domingo, outubro 18, 2015

Onda de compaixão - Folha ESpírita



Adultos e crianças dormem no chão de estação de trem de Frankfurt, na Alemanha, onde refugiados da Síria, Iraque e Paquistão chegam durante a noite em trens vindos da Áustria, em busca de dias melhores.


Onda de compaixão


A questão 740 de O Livro dos Espíritos nos convida a uma reflexão profunda e, a nosso ver, talvez a mais importante para o momento no qual vive nossa civilização. Kardec questiona:


 “Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem-no a braços com as mais aflitivas necessidades?” 


A resposta dos espíritos é um convite a nossa consciência e reforça: 


“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”


Com certeza, se nossos sentimentos como cidadãos do mundo, que não enxergam fronteiras terrenas, mas que lutam pelas aproximações do espírito, vivenciassem a passagem transitória como uma única família, não nos depararíamos com notícias tão estarrecedoras como a que foi divulgada no último mês: povos perseguidos do nosso planeta embarcando em verdadeiros “navios da morte” para fugir da violência e encontrar um lugar seguro para suas famílias.


Segundo a Avaaz – uma rede de campanhas mundial que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global influenciem questões políticas nacionais e internacionais –, ao invés de responder com humanidade, muitos governos estavam fechando fronteiras, deixando que muitos morressem de fome e se afogassem no mar. 


“A crise de refugiados já é tida como a maior desde a Segunda Guerra Mundial”, alertou a organização.


“O Mediterrâneo e Mar de Andamão estão se tornando cemitérios. Mianmar está expulsando o povo da etnia Rohingya e, com isso, milhares de famílias estão à deriva no mar, impotentes, forçadas a beber sua própria urina, porque haviam sido rejeitadas pela Malásia, Tailândia e Indonésia. 


Todas as semanas, cidadãos sírios e africanos também correm o perigo de morrer afogados na costa sul da Europa ao arriscar a travessia assustadora, tida como a última esperança de escapar de tortura, fome e traficantes”, completou.


Em um mundo cada vez mais conectado, no qual um simples “sim” pode mobilizar pessoas em todo o planeta, ações conjuntas tornam-se cada vez mais importantes e têm um peso enorme não apenas por viabilizar ações que possam ajudar cidadãos em todo o mundo, mas para resgatar a humanidade em cada um de nós. 


Se cada um fizer a sua parte, é possível criar uma onda solidária mundial, apoiar missões e pressionar líderes políticos a tomar atitudes humanitárias.


Sempre é válido lembrar que Chico Xavier revelou, conforme consta em Não 


Será em 2012, livro escrito por Marlene Nobre e Geraldo Lemos Neto: 


“O destino da humanidade depende de nossas escolhas, se formos capazes de evitar confrontos entre os povos, poderemos evitar maiores destruições...”


Se observarmos os fatos recentes na história do mundo, perceberemos que a Espiritualidade Superior tem repetidamente nos dado oportunidades de definitivamente exercitar o amor, a compaixão e a caridade e, com isso, mudar o rumo de nossa trajetória ainda tão arraigada no orgulho e no egoísmo.


Estejamos prontos para fazer nossa parte. 


Juntos, nós podemos mais! 


Juntos, nós somos mais!



FOLHA ESPÍRITA . Editorial - junho de 2015. Disponível em http://www.folhaespirita.com.br/v2/node/684 . Acesso : 18 OUT 2015.











A tragédia do pequeno Aylan Kurdi , menino sírio afogado gera onda de solidariedade na Europa


O pequeno Aylan Kurdi, de 3 anos, que se afogou com outras 11 pessoas ,entre elas seu irmão de 5 anos e sua mãe, com o naufrágio de duas embarcações que levavam migrantes refugiados à noite,  da cidade turca de Bodrum à ilha grega de Cós, uma das travessias marítimas mais curtas entre Turquia e Europa, provocou uma onda de solidariedade em diversos países da Europa que antes viam com desconfiança a prestação de auxílio aos refugiados da guerra e assolados pela fome, segundo os teóricos as doações aumentaram .


Na Holanda, onde as pessoas estavam relativamente passivas frente à crise migratória, a imagem foi “um enorme catalizador” para as doações, assegurou à AFP um funcionário do Conselho para os refugiados.


 “Antes, as pessoas tinham um pouco de medo dos refugiados, mas agora estão percebendo que devemos agir”, completou o funcionário, que pediu anonimato.


O corpo do pequeno Aylan Kurdi  após a divulgação da foto e a repercussão mundial da tragédia, os refugiados passaram a ser vistos com mais humanismo e solidariedade.


Mais de 10 mil doadores apareceram nas últimas 48 horas, especialmente dos Estados Unidos e do Reino Unido mas também da Turquia, Alemanha e inclusive do Brasil, indicou a ONG maltesa. Na Suíça, a ONG Corrente da Felicidade recebeu 550 mil euros de segunda à quarta-feira. Desde quinta, a organização recebeu 1,1 milhão de euros.


A organização holandesa para desabrigados (CAO) teve que contratar seis telefonistas a mais na última quinta-feira porque estava “transbordando” de chamadas para doações voluntárias.


Na Suécia, Jonas Elgquist, diretor de uma  empresa de informática, convenceu seus colaboradores a ajudar os refugiados com o orçamento que destinado para um passeio a Roma, com 42,5 mil euros. 


“Estava indo para uma reunião quando vi a foto do menino. Fiquei muito comovido. Poderia ter sido um de meus filhos. Falei com meus colegas e decidimos cancelar a viagem”, disse à AFP.


Em seu site, a organização sueca Radiohjälpen, que recebe todo ano fundos para projetos, indicou ter recebido mais de 630 mil euros de doações em dois dias.


A foto do pequeno Aylan “acelerou o compromisso” popular, disse Malin Lager, porta-voz do Médicos sem Fronteiras. 


“Registramos na quinta-feira dez vezes mais ligações de pessoas interessadas em se tornar doadores regulares que em qualquer outro dia."


O Alto Comissionado da ONU para os refugiados (Acnur) também registrou “um enorme aumento” das doações, afirmou à AFP a porta-voz Melissa Fleming, que mencionou “centenas de milhares de dólares”. 


Porém, a Acnur e seus sócios “seguem com poucos fundos e com orçamento abaixo do necessário”, assegurou.


“Só temos financiamento de 35% para os refugiados que precisam de assistência básica nos países limítrofes da Síria”, destacou.



Fonte

http://aumagic.blogspot.com.br/2015/09/tragedia-do-menino-sirio-morto-afogado.html



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