quarta-feira, agosto 18, 2021

93-O TIJOLO - Casimiro Cunha

 


93-O TIJOLO


Casimiro Cunha


Dos serviços da olaria, onde há lama em desconsolo, é justo aqui salientar as sugestões do tijolo.


Barro pobre e ignorado, extraído em baixo nível, a princípio não parece mais que lama desprezível.


Batido, dilacerado, ao peso do amassador, é pasta lodosa e humilde do subsolo inferior.


Após o rigor imenso de luta grande e escabrosa, levado ao forno candente, sofre a queima dolorosa.


Apagado o fogo rude, o tijolo pequenino, embora a modéstia enorme, é retângulo divino.


Saiu da lama humilhada, foi pisado de aspereza, foi queimado, mas agora é base de fortaleza.


Apesar da pequenez, é a nota amiga e segura, que constrói bondosamente a casa da criatura.


É a bênção, filha do pó, que as fornalhas não consomem, é terra purificada, servindo de abrigo ao homem.


Procura, amigo, entender este símbolo profundo: Não te esqueças do trabalho na olaria deste mundo.


Tão logo purificares o barro inferior do mal, a experiência é o tijolo em tua casa imortal.

 

XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 93,p.94.

 

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