quarta-feira, junho 30, 2021

COOPERAÇÃO - Emmanuel

 

 



COOPERAÇÃO


Emmanuel


Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo.


Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. 


Não apenas autoridade, mas direção com discernimento.


Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções.


Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca.


Quem governa emitirá forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado.


Quando o poder é intemperante, sofre o povo a intranquilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria e a crueldade.


Daí, conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício.


No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lhe é devido.


E assim como o administrador de um serviço reclama a ajuda de assessores corretos, a vontade não prescindirá da ponderação e da lógica, conselheiros respeitáveis na chefia das decisões.


No entanto, urge que o senso de cooperação seja chamado a sustentar-lhe os impulsos.


Nas linhas da atividade terrestre, quem orienta com segurança não ignora a hierarquia natural que vige na coexistência de todos os valores indispensáveis à vida.


Na confecção do agasalho comum, o fio contará com o apoio da máquina, a máquina esperará pela competência do operário, o operário edificar-se-á no técnico que lhe supervisiona o trabalho, o técnico arrimar-se-á na diretoria da fábrica e a diretoria da fábrica equilibrar-se-á no movimento da indústria, dele extraindo o combustível econômico necessário à alimentação do núcleo de serviço que lhe obedece aos ditames.


Observamos, assim, que no Estado Individual a vontade, para satisfazer à governança que lhe compete, sem colapsos de equilíbrio, precisa socorrer-se da colaboração a fim de que se lhe clareie a atividade.


A cooperação espontânea é o supremo ingrediente da ordem.


Da Glória Divina às balizas subatômicas, o Universo pode ser definido como sendo uma cadeia de vidas que se entrosam na Grande Vida.


Cooperação significa obediência construtiva aos impositivos da frente e socorro implícito às privações da retaguarda.


Quem ajuda é ajudado, encontrando, em silêncio, a mais segura fórmula de ajuste aos processos da evolução.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento e vida.  Rio de Janeiro: FEB,1ª ed.,cap 3, 1958.


Reunião de Passe e Cura Espiritual N° 27


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Reunião de Passe e Cura Espiritual Nº 34



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44-A PORTEIRA - Casimiro Cunha

 


44-A PORTEIRA

Casimiro Cunha

 

Enquanto a cerca trabalha, organizando a divida, a porteira se encarrega da tolerância precisa.


O caminho generoso, defendido em cada lado, não pode ser confundido, nem deve ser perturbado.


Quem organiza, porém, o esforço de vigilância, pode, às vezes, ser levado a gestos de intolerância a rigidez na fronteira, tendendo para o egoísmo, encontra a porteira sábia, que opera contra o extremismo.


Nas praças como nos campos, ela ensina, com carinho, que a propósitos sagrados, não se nega o bom caminho.


A cerca defende a ordem dominando o que é contrário, mas a porteira bondosa atende ao que é necessário.


Há pessoa aflita e triste que precise providência?


Ei-la pronta a qualquer hora, e atende com diligência.


Animais ao abandono?


Necessidades de alguém?


Expõe com simplicidade a sua missão no bem.


E com calma superior, humilde e silenciosa, completa o serviço amigo da cerca criteriosa.


Vivem no mundo almas nobres, torturadas de aflição, porque lhes faltam porteiras nos campos do coração.


27ncisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 44, p.45.

 

terça-feira, junho 29, 2021

VONTADE - Emmanuel






VONTADE


Emmanuel


Comparemos a mente humana — espelho vivo da consciência lúcida — a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço.


Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estimulo ao trabalho; o Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem os investimentos da alma.


Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.


A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental.


A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto.


Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.


A eletricidade é energia dinâmica.


O magnetismo é energia estática.


O pensamento é força eletromagnética.


Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as Metas Supremas, traçadas pelo Plano Divino.


A Vontade, contudo, é o impacto determinante.


Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina.


O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino.


Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento.


Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito.


Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento e vida.  Rio de Janeiro: FEB,1ª ed.,cap. 2, 1958.

 

Reunião de Passe e Cura Espiritual N° 28



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43-A PONTE - Casimiro Cunha

 


43-A PONTE

Casimiro Cunha

 

Onde a estrada se biparte, parando sem que prossiga, manda o Pai que se construa a ponte bondosa e amiga.


Consagrada ao bem dos outros, todo instante atenta a isso, dom dos céus a revelar o espírito de serviço.


Suspensa sobre as alturas, onde uma queda ameaça, sem privilégio a ninguém, a ponte serve a quem passa.


Sempre pronta no caminho, no seu esforço incessante, todo o tempo, dia e noite, é bondade vigilante.


Sanando dificuldades, dá-se ao que vai e ao que vem, pratica com todo o mundo a divina lei do bem.


Por gozar-lhe toda hora, seu constante e terno amor, os homens nunca refletem na extensão do seu valor.


Muita vez é necessário, para que homem possa sentir, que em meio da tempestade, a ponte venha a cair.


No instante em que cada qual vê que o bem próprio periga, já ninguém mais desconhece, quem era essa grande amiga.


A ponte silenciosa, no esforço fiel e ativo, é um apelo à lei do amor, sempre novo, sempre vivo.


Vendo-a nobre e generosa, servindo sem altivez, convém saber se já fomos como a ponte alguma vez.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 43, p.44.

 

 

 

 

segunda-feira, junho 28, 2021

O ESPELHO DA VIDA - Emmanuel

 




 O ESPELHO DA VIDA


Emmanuel


A mente é o espelho da vida em toda parte.


Ergue-se na Terra para Deus, sob a égide do Cristo, à feição do diamante bruto, que, arrancado ao ventre obscuro do solo, avança, com a orientação do lapidário, para a magnificência da luz.


Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina.


Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar.


Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar.


Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recíproca.


Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão.


O reflexo esboça a emotividade.


A emotividade plasma a ideia.


A ideia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.


Em semelhantes manifestações alongam-se os fios geradores das causas de que nascem as circunstâncias, válvulas obliterativas ou alavancas libertadoras da existência.


Ninguém pode ultrapassar de improviso os recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia; contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação.


Ninguém permanece fora do movimento de permuta incessante.


Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos. 


Por elas, estacionamos sob a fascinação dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso.


O reflexo mental mora no alicerce da vida.


Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento e vida.  Rio de Janeiro: FEB,1ª ed.,cap.1, 1958.

Pensamento e Vida - Emmanuel

 



Pensamento e Vida

Emmanuel


Perguntou-nos coração amigo se não possuíamos  algum  livro      no Plano Espiritual, suscetível de ser adaptado às necessidades da Terra.


Algumas páginas que falassem, ao espírito, dos problemas do espírito...


Algo leve e rápido que condensasse os princípios superiores que nos orientam a rota ...


E lembramo-nos, por isso, de singela cartilha falada de que dispomos em nossas tarefas, junto aos companheiros em trânsito para o berço,  utilizada em nossas escolas de regeneração, entre a morte e o renascimento.


Anotações humildes que repontam do cérebro como flores que rebentam do solo, sem pertencerem, no fundo, ao jardim que as recolhe, por nascerem da Bondade de Deus que conjuga o Sol e a gleba, a fonte e o ar, o adubo e o vento, para nelas instilar a cor e a forma, a beleza e o perfume...


Eis aqui, portanto, adaptada quanto possível ao campo do esforço humano, a nossa cartilha simples.


“Pensamento e Vida”, chamamos-lhe no Mundo Espiritual e, sob a mesma designação, oferecemo-la aos nossos irmãos de luta, temporariamente internados na esfera física, para informá-los, ainda uma vez, de que o nosso pensamento cria a vida que procuramos, através do reflexo de nós mesmos, até que nos identifiquemos, um dia, no curso dos milênios, com a Sabedoria Infinita e com o Infinito Amor, que constituem o Pensamento e a Vida de Nosso Pai.


EMMANUEL

Pedro Leopoldo, 11 de fevereiro de 1958.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Emmanuel. Pensamento e vida.  Rio de Janeiro: FEB,1ª ed., Introdução, 1958.

 

Reunião de Passe e Cura Espiritual Nº 33



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42-A POMBA - Casimiro Cunha

 


42-A POMBA

Casimiro Cunha

 

A pomba bondosa e terna sobe, sobe, além dos montes, e presta serviços nobres devorando os horizontes.


Entre os homens, vê-se o mesmo, nos caminhos da existência; a ninguém falta na terra as asas da inteligência.


Há, porém muita avestruz, muitos corvos e galinhas, e em todo o lugar são raras as pombas e as andorinhas.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 42, p.43.

 

domingo, junho 27, 2021

41-A PODA - Casimiro Cunha

 


41-A PODA

Casimiro Cunha

 

Quando é necessário ao campo produção forte e fiel, não se pode prescindir da poda quase cruel.


É dolorosa a tarefa que se comete ao podão, não só nos tempos de inverno, como em tempo de verão no pomar esperançoso, na vinha feita em verdura, há dores indefiníveis que nascem da podadura.


Velhos ramos opulentos, dilacerados ao corte, despenham-se amargurados, vencidos de angústia e morte.


Esforça-se a podadeira no galho que cede a custo, e as frondes carinhosas parecem tremer de susto.


Muita vez, toda folhagem sucumbe, desaparece, nobres hastes mutiladas dão mostras de mãos em prece.


Mas, depois, findo o tormento, passada a grande agonia, vem a luz da primavera nas colheitas de alegria.


Tudo é festa de beleza, abundância, fruto e flor, devendo-se tudo a bênção da poda que trouxe a dor.


Necessita-se igualmente, no campo das criaturas, das podas em tempo calmo, em tempos de desventuras.


Nas fainas da luta humana, o sofrimento é o podão: Não te furtes à grandeza das leis de renovação.


XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 41, p.42.