74-O LIXO
Casimiro Cunha
Cada dia, a residência que a higiene ensine e ajude, lança fora todo o lixo na defesa da saúde.
Grandes cestos, grandes latas, guardando detrito escuro, enchem grandes carroçadas que seguem para o monturo.
Contemplando o movimento, lembremos que a sujidade, muita vez foi qualquer coisa em plano de utilidade.
Roupa usada, vestes rotas, velhas peças carunchosas, em outros tempos já foram queridas e preciosas.
Ornatos apodrecidos, tristes relâmpagos sem lume, conheceram muitas vezes festa e luz, vida e perfume.
Resumem, contudo, agora, o lixo que não convém, escuro e pernicioso, contrário à saúde e ao bem.
Para ele, em todo o mundo, a casa nobre e educada reserva, cada manhã, a bênção da vassourada.
Se não tem função de esterco, junto à terra menos rica, vai ao fogo generoso, que renova e purifica.
Na esfera de ensinamento da verdade sempre igual, o lixo personifica a estranha expressão do mal.
Escuta! Se o bem de ontem hoje é mal e sofrimento, não deixes de procurar os cestos do esquecimento.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 74, p.75.
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