Adultos e crianças dormem no chão
de estação de trem de Frankfurt, na Alemanha, onde refugiados da Síria, Iraque
e Paquistão chegam durante a noite em trens vindos da Áustria, em busca de dias melhores.
Onda de compaixão
A questão 740 de O Livro dos
Espíritos nos convida a uma reflexão profunda e, a nosso ver, talvez a mais
importante para o momento no qual vive nossa civilização. Kardec questiona:
“Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem-no a
braços com as mais aflitivas necessidades?”
A resposta dos espíritos é um
convite a nossa consciência e reforça:
“Os flagelos são provas que dão ao homem
ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e
resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus
sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina
o egoísmo.”
Com certeza, se nossos
sentimentos como cidadãos do mundo, que não enxergam fronteiras terrenas, mas
que lutam pelas aproximações do espírito, vivenciassem a passagem transitória
como uma única família, não nos depararíamos com notícias tão estarrecedoras
como a que foi divulgada no último mês: povos perseguidos do nosso planeta
embarcando em verdadeiros “navios da morte” para fugir da violência e encontrar
um lugar seguro para suas famílias.
Segundo a Avaaz – uma rede de
campanhas mundial que se mobiliza para garantir que os valores e visões da
sociedade civil global influenciem questões políticas nacionais e
internacionais –, ao invés de responder com humanidade, muitos governos estavam
fechando fronteiras, deixando que muitos morressem de fome e se afogassem no
mar.
“A crise de refugiados já é tida como a maior desde a Segunda Guerra
Mundial”, alertou a organização.
“O Mediterrâneo e Mar de Andamão
estão se tornando cemitérios. Mianmar está expulsando o povo da etnia Rohingya
e, com isso, milhares de famílias estão à deriva no mar, impotentes, forçadas a
beber sua própria urina, porque haviam sido rejeitadas pela Malásia, Tailândia
e Indonésia.
Todas as semanas, cidadãos sírios e africanos também correm o
perigo de morrer afogados na costa sul da Europa ao arriscar a travessia
assustadora, tida como a última esperança de escapar de tortura, fome e
traficantes”, completou.
Em um mundo cada vez mais
conectado, no qual um simples “sim” pode mobilizar pessoas em todo o planeta,
ações conjuntas tornam-se cada vez mais importantes e têm um peso enorme não
apenas por viabilizar ações que possam ajudar cidadãos em todo o mundo, mas
para resgatar a humanidade em cada um de nós.
Se cada um fizer a sua parte, é
possível criar uma onda solidária mundial, apoiar missões e pressionar líderes
políticos a tomar atitudes humanitárias.
Sempre é válido lembrar que Chico
Xavier revelou, conforme consta em Não
Será em 2012, livro escrito por Marlene
Nobre e Geraldo Lemos Neto:
“O destino da humanidade depende de nossas
escolhas, se formos capazes de evitar confrontos entre os povos, poderemos
evitar maiores destruições...”
Se observarmos os fatos recentes
na história do mundo, perceberemos que a Espiritualidade Superior tem
repetidamente nos dado oportunidades de definitivamente exercitar o amor, a
compaixão e a caridade e, com isso, mudar o rumo de nossa trajetória ainda tão
arraigada no orgulho e no egoísmo.
Estejamos prontos para fazer
nossa parte.
Juntos, nós podemos mais!
Juntos, nós somos mais!
FOLHA ESPÍRITA . Editorial -
junho de 2015. Disponível em http://www.folhaespirita.com.br/v2/node/684
. Acesso : 18 OUT 2015.
A tragédia do pequeno Aylan Kurdi
, menino sírio afogado gera onda de solidariedade na Europa
O pequeno Aylan Kurdi, de 3 anos,
que se afogou com outras 11 pessoas ,entre elas seu irmão de 5 anos e sua mãe,
com o naufrágio de duas embarcações que levavam migrantes refugiados à noite, da cidade turca de Bodrum à ilha grega de Cós,
uma das travessias marítimas mais curtas entre Turquia e Europa, provocou uma
onda de solidariedade em diversos países da Europa que antes viam com
desconfiança a prestação de auxílio aos refugiados da guerra e assolados pela
fome, segundo os teóricos as doações aumentaram .
Na Holanda, onde as pessoas
estavam relativamente passivas frente à crise migratória, a imagem foi “um
enorme catalizador” para as doações, assegurou à AFP um funcionário do Conselho
para os refugiados.
“Antes, as pessoas tinham um pouco de medo dos refugiados,
mas agora estão percebendo que devemos agir”, completou o funcionário, que
pediu anonimato.
O corpo do pequeno Aylan Kurdi após a divulgação da foto e a repercussão
mundial da tragédia, os refugiados passaram a ser vistos com mais humanismo e
solidariedade.
Mais de 10 mil doadores
apareceram nas últimas 48 horas, especialmente dos Estados Unidos e do Reino
Unido mas também da Turquia, Alemanha e inclusive do Brasil, indicou a ONG
maltesa. Na Suíça, a ONG Corrente da Felicidade recebeu 550 mil euros de
segunda à quarta-feira. Desde quinta, a organização recebeu 1,1 milhão de
euros.
A organização holandesa para
desabrigados (CAO) teve que contratar seis telefonistas a mais na última
quinta-feira porque estava “transbordando” de chamadas para doações
voluntárias.
Na Suécia, Jonas Elgquist,
diretor de uma empresa de informática,
convenceu seus colaboradores a ajudar os refugiados com o orçamento que
destinado para um passeio a Roma, com 42,5 mil euros.
“Estava indo para uma
reunião quando vi a foto do menino. Fiquei muito comovido. Poderia ter sido um
de meus filhos. Falei com meus colegas e decidimos cancelar a viagem”, disse à
AFP.
Em seu site, a organização sueca
Radiohjälpen, que recebe todo ano fundos para projetos, indicou ter recebido
mais de 630 mil euros de doações em dois dias.
A foto do pequeno Aylan “acelerou
o compromisso” popular, disse Malin Lager, porta-voz do Médicos sem Fronteiras.
“Registramos na quinta-feira dez vezes mais ligações de pessoas interessadas em
se tornar doadores regulares que em qualquer outro dia."
O Alto Comissionado da ONU para
os refugiados (Acnur) também registrou “um enorme aumento” das doações, afirmou
à AFP a porta-voz Melissa Fleming, que mencionou “centenas de milhares de
dólares”.
Porém, a Acnur e seus sócios “seguem com poucos fundos e com
orçamento abaixo do necessário”, assegurou.
“Só temos financiamento de 35%
para os refugiados que precisam de assistência básica nos países limítrofes da
Síria”, destacou.
Fonte
http://aumagic.blogspot.com.br/2015/09/tragedia-do-menino-sirio-morto-afogado.html
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