quinta-feira, outubro 04, 2018

Nossa Singela Homenagem a Pai Francisco - Joanna de Ângelis





Pai Francisco

Joanna de Ângelis


Há muitos anos, poucos anos, naquele dia de outubro de 1226, qual falena de luz, abandonaste a lagarta inerte sobre o solo para voares na direção do zimbório infinito, aureolado de luz.


Havias pedido anteriormente que te despissem o corpo quando a Irmã Morte se te acercasse, e que te colocassem no pó da Irmã Terra, logo alando-te na direção do Amado como um raio de luz que desapareceu no zimbório celeste.


Encerrava-se, naquele momento, o divino périplo da tua missão terrestre em corpo físico.


Fazia pouco, tornaste o lobo de Gúbio um doce cordeiro.


Lograste silenciar a sinfonia dos pássaros para que não perturbassem o teu canto louvando o Senhor.


Colocaste mel nas colmeias vazias pelo rigoroso verão, para que as Irmãs Abelhas continuassem zumbindo, fabricando cera.


Lavaste a lepra em muitos corpos e experimentaste os estigmas em êxtase incomparável.


A cada sofrimento que te afligia, entoavas um hino de louvor e, a cada provação experimentada, uma canção de reconhecimento a Deus.


A tua mensagem simples saiu de Assis para trazer de volta o amor e a humildade de Jesus.


No entanto, Pai Francisco, os teus legatários transformamos a tua mensagem em vão poder, em ilusão argentária e, embora a ternura com que a cantaste, repetimo-la entusiasmados, porém, com o coração em gelo, diferente do teu...


Agora, tanto tempo, em pouco tempo depois da tua sinfonia, rogamos que voltes à Terra para, novamente, balbuciar-nos a oração simples aos ouvidos dos nossos corações empedernidos e dos nossos frágeis sentimentos, de modo a reconquistarmos as forças para seguir-te a meiga voz e nos emocionarmos outra vez com o teu amor.


O mundo estertora, Pai Francisco!


Não se trata mais de luta entre cidades que se digladiam, como nos teus dias. 


É o conflito entre os corações, gerando guerras de extermínio generalizado.


Somente tu, Pai Francisco, podes, enternecendo-nos a ponto de darmo-nos as mãos, lobos e ovelhas que ainda somos, ao comando da tua voz bebermos juntos, no mesmo regato, por onde fluem as águas da misericórdia e do amor inefáveis.


Volta, Pai Francisco, tem misericórdia de nós, e conduze-nos à pequenina Porciúncula onde deixaste os teus despojos, naquele dia longínquo e próximo, de outubro de 1126, pois que todos necessitamos de ti!



FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Ângelis .Jesus e Vida .

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