23-MIGALHAS
Casimiro Cunha
Quem vive nas discussões,
Atendendo uma por um
Muita vez passa na Terra
Sem acender luz alguma.
Navio grande prossiga
Ao mar alto, em desconforto...
Mas navio pequenino
Navegue perto do porto.
Onde toda a gente manda
Sem que ninguém obedeça,
As obras podem ser grandes
Mas sem pés e sem cabeça.
Não desatendas no mundo
À Grande Sabedoria.
O homem faz almanaques
Mas só Deus governa o dia.
Esperas pela bondade
Que flui da Divina Aurora?
Começa por ser bondoso
Hoje mesmo, aqui, agora!...
Aprende a ouvir a verdade
Serena, elevada e pura.
Muito raro é o bom conselho
Sem ressaibos de amargura
Doentes e prisioneiros
Que o sofrimento congela
Encontram dificilmente
Pessoas da parentela.
Entre amar e bem-querer
Há muitas léguas que andar.
Sanguessuga também sente
O bem-querer de sugar.
Quando o céu é todo azul
Muita gente dá lições,
Mas, chegando à tempestade,
Dá gritos e acusações.
Não zombes do irmão que sofre
Amargurado e ferido ;
Entre as sombras do amanhã,
Teu dia é desconhecido.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Gotas de luz. Rio de Janeiro: FEB, ed.9 , 1.994. Cap.23,p.42-43.
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