76-O MALHADOURO
Casimiro Cunha
Na época dadivosa da colheita cor-de-ouro, é tempo de conduzir cereais ao malhadouro espigas maravilhosas vêm às mãos do tarefeiro, aglomerando-se em busca da secagem no terreiro antigamente eram flores mostrando verdura e viço; agora, a compensação que se reserva ao serviço.
Mas por ser o resultado, a garantia, o futuro, o grão rico e generoso precisa ser nobre e puro.
O lavrador cuidadoso organiza providências, é necessário excluir as últimas excrescências.
Inicia-se a limpeza, servidores a malhar, no espaço o longo assobio de varas cortando o ar.
São precisos golpes rudes, bordoadas no bom grão, por conferir-lhe a grandeza de servir, além chão.
Depois disso, alcança a glória de amparar o lavrador, a alegria de prover em nome do criador.
Se ao longo de tua vida sentes choques mangual, é que estás em madureza no campo espiritual.
Não fujas ao malhadouro, guarda paz e vigilância: Que a luta nos roube agora os restos da ignorância.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 76, p.77.
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