Onde estiveres, agradece ao Senhor o instrumento da
regeneração.
Ninguém vive sem ele.
Aqui, é o esposo de trato difícil.
Além, é a companheira de presença desagradável.
Acolá é o filho rebelde.
Mais além e a filha inconsequente.
Hoje, é o amigo que se confiou à incompreensão.
Amanhã, será o chefe áspero.
Depois, será o subalterno distraído.
Agora, é o companheiro que desertou.
Mais tarde, será o adversário, compelindo-te a inesperadas
tribulações.
Silencia, aproveita e segue adiante.
A pedra recebe do martelo que a estilhaça a dignidade com
que se faz útil à construção.
O metal deve a pureza que lhe é própria ao cadinho
esfogueante que o martiriza.
Não olvideis que o corpo é o santuário de possibilidades
divinas em que temporariamente te refugias para assimilar a lição do progresso.
Cada caminho cede lugar a outro caminho.
Cada experiência conduz a experiência maior.
Toda prova é alimento espiritual e toda dor é impulso à
ascensão.
Aprendamos a entesourar os dons da vida, respeitando os
ensinamentos que o mundo nos impõe, na certeza de que entre a humildade e o trabalho,
alcançaremos, um dia, os cimos da Luz.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Livro Jóia
, p. 15.
Os defeitos mais arraigados são aqueles que tomamos à feição
de qualidades.
É preciso discernir;
apresentação e vaidade;
brio e orgulho;
serenidade e indiferença;
correção e frieza;
humildade e subserviência;
fortaleza e segurança de coração.
Quando algum sentimento nos induzir a parecer melhor ou mais
forte que os outros, é chegado o momento de procurar a nossa própria realidade,
para desistir da ilusão.
De que serve a felicidade dos felizes quando não diminui a
infelicidade dos que se sentem menos felizes?
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz.
Endereços de Paz , p. 11.
Quando você estiver à beira da inconformação, conte as
bênçãos que já terá recebido.
Jamais desconsidere o valor do trabalho.
O dono da mina de ouro, só por isso, não obterá sem esforço
a ervilha que lhe enriquece o prato.
Riqueza, na essência, é o aproveitamento real das
oportunidades que a vida nos oferece em nome do Senhor.
O homem afortunado pode ser o rico da benemerência.
O pobre pode ser o rico de esforço.
A pessoa robusta pode ser o rico de serviço.
A doente pode ser o rico de resignação.
O moço pode amealhar o tesouro da força bem dirigida.
Quem amadureceu na experiência pode organizar valioso
patrimônio de ponderações edificantes.
A mulher pode torna-se um modelo de abnegação.
O homem pode converter-se numa coluna de heroísmo.
A criatura cercada de obstáculos pode enriquecer-se de
virtudes excelsas.
Fortuna, de modo algum, será apenas metal ou papel amoedado.
É, sobretudo, valor do espírito, bênção da alma, luz do coração.
Deus não criou a pobreza.
O homem, sim, quando perturba a marcha das leis divinas que
governam a vida e abusa das graças que recebe, empobrece-se de oportunidades de
progresso e gera para ele próprio a escassez, a dor, o remorso, a enfermidade e a expiação que o
consomem, por largo tempo, sem destruí-lo, no purgatório necessário da regeneração.
Não esmoreça, ante os obstáculos do caminho de elevação.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito André Luiz. Endereços
de Paz , p. 18.
Quando chegaste à Terra, a noite medieval espalhava o
terror, mantendo a ignorância em predomínio de que se locupletavam os poderosos
para esmagar os camponeses e os citadinos pobres.
Havia superstição e medo em toda parte, caminhando a
humanidade sob o estigma do pecado e do vício que eram punidos com impiedade.
Tu chegaste e apresentaste a Verdade, que nunca mais deixou
de iluminar a sociedade.
Existiam a perversidade sem disfarce e a discriminação de
todo tipo, havendo-se tornado o homem o lobo do homem, assim ficando
desprezível.
Na sua simplicidade santa cantaste o hino de louvor a todas
as criaturas, chamando-as docemente de irmãs.
Permanecia epidêmico o ódio, que espalhava o bafio
pestilento das guerras intérminas, deixando os campos juncados de cadáveres que
apodreciam a céu aberto...
Tua voz, suave e meiga, entoou, então, o canto da paz, e te
fizeste o símbolo da verdadeira fraternidade que um dia se estenderá por toda a
Terra.
As epidemias dizimavam os seres humanos, reduzidos a hilotas
do destino insano, dentro da terrível fatalidade do sofrimento sem termo.
A fé religiosa com a sua pompa extravagante amparava-se nos
fortes e os ajudava a perseguir e malsinar os fracos, mas tu tiveste a coragem
de despir-te das sedas e brocados do teu pai, desnudando-te, para nascer
novamente dedicando-te,a partir daquele momento, aos leprosos de Rivotoro...
No início do teu ministério, quando se aproximaram os
primeiros servidores do Amor, riscaste no chão uma cruz e enviaste-os aos
quatro pontos cardeais do mundo, para que todos conhecessem o Sol de Primei ra
Grandeza. Enquanto Ele os houvera enviado dois a dois, tiveste a coragem de os
encaminhar a sós, porque sabias que Ele seria o companheiro inseparável
daqueles abençoados heróis do amor em todos os seus momentos.
Num período em que a fé religiosa inspirava pavor, aqueles
que se consideravam representantes de Deus no mundo, distanciando-se cada vez
mais das ovelhas que deveriam pastorear, tomaste a vestimenta de ovelha branda
e reuniste aquelas desgarradas, formando um novo rebanho...
Nos teus dias, e mesmo um pouco depois, ninguém te resistia
a presença, a voz, a vibração de inefável amor...
Nem mesmo o lobo feroz de Gúbio ou as andorinhas gárrulas,
que te perturbavam a canção de amor, quando cantavas aos ouvidos atentos dos
sofredores no altar da Natureza, fazendo-as calar-se.
No forte verão, quando tinhas a vista queimada pelo ferro em
brasa e estavas ao ar livre, percebeste pelo zumbido das abelhas, que lhes
faltavam pólen e flores para fabricar mel.
Não trepidaste em solicitar à tua
irmã Clara que providenciasse do monastério o alimento para aquelas irmãzinhas
laboriosas...
Quem se atreveu a comportar-se dessa forma, depois dEle, a
quem tanto amaste, a ponto de imitá-lO em todos os teus momentos, a partir do
instante em que Ele te chamou para a reedificação da Sua Igreja moral que
estava em escombros?
Oh! Irmão Cantor dos desesperados e esquecidos!
O mundo moderno, rico de glórias ligeiras e pobre de
sentimentos, orgulhoso das suas conquistas rápidas, mas que não nota a imensa
aflição em que estorcegam as multidões famintas e excluídas da sua sociedade,
vivendo uma insuperável noite de horror e de incertezas, necessita de ti com
muita urgência.
Nunca houve tanta carência de amor quanto agora, por isso, o
teu canto virá diminuir a angústia que se transformou em patética afligente na
Terra sofredora.
Há, sem dúvida, grandezas que defluem da ciência e da
tecnologia, mas a solidão, a ansiedade, o medo e as incertezas, todos eles
filhos do materialismo insensível produzem o vazio existencial, os transtornos
psicológicos graves, as doenças psicossomáticas, a loucura pelas drogas, pelo
alcoolismo, pelo tabaco, pelo sexo desvairado, levando suas vítimas à fuga pelo
suicídio injustificável.
Volta, Irmão Francisco, para novamente reunir as tuas
criaturas, todas elas à tua volta como fizeste naqueles dias já recuados,
conduzindo-as a Jesus.
Novamente convoca os teus irmãos Leão, Rufino, Chapéu, assim
como aqueloutros que contigo construíram o mundo que te escuta há oitocentos
anos, mas não tem coragem hoje de seguir-te os passos.
Quantos te abandonaram após a tua volta ao Grande Lar?!
Ainda escutamos o silêncio da deserção deles na turbulência
das atrações de onde haviam saído e para aonde retornaram com avidez...
Eles estão novamente, na Terra, aturdidos, saudosos,
aguardando a tua voz que conhecem e não conseguem esquecer.
A tua Assis querida agora está ampliada além das muralhas em
que se resguardava, e a sociedade em agonia deseja pertencer-lhe à cidadania.
Há música no ar, silêncio nos corações e lágrimas nos olhos
de quase todas as criaturas destes dias de inquietações e de incertezas.
Em decorrência, há uma grande expectação denunciando a
espera...
Volta, por favor, Irmão Alegria, a fim de que a tristeza do
desamor bata em retirada e uma primavera de bênçãos tome conta de tudo.
O céu azul que te agasalhou e os campos verdes com lavanda
perfumada que os teus pés feridos pisavam, continuam aguardando-te.
Há multidões que te vêm louvar, bulhentas e festivas, mas
indiferentes ao teu chamado, sem valor para te seguir.
Canta, então, novamente, a tua oração simples, com que nos
brindaste naqueles dias inesquecíveis, e onde houver desespero faze que se
manifestem a paz e a esperança, e ante a ameaça da morte iminente, o ser
ressurja em júbilos ante as certezas da ressurreição, porque é morrendo que se
vive para sempre.
Irmão Sol, a grande noite moral da atualidade te aguarda
ansiosa!
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia
do médium Divaldo P. Franco, na tarde do
dia 3 de junho de 2009, junto à tumba de S. Francisco de ASsis, ao lado de diversos amigos, em Assis, Itália.
Você já encontrou um caderno antigo com anotações suas?
É sempre um acontecimento curioso, pois nos remete a um
determinado momento em nossa História que ficou ali, gravado.
O que estávamos sentindo, ou o que estávamos aprendendo, ou
simplesmente anotações importantes naquele contexto temporal.
Porém, o mais comum é que, depois de preenchermos todas as
folhas de um caderno, e aqueles escritos não nos interessarem mais, simplesmente
o descartemos.
Em resumo: um caderno só pode ser utilizado uma vez. Como se
ele só tivesse uma vida.
Isso, porém, não é mais verdade, graças à tecnologia que a
cada dia nos traz novas surpresas.
Uma empresa norte-americana criou um caderno inteligente.
Um
caderno que não tem fim.
O rocketbook, como é chamado, utiliza uma tinta sensível ao
calor e é controlado por um aplicativo.
Basta colocá-lo por trinta segundos no
microondas para que as anotações sejam apagadas do dispositivo.
Mas, podemos perguntar, de que adianta?
Perde-se tudo?
Não,
de forma alguma.
Antes de apagá-las, ele as converte em documento digital e as
armazena em sistema de nuvem no aplicativo.
Genial.
O caderno volta a ser novo, em branco, porém, tudo o
que ele já recebeu de anotações está lá com ele.
* * *
Assim ocorre conosco, Espíritos imortais e com nossas
diversas encarnações.
Cada vez que nascemos, nascemos caderno em branco.
Temos
chance de reescrever nossas histórias, de reescrever nossos caminhos, nos são
dadas novas oportunidades.
Quanto mais belo for o conteúdo escrito nas folhas de nosso
caderno, mais belo será o que levaremos para a nuvem, ao final da vida.
Nada que vivemos se perde.
Todas as experiências, os
aprendizados, as lembranças, os amores, os ódios, as dificuldades, ficam ali,
armazenados.
Ao retornar para nova encarnação, o caderno estará em branco
novamente, mas tudo que temos na nuvem nos influenciará sempre e, por vezes,
nos fará lembrar das razões de estarmos aqui.
Algumas vezes teremos impressão desse caderno ser o
primeiro, principalmente na infância, mas, quando algumas tendências começarem
a surgir, sem explicação, nos diferenciando significativamente dos demais,
perceberemos que já fizemos e guardamos anotações, em muitos cadernos antes
deste.
* * *
Somos infinitos.
Tivemos um início que vai longe no tempo.
Hoje, estamos
iniciando um despertar que nos elevará para um novo patamar de consciência.
Estamos começando a ter condições de saber quem somos.
Estamos
começando a ter condições de saber aonde devemos chegar e por quê.
Só uma vida espiritualizada nos leva nesta direção.
Só uma
vida amorosa nos eleva acima dos problemas do mundo.
Mergulhados na matéria em que estamos, precisamos aprender a
utilizá-la como instrumento, e não mais nos deixarmos ser dominados por ela.
O materialismo é invenção nossa, de nossos vícios.
Ele nunca
precisou existir.
Então, agora que acordamos e entendemos, pensemos e atuemos
como seres inteligentes e amorosos que somos.
Inteligência e amor sempre estiveram escritos na contracapa
de nosso caderno infinito, como objetivos maiores de nossa vida.
Nós é que nem
sempre tivemos a curiosidade de olhar.
Redação do Momento Espírita.Disponível em www.momento.com.br
Na Terra todos temos inimigos. Todos, sem exceção. Até Jesus
os teve. Mas isso não é importante. Importante é não ser inimigo de ninguém,
tendo dentro da alma a dúlcida presença do incomparável Rabi, compreendendo que
o nosso sentido psicológico é o de amar indefinidamente.
Estamos no processo da reencarnação para sublimar os
sentimentos. Por necessidade da própria vida, a dor faz parte da jornada que
nos levará ao triunfo.
É inevitável que experimentemos lágrimas e aflições. Mas
elas constituem refrigério para os momentos de desafio. Filhos da alma, filhos
do coração!
O Mestre Divino necessita de nós na razão direta em que
necessitamos dEle. Não per mitamos que se nos aloje no sentimento a presença
famigerada da vingança ou dos seus áulicos: o ressentimento, o desejo de
desforçar-se, as heranças macabras do egoísmo, da presunção, do narcisismo.
Todos somos frágeis. Todos atravessamos os picos da glória mas, também, os
abismos da dor.
Mantenhamo-nos vinculados a Jesus. Ele disse que o Seu fardo
é leve, o Seu jugo é suave. Como nos julga Jesus? Julga-nos através da
misericórdia e da compaixão.
...E o Seu fardo é o esforço que devemos empreender para
encontrar a plenitude.
Ide de retorno a vossos lares e levai no recôndito dos
vossos corações a palavra libertadora do amor. Nunca revidar mal por mal. A
qualquer ofensa, o perdão. A qualquer desafio, a dedicação fraternal. O Mestre
espera que contribuamos em favor do mundo melhor, com um sorriso gentil, uma
palavra amiga, um aperto de mão.
Há tanta dor no mundo, tanta balbúrdia para esconder a dor,
tanta violência gerando a dor, que é resultado das dores íntimas.
Eis que Eu vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos
rapaces, disse Jesus. Mas virá um dia, completamos nós outros, que a ovelha e o
lobo beberão a mesma água do córrego, juntos, sem agressividade.
Nos dias em que o amor enflorescer no coração da Humanidade,
então, não haverá abismo, nem sofrimento, nem ignorância, porque a paz que vem
do conhecimento da Verdade tomará conta de nossas vidas e a plenitude nos
estabelecerá o Reino dos Céus.
Que o Senhor vos abençoe , filhas e filhos do coração, são
os votos do servidor humílimo e paternal, em nome dos Espíritos-espíritas que
aqui estão participando deste encontro de fraternidade.
Muita paz, meus filhos, são os votos do velho amigo,
Bezerra.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Bezerra de Menezes . Mensagem psicofonica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 25 de setembro de
2011, na Creche Amélia Rodrigues, em Santo André /SP.