda ordem.



Esparze misericórdia pela estrada por onde segues, estendendo o socorro geral, simultaneamente esclarece e consola para que a semente do bem que consigas plantar numa vida se transforme em gleba feliz pelo tempo futuro a fora.



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Convites da vida, Cap. 4, p 5-6, 1972.



domingo, junho 29, 2014

Convite à Ascensão - Joanna de Ângelis




Convite à  Ascensão

Joanna de Ângelis



“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” (João: capítulo 14º, versículo 6)


Inumeráveis os óbices. 


Sem conto as dificuldades.


O cardo multiplicado na rota cravando-se aos pés andarilhos; a pedra miúda penetrando pela alparcata protetora; a canícula ardente sobre a cabeça ou a chuva impertinente, prejudicial como circunstâncias impeditivas.


O apelo do alto, no entanto, chegando-te como poema de sol, encanto de paisagem visual a perder-se além do horizonte, ar rarefeito, renovador, abençoado...


Na estreiteza do caminho estão a visão próxima do detalhe nem sempre atraente, a lama e o abismo.


De cima, porém, a grandeza do conjunto harmonioso, em mosaico festivo, concitando-te a maiores cogitações...


No torvelinho agressivo do dia-a-dia é mister crescer na direção da vitória, libertando-te das paixões que coarctam as aspirações elevadas.


Examina, assim, a situação em que te encontras e arregimenta forças a fim de ascenderes.


Cá, na nesga da baixada dos homens, a dor em mil faces, o desespero em polimorfia fisionômica, a desdita em vitória. 


Mesquinhez abraçada a coisa-nenhuma asfixiando esperanças, esmagando alegrias...


Lá, nas alturas do ideal, a amplitude de vistas e a largueza de realizações...


Concitado ao programa redentor não te detenhas no ultraje dos fracos, nem te
fixes na insensatez dos desolados.


Paga o tributo do crescimento a peso de jovial renúncia e cordata submissão,
superando detalhes desvaliosos e conjunturas lamentáveis, de modo a alçares o ser e a vida aos cimos espirituais.


Asseverou Jesus ser o caminho, e ensinando como alcançar vitórias legítimas,
enquanto conviveu com os homens e lhes sofreu a ingratidão não se permitiu deter com eles, ascendendo do topo de uma cruz, além do solo das paixões, aos cimos da sublimação.


Medita e segue-o, liberando-te da canga dos melindres e cogitações que te retêm no solo pegajoso das baixadas, desde hoje.





FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Convites da vida, Cap. 3, p 4-5, 1972.

sábado, junho 28, 2014

Convite ao Amor - Joanna de Ângelis





Convite ao Amor

Joanna de Ângelis



“Um novo mandamento vos dou: que vos ameia uns aos outros.” (João: capítulo 13º, versículo 34).


O amor é o estágio mais elevado do sentimento.


O homem somente atinge a plenitude quando ama. 

Enquanto anseia e busca ser amado, foge à responsabilidade de amar e padece infância emocional.


No contexto social da atualidade hodierna, todavia, a expressão amor sofre a desvalorização do seu significado para experimentar a decomposição do tormento sexual, que não passa de instinto em desgoverno.


Sem dúvida, o sexo amparado pelo amor caracteriza a superioridade do ser, facultando-lhe harmonia íntima e perfeito intercâmbio de vibrações e hormônios a benefício da existência.


Sexo sem amor, porém, representa regressão da inteligência às formas primeiras do desejo infrene, com o comprometimento das aspirações elevadas em detrimento de si mesmo e dos outros.


Por essa razão, vige em todos os departamentos do Cosmo a mensagem do amor.


Na perfeita identificação das almas o amor produz a bênção da felicidade em regime de paz.


Nem sempre, porém, se encontrará no ser amado a recíproca. 


Importa, o que é essencial, amar, sem solicitação.


De todos os construtores do pensamento universal, o amor recebeu a contribuição valiosa de urgência. 

Isto, porque Deus, Nosso Pai, é a mais alta manifestação do amor.


E Jesus, padronizando as necessidades humanas quanto solucionando-as, sintetizou-as no amor, como única diretriz segura por meio da qual se pode lograr a meta que todos perseguimos nas sucessivas existências.


* * *


Se, todavia, sentes aridez íntima e sombras carregadas de desencantos obnubilam as tuas aspirações, inicia o exercício do amor, entre os que sofrem, através da gentileza, passando do estágio da amizade. 


Descobrirás, depois, a realidade do amor em blandícia de tranqüilidade no país do teu espírito.


Se por acaso o céu dos teus sorrisos está com as estrelas da alegria apagadas, ama, assim mesmo, e clarificarás outros corações que jazem em noites mais sombrias, percebendo que todo aquele que irradia luz e calor, aquece-se e ilumina-se, permanecendo feliz em qualquer circunstância.


Haja, pois, o que haja, ama.


Em plena cruz, não obstante o desprezo e a traição, o azorrague e a dor total, Jesus prosseguiu amando e até hoje, fiel ao postulado que elaborou como base do Seu ministério, continua amando-nos sem cansaço.



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Convites da vida, Cap. 2, p 3-4, 1972.


sexta-feira, junho 27, 2014

Convite à Alegria - Joanna de Ângelis





Convite à Alegria

 Joanna de Ângelis




“Mas eu vos tornarei a ver e o vosso coração se encherá de alegria e essa alegria ninguém vo-la tirará.” (João: capítulo 16º, versículo 22).


A constrição dos muitos problemas a pouco e pouco vem deixando ressaibos de amarguras e tens a impressão de que os melhores planos traçados nos painéis da esperança, agora são lembranças que a dura realidade venceu.


Tantos esforços demoradamente envidados parecem redundar em lamentáveis escombros.


A fortuna fácil que alguns amigos granjearam e o êxito na ribalta social por outros lobrigado, afirmam o que consideras o fracasso das tuas aspirações.


Na jornada quotidiana “marcas passos”.


Na disputa das posições segues ladeira acima.


No círculo das amizades cais na “rampa do desprezo”.


No reduto da família és um “estranho em casa".


Aguilhões e escolhos surgem, multiplicam-se e estás a ponto de desistir.


Mesmo assim, cultiva a alegria.


Sorri ante a dadivosa oportunidade de ascender em espírito, quando outros estacionam ou decaem.


Exulta por dispores do tesouro que é a oportunidade feliz de não apenas te libertares das dívidas como também granjeares títulos de enobrecimento interior.


Rejubila-te com a honra de liberar-te quando outros se comprometem.


Triunfos e lauréis são antes responsabilidades e empréstimos de que somente poucos, quase raros espíritos conseguem desincumbir-se sem gravames ou insucessos dolorosos.


O sol que oscula a fonte e rocia a pétala da rosa é o mesmo que aquece o charco e o transforma, em nome do Nosso Pai, como a dizer-nos que o Seu
amor nos chega sempre em qualquer situação e lugar em que nos encontremos.


Recorda a promessa de Jesus de voltar a encontrar-se contigo, dando-te a alegria que ninguém poderá tomar.


Cultiva, assim, a alegria, que independe das coisas de fora, mas que nasce na fonte cantante e abençoada do solo do coração e verte linfa abundante como rio de paz, por todos os dias até a hora da libertação — começo feliz da via por onde seguirás na busca da ventura plena.




FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Convites da vida,Cap. 1, p 2-3, 1972.




quinta-feira, junho 26, 2014

Convites da Vida - Joanna de Ângelis









Convites da Vida


Joanna de Ângelis



Para onde te voltes, onde quer que te encontres, defrontarás os incessantes convites da vida. 


Uns se dirigem aos fulcros do espírito idealista estimulando à ascensão; outros gritam nos recônditos do ser atormentado, convocando ao abissal mergulho no sofrimento evitável.


Os arrojos tecnológicos facultam celeremente altas cargas de informações que te pesam constritoramente, debilitando as forças do teu ideal. 


Simultaneamente alargam horizontes para excelsas cogitações cuja magnitude
transcende a tua capacidade de apreender.


A litania do desespero chama-te a atenção.


A balbúrdia sexólatra desperta-te a observação.


O brado de revolta convoca-te ao exame das situações.


As mercadorias do prazer espicaçam-te os sentidos.


A loucura generalizada convida-te à alucinação marginalizante.


O medo envolve-te em angústia injustificável.


Ocorre que a Terra transita de “mundo de expiação” para “mundo de regeneração”, consoante as felizes informações, recolhidas por Allan Kardec, da Espiritualidade Superior.


Concomitantemente a paz necessita da tua cooperação.


A cruzada do amor e da caridade inspira-te passos gigantescos na direção da liberdade plena.


O bem de qualquer denominação abrasa-te, guiando tuas aspirações nos rumos infinitos.


A esperança, embriagando tua alma, conduz as claridades divinas aos teus painéis íntimos.


Convidam-te: a reflexão a sublimes colóquios, a humildade a total desprendimento, a fé a mudança de paisagens, o dever à luta incessante pela sublimação, a paciência a cuidadosas realizações em profundidade, em suma, o Cristo, ao inexcedível serviço da luz.


Ainda ontem homens e mulheres célebres fizeram-se notáveis porque aceitaram os convites da vida, como desafios que aceitaram e dos quais se liberaram com resultados felizes, mediante os quais se engrandeceram, renovaram outros homens, outras mulheres e o mundo.


Milton, cego e pobre, após a morte de Cromwell, de quem era secretário,  esqueceu-se da limitação e ditou à esposa e filhas, em poesia de lirismo ímpar, o seu “Paraíso Perdido”.


Steinmetz, não obstante a deformidade física, revelou-se a penosos esforços cientista insuperável.


Roberto Luiz Stevenson, tuberculoso, olvidou as penas e tornou-se esteta da literatura.


Antonio Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”, apesar das dores cruéis que experimentava em face da terrível enfermidade que sofria, esculpiu a pedra com arte primorosa.


Eunice Weaver aceitou o desafio da lepra e, após admiráveis contribuições sociais de outra natureza, levantou os Preventórios para os descendentes sadios dos hansenianos, fazendo baixar a incidência do terrível mal, no Brasil.


Martin Luther King não temeu a discriminação racial e “colored” encabeçou as “marchas da paz”, inspirado na resistência pacífica, logrando inestimáveis conquistas para os irmãos perseguidos pelo vil preconceito.


Estigmatizados por estranhas enfermidades ou livres delas, tocados pelo ideal do amor e da beleza, incontáveis servidores da Humanidade atenderam os convites da vida.


Olha em derredor, aprofunda observações, ausculta as vozes inarticuladas em melodias sublimes em a Natureza e faze algo que te assinale positivamente
a passagem pela Terra.


Qualquer contribuição de amor ao próximo e aprimoramento próprio, vale mais do que coisa nenhuma.


Não te escuses.


A vida é um sublime convite. Este livro apresenta-te alguns. (*) Medita neles. 



É modesta contribuição que te trazemos quando a nacionalidade brasileira evoca o sesquicentenário da sua emancipação política.


Lembra-te de emancipar-te, também, das algemas escravocratas de qualquer natureza.


Liberta-te da opressão do mal, ainda hoje, agora.


Viver na Terra é honra que ninguém pode subestimar.


Um dia, o Rei Estelar, compreendendo a necessidade de elevar o homem às culminâncias da felicidade no Seu Reino, aceitou o convite-desafio do mundo em crescimento e desceu à Terra, erguendo-a, de tal modo que em breve a dor e a miséria baterão em retirada, definitivamente, a fim de que se instalem nela os chegados dias da “Jerusalém libertada” em plenitude de paz.

     


FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Convites da vida, Introdução,  p 1-2, 1972.


Novas Revelações Sobre Joanna De Ângelis - Adilton Pugliese





Novas Revelações Sobre Joanna De Ângelis

Adilton Pugliese


Uma das mulheres vem mantendo, de forma comovedora, sua fidelidade ao Cristo há mais de 2000 anos, desde o início da Era Cristã, quando ela, na personalidade de Joana, esposa de Cusa, intendente de Ântipas, acompanhava as pregações do Mestre às margens do lago de Cafarnaum. 


Ela possuía a verdadeira fé, mas vivia atormentada com as amarguras domésticas, porque o seu companheiro de lutas não aceitava as claridades do Evangelho, o esposo não tolerava a doutrina do Mestre. 


Atendida fraternalmente por Jesus, é aconselhada a “amá-lo ainda mais”, recomendando-lhe permanecer sempre fiel. 


No ano de 68, “quando as perseguições ao Cristianismo iam intensas”, Joana de Cusa é submetida ao poste do martírio e, quando desafiada pelos verdugos a abjurar a sua fé, que lhe diziam: 


- O teu Cristo soube apenas ensinar-te a morrer? 


Ela, reunindo todas as suas forças, responde:


- Não apenas a morrer, mas também a vos amar!... 


É neste momento decisivo que ela escuta a voz carinhosa e inesquecível:


- Joanna, têm bom ânimo!...Eu aqui estou...


Mais de 1500 anos depois vamos encontrá-la reencarnada no México, em San Miguel Nepantla. 


Que perfil nos interessa nessa encarnação dessa fidelíssima servidora do Cristo? 


Um escritor, poeta e crítico mexicano, Octavio Paz, escreveu um livro de 709 páginas para fazer uma espécie de ressurreição da vida e do mundo de Juana de Asbaje Y Ramírez de Santillana, nascida em 12 de novembro de 1651. 


Foi uma mulher inteligente, que desde menina pedia à mãe para vesti-la de homem para ela poder ir a Universidade. 


Era a necessidade do saber, do conhecimento, certamente preparando-se para as tarefas do futuro. É nesse estágio reencarnatório que aprende, sozinha, o idioma português.


Aos 16 anos entra para a Ordem das Carmelitas Descalças, mas não suporta a vida ascética. 


Aos 18 anos, então, tomou o véu de noviça no Convento de São Jerônimo, e adota o nome de Sóror Inês de la Cruz. 


Tinha enorme biblioteca, era conhecida como a monja da biblioteca. Juana nasceu numa época de grande restrição à mulher. 


Teve vários perseguidores, que não aceitavam a sua excepcionalidade: a de seu sexo e de sua superioridade intelectual. 


Um deles foi o Arcebispo da Cidade do México, Aguiar y Seijas, cuja misoginia o levava a propagar que caso uma mulher entrasse em sua casa, mandaria trocar o piso.


O que marcou a reencarnação de Sóror Juana Inês de la Cruz foi sua constante preocupação pela situação da mulher, especialmente a mexicana, a qual era totalmente marginalizada, levando-a promover um movimento, tornando-se, então, a primeira feminista das Américas. Foi poeta e musicista. 


Houve um instante de inquietação em sua vida, quando interrogou: onde está a felicidade? 


Orando, e fazendo profunda reflexão, lembrou, talvez, que deveria proceder como o moço rico da parábola evangélica. 


Precisava dar tudo o que tinha e dedicar-se aos pobres, à caridade. 


E é o que faz a partir daí. 


Em abril de 1695, grave epidemia varreu o México, ceifando inúmeras vidas, entre elas a de Sóror Juana Inês de la Cruz, aos 44 anos de idade, em 17.04.1695.


Sessenta e seis anos depois renasceria no Brasil, em 11.12.1761, e seria a personalidade Sóror Joana Angélica de Jesus. 


Seus registros terrestres não explicam a sua renúncia ao mundo e a opção pela clausura de um mosteiro da ordem contemplativa. 


Só os registros das vidas passadas, desde 68 d.C., como Joana de Cusa, passando pela religiosa Juana Inés de la Cruz, podem explicar essa opção, pois aos 21 anos ingressou no Convento da Lapa, em Salvador, BA., fazendo profissão de irmã das religiosas reformadas de Nossa Senhora da Conceição da Lapa e por incontáveis méritos, chegou a Abadessa em 1815. 


Em 20.02.1822 ela desencarna, trespassada por uma baioneta, enfrentando às portas do Convento, os soldados do Brigadeiro Madeira, nomeado por Portugal para pôr fim ao movimento de independência. 


Seria a Heroína da Independência do Brasil.


No mundo espiritual, 40 anos após a sua desencarnação no Brasil, ei-la na França, ao lado de Allan Kardec, colaborando com a Codificação Espírita. Imaginamos o número incalculável de Espíritos que se ofereceram para colaborar com o advento da Terceira Revelação! 


E ela foi um dos escolhidos. 


Em abril de 1864, ao lançar em Paris a terceira obra da Codificação Espírita, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec insere duas mensagens desse Espírito, que se assina Um Espírito Amigo: um texto sobre A Paciência , no capítulo IX, item 7 e outro capítulo XVIII, item 15,Instrução dos Espíritos, intitulado Dar-se-á Àquele que Tem, ambos ditados em 1862 nas cidades francesas de Havre e Bordéus, respectivamente.


Continuando a sua trajetória iluminativa, em 1948 ela revela-se ao médium Divaldo Franco, assinando suas primeiras comunicações como Um Espírito Amigo e, mais tarde, em 1956, solicitada pelo médium a identificar-se, pede que seja chamada de Joanna de Angelis, passando a desenvolver a sua grandiosa tarefa, conhecidíssima em todo o Brasil e no Exterior, agora verdadeira Heroína da Independência do Homem, para liberta-lo do materialismo.


Há, dentro de suas existências na Terra, um ponto que gostaria de realçar. 


Quando em 1970 Divaldo Franco visitou o Monastério de Santa Clara, em Assis, na Itália, o Espírito Joanna de Angelis, diante do corpo em conservação de Clara de Assis, desvela um outro ângulo de suas existências. 


Esse momento, em nosso entendimento, revela sua reencarnação como Clara de Assis, no século XII, na cidade de Assis, na Itália. 


Relatam seus biógrafos que durante a gestação, sua mãe tinha medo, era o primeiro filho. 


Um dia correu à igreja. 


Lá ouviu uma voz: 


“não tenhas medo, com felicidade serás mãe de uma menina, e esta filha há de aclarar o mundo com o seu esplendor”. 


Finalmente, no dia 16.07.1194, o castelo dos Condes de Favarone e Hortolona comemora o grande momento: o nascimento de sua primogênita. 


A mãe insistiu em chamar-lhe de Clara, pois em seus ouvidos soava a promessa: ela há de aclarar o mundo inteiro com o seu esplendor...


No ano de 1211, com 17 anos, ouviu um jovem de 29 anos pregar a Quaresma na Catedral de Assis e ficou arrebatada, não apenas com a eloquência da palavra, mas com o gesto da vida daquele jovem. 


O jovem era Francisco de Assis (26.09.1182 – 04.10.1226), que desde o ano de 1206 havia criado um grande impacto em sua cidade natal. 


Jovem rico, filho do grande comerciante Pedro Bernadone que, de repente, após retornar da guerra, no sul da Itália, passara a pregar o desapego às coisas materiais e o amor à mais absoluta pobreza.


Em 18.03.1212, Clara toma uma decisão: 


abandonar a família e seguir Francisco, o que consegue. 


Mais tarde ela se tornaria a primeira mulher franciscana e, com ela, nasceria a Segunda Ordem Franciscana, a das mulheres. 


Em 15.08.1253, ela desencarna aos 59 anos, após uma vida de prodígios e dedicação aos pobres.


Identificamos dias interessantes e significativas conexões reencarnatórias entre Clara de Assis e Joanna Angélica de Jesus: Em 1241, a Itália é invadida por Frederico II, com bandos armados à busca de riqueza e aventuras e chegaram à cidade de Assis. 


Clara enfrenta a soldadesca com a imagem do Santíssimo Sacramento na mão, na porta do Mosteiro, defendendo as irmãs de ideal e a cidade; 


em 20.02.1822 (581 anos depois) ela enfrentaria, às portas de outro Mosteiro, o da Lapa, em Salvador, os soldados do brigadeiro Madeira, comandante das tropas portuguesas.


As tradições relatam comovedor momento, narrado por Divaldo Franco em suas palestras, envolvendo essas duas elevadas almas, a de Clara e a de Francisco: 


numa tarde de inverno, ambos voltavam de Espoleto para Assis. 


A neve cobria o caminho, vestia as oliveiras...


É quando Francisco declara: 


- Irmã devemos nos separar aqui. 


– E quando tornaremos a nos encontrar, irmão? Pergunta Clara. 


– Quando a primavera chegar com suas flores, responde Francisco. 


E separaram-se. 


Francisco faz um sinal da cruz e desaparece como que diluído na neblina. 


Clara ajoelha-se na brancura do caminho, enquanto, em Assis, os sinos repicavam. 


E de repente... 


Uma carícia primaveril a envolveu. 


Abriu os olhos. 


A neve sumira. 


Por toda parte rosas. 


Rosas à beira dos caminhos. 


Rosas nas oliveiras e ciprestes. 


Rosas na amplidão. 


Por toda parte rosas. 


Colheu-as às braçadas e correu ao encalço de Francisco, gritando: 


- Irmão, irmão, a primavera voltou. 


Não nos separemos mais...


A união entre Joanna de Ângelis e Jesus; 


dela com Francisco de Assis e com o médium Divaldo Franco, em séculos de vínculos fraternais e de labor em benefício da humanidade, é o exemplo máximo, a excelência da harmonia íntima, da mensagem da eterna amorosidade. 


Certamente que, para lograrmos esse estado de harmonia que os atingiu, é preciso que semeemos rosas sem espinhos à beira dos caminhos, dos nossos caminhos redentores e com todos aqueles com quem nos encontrarmos e então, também nós, um dia, quando conseguirmos construir a primavera definitiva, na história de nossas vidas, nunca mais nos separemos de Deus e de suas Leis.



Fonte:


PUGLIESE, Adilton . Artigo publicado na Revista Presença Espírita de números 238- set/out de 2003 e 239 – nov/dez de 2003 .