71-O FIO
Casimiro Cunha
Nos movimentos da agulha, nas tarefas do tear, o fio é muito importante na base de todo lar.
Pouca gente lhe observa os valores, vida em fora; na verdade, é companheiro nas lutas de cada hora.
Humilde, tênue, singelo, às vezes quase impalpável, para o pobre, para o rico, e matéria indispensável.
Existe em padrões diversos, no algodão, em seda, em lã, e entre as dádivas do mundo é sublime talismã.
É bênção do amor de Deus, que acompanha a criatura nos campos do mundo inteiro, desde o berço à sepultura.
Entretanto, é alguma coisa muito frágil, muito leve, cuja trama delicada nosso lápis não descreve.
Por ele, milhões de seres, no espírito do trabalho, encontram caminho e vida, luz e paz, força e agasalho.
Olha o fio pobre e simples!
Que lição útil e bela!...
É tesouro do caminho, mas parece bagatela.
Observando-o, recordo as glórias e fins supremos, do tempo que é luz divina, neste instante que vivemos.
O segundo é gota humilde, o século é vasto rio ...
Vive em Deus cada momento que o minuto é nosso fio.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 71, p.72.
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