Poema de Gratidão
Amélia Rodrigues
Muito obrigado, Senhor, pelo que
me deste, pelo que me dás!
Muito obrigado, pelo pão, pelo
ar, pela paz!
Muito obrigado, pela beleza que
meus olhos vêem no altar da Natureza!
Olhos que fitam o céu, a terra e
o mar.
Que acompanham a ave fagueira que
corre ligeira pelo céu de anil e se detém na terra verde, salpicada de flores
em tonalidades mil!
Muito obrigado, Senhor, porque eu
posso ver o meu amor!
Diante da minha visão, pelos
cegos, formulo uma oração.
Eu sei, que depois dessa lida, na
outra vida, eles também enxergarão!
Obrigado, pelos ouvidos meus, que
me foram dados por Deus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da
chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, as lágrimas que
choram os olhos do mundo inteiro.
Diante de minha capacidade de
ouvir, pelos surdos, eu Te quero pedir, eu sei, que depois desta dor, no Teu
reino de amor, eles também ouvirão!
Muito obrigado, Senhor, pela
minha voz!
Mas, também, pela voz que canta,
que ensina, que alfabetiza, que canta uma oração e Teu nome profere com sentida
emoção!
Diante da minha melodia, quero Te
rogar, pelos que sofrem de afazia, pelos
que não cantam de noite e não
falam de dia.
Eu sei, que depois desta dor, no
Teu reino de amor, eles também cantarão!
Muito obrigado, Senhor, pelas
minhas mãos!
Mas, também, pelas mãos que oram,
que semeiam, que agasalham.
Mãos de amor, mãos de caridade,
de solidariedade.
Mãos que apertam mãos.
Mãos de poesia, de cirurgia, de
sinfonia, de psicografias...
Mãos que acalentam a velhice, a
dor e o desamor!
Mãos que acolhem ao seio, o corpo
de um filho alheio, sem receio.
Pelos meus pés, que me levam a
andar sem reclamar.
Muito obrigado, Senhor, porque
posso bailar!
Olho para a Terra e vejo
amputados, marcados, desesperados, paralisados...
Eu posso andar!
Oro por eles!
Eu sei, que depois dessa
expiação, na outra vida, eles também bailarão.
Muito obrigado, Senhor, pelo meu
lar!
É tão maravilhoso ter um lar...
Não importa se este lar é uma
mansão
um bangalô, seja lá o que for!
O importante, é que dentro dele
exista amor!
O amor de pai, de mãe, de marido
e esposa, de filho, de irmão...
De alguém que lhe estenda a mão,
mesmo que seja o amor de um cão, pois, é tão triste viver na solidão!
Mas, se não tiver ninguém para me
amar, um teto para me acolher, uma cama para me deitar...
Mesmo assim, não reclamarei, nem
blasfemarei.
Simplesmente, direi:
Obrigado, Senhor, porque, nasci.
Obrigado, Senhor, porque, creio
em Ti!
Pelo Teu amor, obrigado, Senhor!
FRANCO, Divaldo Pereira pelo
Espírito Amélia Rodrigues.
***
O poema de Gratidão, é antes de
tudo, uma prece de agradecimento a Deus.
É o ser humano, expressando esse
sentimento de forma bela e poética.
Ressalta com muita beleza, os
atributos do espírito imortal, a se refletir no hoje e o quanto podem ser
úteis, produzindo no campo do Bem e do Amor.
Evidencia que as mãos, em ações
altruísticas e no trabalho edificante, são propulsoras do progresso e da
evolução.
E, sobretudo, um hino magnífico,
que exalta a reencarnação, abrindo perspectivas de esperança, de novas e
sucessivas etapas através dos tempos, nas quais, os que sofrem, encontrarão a
recompensa merecida.
Essa bela oração gratulatória do
espírito Amélia Rodrigues, foi psicografada por Divaldo P. Franco, em Buenos
Aires, Argentina, em 21 de Novembro de 1962, que passou a apresentá-la ao
finalizar as suas palestras.
No momento de encerramento,
quando Divaldo pronuncia as primeiras frases do poema, unem-se os pensamentos e
vibrações do público presente e, como um majestoso concerto, seus acordes repercutem
harmoniosamente, levando a mensagem de gratidão a Deus pela amplidão afora.
Suely Caldas Schubert
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