Caros leitores assisti a uma palestra , que teve como desdobramento o tema desse post , abordado por Divaldo Pereira Franco e fiquei muito sensibilizada com a força dos exemplos e não poderia me furtar de compartilhar com vocês.
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Como referenciado por Léon Dennis, através da Vontade, uma das potencias da alma , o ser humano pode ser capaz de ir " Muito Além do Amor", cujo exemplo Madre Teresa de Calcutá e das irmãs de sua Congregação , sob a proteção de Santa Teresa de Lisieux, patrona da Ordem, deixa bem claro para todos nós.
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Apesar de ser um texto longo, vale a pena ser lido para reflexão íntima...
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Apesar de ser um texto longo, vale a pena ser lido para reflexão íntima...
Ananda - Muito Além Do Amor
Dominique Lapierre, famoso autor
francês que escreveu o livro a respeito de Mohandas Gandhi, intitulado “Esta
noite a liberdade”, cuja obra rendeu-lhe uma fortuna, posteriormente
descobriu-se com uma expressiva dívida de amor para com a Índia.
Oportunamente,
visitando aquelas cidades por onde Gandhi passara a mensagem de paz, ele
percebeu a dor imensa dos párias, assim como a de outros infelizes.
Ele teve
uma grande surpresa ao saber que um lar de crianças órfãs estava para fechar,
porque o nobre inglês que o ajudava fora vítima de circunstâncias políticas e
econômicas, pretendendo deixar que mais de 600 crianças voltassem às ruas.
Em
face do seu sentimento de gratidão Dominique começou a pensar no que poderia
fazer para retribuir a Índia, o bem-estar, o destaque e os prêmios que ele
recebeu pela obra e a fortuna imensa acumulada.
Certo dia, estando ele nas
escadarias em Benares, observando as crianças que se atiravam às águas sujas do
rio Ganges, para recolher objetos dos cadáveres a fim de serem revendidos,
acercou-se de um grupo e tomou conhecimento da existência de uma menina, que
era considerada a mais notável pescadora desses precários recursos que o Ganges
oferecia.
Ela era chamada de “ave de rapina do Ganges”.
Seu nome era Ananda,
que significa em sânscrito – alegria.
Então, Dominique acompanhou uma parte da
trajetória de Ananda por vários anos e escreveu o livro que se denominou “Muito
além do amor”.
- Pode haver uma forma de amor muito além do amor?
Ananda pertencia a uma família de
párias.
Seu pai era um daqueles que vendiam lenha para a cremação dos
cadáveres, porque às margens do Ganges, de acordo com a posição socioeconômica,
o indivíduo era posto sobre a madeira, conforme os recursos da família, para a
cremação.
Além de vender lenha, o pai de Ananda por ter vários filhos e ser
pobre, mantinha um bazar onde vendia o que eram chamadas às relíquias: dentes,
ossos, algumas bugigangas que eram retirados dos cadáveres dos miseráveis que
não puderam ser cremados e eram atirados às águas lodosas do rio já em
decomposição.
Ele era vendedor de madeira barata, e Ananda e os irmãos
encarregavam-se de recolher esses objetos das águas do rio.
Sua mãe, uma alma
insensível, pelas dores suportadas ao longo dos anos, era encarregada da família..
Ananda, aos treze anos, havia se tornado uma personagem especial, mas a sua
condição de paria, dela fazia uma menina triste.
A agilidade com que mergulhava
nas águas e a sua adolescência fazia dessa menina um vulto especial nas
escadarias junto ao Ganges.
Nessa idade ela foi negociada
para o casamento, conforme as tradições do seu povo.
Ela contaria depois que
notou uns homens estranhos que entravam e saiam de sua casa, enquanto ela
permanecia recolhida nos fundos e mal conseguia perceber de que se tratava.
Alguns irmãos disseram que eram as negociações para o futuro casamento dela.
Estabelecido o dote que a família deveria pagar e o dote que o pai do noivo
deveria contribuir, Ananda foi preparada para o matrimônio.
Faltando poucos
dias para as bodas, estando ela, diante de um pedaço de espelho, tirado das
águas do rio, percebeu leve pigmentação na face e disse para a sua mãe.
A
genitora preocupada chamou um dos curandeiros que andavam pelas ruas e, munido
de uma lupa e de um alfinete, ele pôde fazer o diagnóstico após ligeiro exame:
era lepra.
A notícia produziu grande
sofrimento à família, que, além de pária, tinha agora a marca da punição dos
deuses.
Ananda percebeu que, a partir daquele momento, todos se afastavam e,
poucos dias depois, quando ela despertou para a refeição comum, a bandeja de
alimentos estava no centro da sala sobre uma esteira, mas todos estavam
distantes dela..
Junto se encontravam as suas roupas, empacotadas, e algumas
moedas (rúpias).
Ela entendeu que era o último momento de convivência com a
família, pois era uma tradição assim ser procedido.
Após ingerir um pouco de
alimento, em silêncio a sua mãe a expulsou de casa. Nesse momento rompiam-se
todos os laços familiares; para eles; ela estava morta.
*
Como ela não tinha ninguém a quem
pedir ajuda, passou uma semana de privações, esmolando de porta em porta.
Diante dos leprosos da cidade e vendo-os decomporem-se, ela recusou-se a
misturar-se com eles, porque não havia nenhum outro sinal exterior, exceto por
enquanto, aquela pigmentação.
Uma semana depois, estava esfaimada.
Foi até a
estação ferroviária, para ver se podia ser útil carregando algum volume e
recebendo alguma ajuda.
Foi quando a Providência pareceu surgir na pessoa de um
homem, que saltou de um riquixá e lhe perguntou o nome.
Jubilosa, ela
respondeu: “Ananda. Eu sou a alegria”.
“E tem família”, voltou a perguntar o
homem.
Ela respondeu: “Não, não tenho família”.
– “É exatamente do que preciso.
Eu tenho filhos e viajo muito e necessito de uma ama, para que cuide de minhas crianças.
Você aceitaria trabalhar para mim?”
Ela respondeu que sim.
Ele em seguida
deu-lhe vinte rúpias para alimentar-se.
Ananda agradeceu aos deuses.
Em seguida
entrou no riquixá e percebeu que saiam do centro da cidade, em direção da
periferia, afastando-se bastante da cidade. Chegando aos arredores, foi levada
a uma casa muito grande, e ali percebeu que estava sendo negociada...
O homem era um aliciador de
menores para a prostituição.
Ela foi então vendida a um indivíduo sem
escrúpulos que, para demonstrar sua força e poder, agarrou-a pelos cabelos,
atirando-a no chão, chicoteando-a e jogou-a no meio de outras meninas
apavoradas.
Começava ali, naquele momento, a trajetória diferente e quase
trágica de sua existência.
Ela recebeu algumas instruções para a profissão que
ia exercer – se isso pudesse se chamar profissão – e começou a atender a ralé,
aos piores tipos de indivíduos que frequentavam o bordel.
Quando lhe observaram
a pigmentação, ela passou a ser utilizada por outros parias, hansenianos
também.
Durante os meses que ali permaneceu atendia a uma clientela volumosa e
infeliz.
Ela não tinha mais o menor desejo
de viver, quando teve um sonho, um sonho animador.
Alguém lhe alertava para que
se evadisse, para que fugisse dali, apesar dos riscos que adviriam.
Embora
temendo ser castigada e assassinada, Ananda aproveitou-se, uma noite, da
distração dos guardas e partiu, desesperada, de retorno a Benares.
Misturou-se
aos demais miseráveis e ouviu falar da história de uma mulher estranha, que
estava ameaçando a estabilidade dos deuses.
Diziam que “aquela estrangeira”
viera com a tarefa de destruir a Índia e os seus deuses, apresentando um novo
deus, um deus branco, oriental, que estava contra as tradições ancestrais,
contra Krishna e os demais gurus...
Ananda, sem saber como,
antipatizou com essa estranha, porque, embora pária amava o seu povo, amava a
sua pátria.
Sem saber definir, sentia uma força que a impulsionava a correr,
até tombar de exaustão e fome.
Foi numa dessas ocasiões em que á fome a fez
parar no meio da rua, que ela viu uma fila imensa de miseráveis que estavam
diante de uma casa modesta para receber sopa.
Ela então entrou na fila com um
vasilhame imundo para receber o alimento, quando uma mulher estranha que estava
à frente da distribuição, saiu do seu posto de observação e veio diretamente
até ela.
Olhou-a, e perguntou-lhe o que fazia ali.
Ela só pode responder com
uma palavra: - fome!
A senhora levou-a para um lado e
olhando bem o seu rosto percebeu que aquela mancha estava envolta por um edema.
Então a levou imediatamente para o pavilhão dos leprosos.
O pavilhão era um
lugar de piso com chão batido, um telheiro com esteiras, onde se encontravam
rebotalhos humanos.
A Índia possuía milhões de leprosos perambulando pelas ruas
e Ananda era mais uma.
A senhora disse-lhe: - “Chamo-me de irmã Bandona e eu
vou cuidar de você”.
A pobreza da instituição era muito grande.
Havia um
crucifixo preso à parede, tendo embaixo escrito : “Tenho sede!”
Fora ele que um
dia sensibilizara a religiosa, que, voltando de um seminário de meditação, viu
aquelas duas palavras: “Tenho sede!”
E perguntou-se: O que é que Lhe dei neste
dois mil anos?
Quando Ele falou da cruz que tinha sede, ofereceram-lhe uma
esponja com vinagre.
E eu, que Lhe dei nesses dois mil anos?
Nascia naquele momento, á obra
humanitária de Madre Teresa de Calcutá.
Ela expandiu-se pela Índia, pelo mundo.
Quando ela desencarnou, estava atendendo a 186.000 hansenianos no mundo, afora
crianças, idosos e doentes...
Mas na Índia, como a hanseníase era quase normal,
não havia terapêutica especializada naquela ocasião.
Utilizava-se o óleo de
chalmugra. Era uma tentativa inútil de diminuir a putrefação dos corpos. Sob um
desses abrigos, abarrotados de hansenianos, Ananda passou a receber o carinho
da irmã Bandona.
Era uma mulher alta, vigorosa, estrangeira, porque embora
falasse vários dialetos, o seu inglês não se entendia com facilidade.
Ananda
por isso lhe ficou temerosa.
Recebia a alimentação, um pouco de asseio, a
medicação, e, sem poder explicar-se como, um ano depois, as manchas haviam
desaparecido do seu rosto.
Os exames posteriores provaram que ela estava curada
da hanseníase.
Ananda continuou profundamente
sensibilizada, agradecendo aos seus deuses.
Ela pensava muito no período de
Kaliuga, o período das trevas que estava na Terra.
Nesse ínterim, ela se tornou
secretária auxiliar da irmã Bandona, e tinha tanto medo dela e do deus branco
que não se atrevia, sequer, a olha-LO na cruz, conforme lhe recomendavam.
As
marcas da sua condição de pária eram tantas, que ela não olhava as pessoas cara
a cara, e sempre evitava passar diante de alguém para que a luz do Sol
não projetasse sombra sobre outra pessoa, porque, segundo a tradição, a pessoa
ficava impura a partir daquele momento, em vista da sombra de um leproso ou de
um paria, haver caído sobre ela.
Ananda prosseguia a sua
trajetória e pensou em fugir dali, quando um dia, visitando um daqueles
horríveis pavilhões, observou a irmã Bandona viu que uma esteira de onde saíra
um morto estava ocupada por outro doente, sem a sua autorização.
Disse ela para
o doente: “Quem lhe deu esse direito? A fila é grande e já havia reservado esse
lugar para um paciente mais infeliz do que você”.
A religiosa exigiu do invasor
que cedesse o lugar àquele que estava aguardando.
– Isto porque na filosofia de
Madre Tereza, o importante não era curar o corpo.
Ela preparava as pessoas para
morrer, e dizia: “A maior glória da existência é a morte – a morte honrada,
através da qual o Espírito se libertava do seu carma”.
Com isso, ela desejava
que os seus pacientes aceitassem a morte como sendo o anjo da libertação.
Aqueles homens e mulheres, que
dependiam tanto dela, revoltados e gritando coléricos, atiravam-lhe muletas,
pedaços de paus, pedras, enquanto ela permanecia como se fosse uma estátua,
segurando a pequenina cruz de madeira, sem mover um músculo da face, até que a
onda de fúria passasse e ela começasse a ora, o “Pai Nosso”. Aqueles pacientes
infelizes choravam e começavam a pedir perdão aos gritos, enquanto a irmã
Bandona expulsou o invasor, porque a caridade não convive com a desordem.
Isso
sensibilizou tanto Ananda que, naquela noite, ela pediu para tornar-se irmã de
caridade. Desejava dar a vida que não tinha, porque não a tinha, apenas
respirava.
*
Uma semana depois Ananda foi
mandada para Calcutá, e, pela primeira vez, viu Madre Teresa; uma mulher
frágil, de um metro e sessenta centímetros, com cinqüenta e cinco quilos, com
uma voz doce, suave e modesta.
Ananda começou a fazer o noviciado, que era
muito simples; a arte e a ciência de amar, ler o Evangelho de Jesus e vivê-lo;
aprender a atender os pobres e doentes, até o dia em que, três anos após
deveria ser transformada na monja 2.458 da Ordem que mais crescia no mundo, em
todas as raças e de todas as crenças que adotavam a doutrina do amor ao
próximo.
No dia da consagração estavam familiares de todas as noviças, menos os
dela, que não tinha ninguém.
Ela ainda relanceou o olhar na multidão...e de
repente, viu irmã Bandona, que viera de Benares para a consagração da sua filha
espiritual, e que sorriu para ela.
Ananda estava vestida de noiva, e, logo
depois de fazer os votos de castidade, humildade, renúncia e vivência na pobreza,
recebeu quatro metros de tecido branco debruado de azul; ela fez o sári, cobriu
a cabeça, e tornou-se irmã de caridade.
A irmã Bandona abraçou-a com
imensa alegria e a pequena “ave de rapina do Ganges”, agora vestida de branco e
ainda discriminada porque era pária, era obrigada a fazer os serviços mais
abjetos, que a comunidade se recusava em face das tradições do país.
*
FAÇAMOS AGORA UMA PAUSA NESTA
NARRATIVA
Em 1980, na cidade de Los
Angeles, um jovem cabeleireiro gay notou uma tumefação sobre a face direita.
Ele correu a um especialista que depois de examinar a formação tumorosa,
extraiu material para exame e, posteriormente, veio o resultado: câncer de
Kaposi.
Mais ou menos na mesma época um estilista gay de Miami, percebeu que
lhe apareceu na testa uma pequena tumoração.
Ele correu ao médico e receber o
diagnóstico de câncer de Kaposi.
Logo depois o mesmo fenômeno ocorria em
diversas cidades do mundo na população gay.
Então foi constatado que se tratava
de um vírus já conhecido da Medicina, mas que ainda não afetara o organismo
humano.
Ele vivia inoculado no macaco barriga verde, na África, no qual era
inócuo.
Como teria passado para o organismo humano?
Era a pergunta que pairava
no ar.
Foi dado o alarme internacional e passamos a conhecer as siglas AIDS ou
SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Em Nova York, no bairro dos
artistas e intelectuais – a questão tornou-se pandêmica, e o prefeito Edward
Cock, contratou uma casa para recolher e abrigar os ‘pestosos”, e a imprensa
veio contra ele dizendo que era uma jogada política.
Ele então procurou outra
solução.
Sabia que as dores desses pacientes eram insuportáveis, principalmente
quando atingia o cérebro.
Recorreu então, ao cardeal O’Connor, considerando a
aceitação pública quando o trabalho é realizado por uma instituição religiosa.
*
Casualmente, Madre Tereza de
Calcutá, retornando de Roma passou por Nova York e ouviu falar da grande
tragédia; da estranha doença que ela ignorava e sabendo que o prefeito havia
solicitado a ajuda do cardeal, prontificou-se a auxiliá-los, informando:
“O
portador da Aids é um presente que Deus está me dando para melhor amar. Amar a
um desses seres é o desafio que me chega de Jesus”.
E ela aceitou a
administração da Casa sob a condição de que teriam de receber as suas
instruções, não aceitaria as imposições americanas e as exigências do setor de
saúde, já que não se fazia nada por eles.
Ela foi ver as instalações e
propôs as diretrizes que lhe pareceram fundamentais: que tudo fosse muito
simples; as camas de ferro, modestas, que não tivessem ar refrigerando para o
verão, nem tivesse calefação para o inverno.
E começou a por em prática as suas
exigências, algumas, aliás, descabidas.
Queria um médico, mas o seu trabalho
era de amor; era levar essas almas à presença de Jesus, mesmo que se
recusassem, preparando-as para a morte.
Madre Tereza recebeu a propriedade, e
no mês de dezembro de 1983, chegou ao aeroporto Kennedy um grupo de jovens
vestidas de branco debruado de azul; eram as noviças.
Não tinham bagagem,
porque o que possuíam era uma bata, duas peças de roupa íntima, um pedaço de
sabão, uma sandália e um mais um sári, a fim de irem a qualquer lugar na hora
em que Jesus chamasse.
Um ônibus as aguardava à porta.
Quando elas saíram e viram a neve caindo, supuseram que era Deus abençoando o
seu ministério, porque nunca haviam visto a neve.
Na região em que viviam, na
Índia, não nevava.
Elas entraram no ônibus, sem saber o que as aguardava.
Entre
elas, estava Ananda, agora com 19 anos de idade, e viera para ser dirigida por
uma irmã de nome Paul, uma inglesa severa,
que iria administrar a Casa dos portadores de Aids.
Logo que estavam
instaladas, começaram a atender os pacientes.
Mas a sociedade local começou a
sitiar a Casa, ameaçando as religiosas, alegando que elas estavam trazendo para
acolhimento os portadores de Aids.
A irmã Paul era enérgica e enfrentou a
população, defendendo os seus internados com abnegação e coragem.
Elas não
conheciam a devassidão reinante no Ocidente.
Eram ainda quase inocentes.
É
verdade que Ananda fora violentada, havia vivido num prostíbulo, mas era
inteiramente pura...
Ela havia sido explorada, mas não havia vivenciado a
corrupção.
No atendimento aos enfermos ela se afeiçoou por um jovem negro,
portador da Aids, que lhe contou como era sua existência antes da doença.
Ele a
chamava de Didi: irmãzinha querida e terminou morrendo em seus braços.
O médico pragmático e conhecedor
das misérias humanas, procurou explicar-lhes que ali não era a Índia.
O
trabalho era em favor da saúde e da vida e não da morte.
Elas, entretanto,
ingenuamente, recusavam em curar os enfermos, mas em proporcionar-lhes uma morte
digna, e asseveravam: “A melhor saúde termina na morte; é uma questão de tempo.
Desde que vai morrer cada um deve se preparar porque a morte nem sempre manda
aviso”.
Numa das visitas de Madre Teresa a Nova York, ela descobriu que nas
penitenciárias, vários homens condenados à morte eram portadores da Sida.
Ela
percebeu que estava diante de um grande desafio: socorrer alguns desses
condenados, mas encontrou os obstáculos naturais da legislação americana.
Resolveu recorrer ao governador, fazendo um apelo pelo indulto de alguns por
ocasião do Natal e logrou seu intento.
Assim, os homens foram transferidos do
corredor da morte para a Casa de Caridade.
A obra era grandiosa e começaram
a chegar os medicamentos capazes de tornar menos dolorosa e prolongar a existência.
O pior da Aids merece que se diga, é que já existem no mundo mais de 50 milhões
de soropositivo, isto sem contar os que ainda não foram diagnosticados e
continuam infectados.
O mundo ficou estarrecido nos anos 90, quando ministros
de saúde de dois países venderam sangue contaminado, prejudicando centenas de
pacientes que deles se utilizaram nos hospitais.
Descobertos, foram processados
e presos.
Um dos bandidos afeiçoou-se por
Ananda e ela esquivou-se.
Um dia ele disse-lhe que era rejeitado por ser
aidético.
Ela lhe respondeu, tranqüila, que não se tratava disso, mas porque
era casada com Jesus, e afirmou: “Perco a vida, mas não O trairei”.
O bandido
criou um ódio covarde e, um dia, quando ela estava atendendo outro paciente,
ele aplicou-lhe sangue retirado do próprio corpo que iria contaminá-la.
Ela
sorriu para ele e reiterou: “Seja feita á vontade do Senhor”, e continuou o seu
serviço.
Ele morreu pouco depois e ela prosseguiu sua tarefa.
No ano de 1988, A
China comunista abriu espaço para Madre Teresa.
Ela foi convidada a tomar conta
de um lar de crianças com deficiências mentais em Beijing, e transferiu da Casa
da Caridade, a irmã Paul, que levou Ananda para ajudá-la no socorro às
crianças.
E assim prosseguiu Ananda na sua existência, até que a morte veio
visitá-la. . .
Dominique Lapierre escreveu que o
poder do amor muito além do amor é tão grande, que somente se pode
compreendê-lo através de Jesus.
Fazendo-se do amor o ponto de apoio, a alavanca
da solidariedade mudará o mundo.
Quem ama não adoece.
Quem ama tem doenças, mas
não é doente.
A doença é um acidente de percurso na jornada do corpo, que
experimenta transformações.
“O Sermão da Montanha” é para ser cantado e vivido
nos dias de hoje.
A doutora Maria Montessori num discurso em 1937 disse:
“Quando entendermos a criança e a educarmos á luz do Evangelho, salvo teremos à
Humanidade”.
Vivemos o momento em que o Evangelho de Jesus deve ser
transformado em vivência.
Falamos de Jesus, a necessidade de traze-lO para o
nosso dia-a-dia, de arranca-lO do mito da cruz, da distância que existe entre
nós e Ele – distância que nós mesmos a colocamos.
Que o Divino Amor tome conta de
nós, e nos seja possível AMAR, MUITO ALÉM DO AMOR. . .
REFERÊNCIAS
LAPIERRE, Dominique . Muito além
do amor;
FRANCO, Divaldo Pereira .
Palestra
Revista “O Reformador” –
maio/2008
*
Fonte
EXPOSIÇÕES ESPÍRITAS, 2011.
Disponível em
http://ortsac13.blogspot.com.br/2011/05/ananda-muito-alem-do-amor.html.
Acesso: 03/06/2016.
Esse foi o grupo incipiente de cientistas , teóricos que iniciaram o campo de pesquisas para obtenção do tratamento de portadores do HIV.
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