Convite à Fraternidade
Joanna de Ângelis
“Ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo do médio, mas
no velador.” (Mateus: capítulo 5º, versículo 15).
Abençoado pela oportunidade de progredir em regime de
liberdade relativa, no corpo que te serve de esteio para a evolução, considera
a situação dos que foram colhidos pelas malhas da criminalidade e expungem em
regime carcerário os erros, à margem da sociedade, a benefício deles mesmos e
da comunidade.
Visitá-los constitui dever impostergável.
Não é necessário que sindiques as razões que os retêm entre
as grades ou no campo aberto das colônias agrícolas correcionais ou que te
inquietes em face aos dramas que os sobrecarregam.
Há sim, alguns que são criminosos impenitentes,
reincidentes, sem coração...
Doentes, portanto, psicopatas infelizes ou obsidiados
atormentados, sem dúvida...
Outros, no entanto...
Mães que não suportaram os incessantes maus-tratos de
companheiros degenerados;
Irmãos avassalados pelo que consideravam injustiças
terríveis e não tiveram energias para superar o momento crítico;
Operários espezinhados que não dispunham de forças para
vencer a crise;
Patrões ludibriados que tomaram a justiça nas mãos;
Jovens viciados por este ou aquele fator desequilibrante,
que agiram atados sob a constrição de drogas ou paixões;
Homens e mulheres probos que foram surpreendidos pela
infelicidade num momento de fraqueza;
Adolescentes ou anciãos que foram levados ao furto pela
fome.
Quantas crianças, também, em Reformatórios, Escolas
corretivas, porque não tiveram um pouco de carinho e desde cedo somente
receberam reproche e desprezo social!
Podes fazer algo.
Tens muito para dar, especialmente no que diz respeito a
valores morais e espirituais.
Confraterniza com eles e acende nas suas almas a flama do ideal
imortalista, para que encontrem mesmo aí onde sofrem um norte que lhes constitua
bússola e rota na imensa noite do desespero que sempre irrompe nas celas em que
se demoram enjaulados por fora ou encarcerados por dentro.
Constatarás que ajudá-los é ajudar-se e ser fraterno para
com eles é libertar-se de várias constrições que te inquietam, pondo a luz da
tua fé no velador da fraternidade.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Convites da vida, Cap. 25, p .22-23, 1972.
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