97-O VÔO
Cassimiro Cunha
Aos que aprendem no silêncio, sem sombras e sem entraves, há sempre grandes lições no vôo comum das aves.
Todas elas têm nas asas um dom formoso e excelente, mas cada grupo utiliza-o de maneira diferente.
Recordemos que a avestruz, exemplo que mais destoa, é a maior das grandes aves, muito bela, mas não voa.
As galinhas igualmente, queridas e admiradas, se voam alguns segundos, caem trêmulas, cansadas.
Os patos, perus e gansos, de grande conformação, toleram somente os vôos que as arrastem junto ao chão.
Os corvos pairam no alto, mas o abutre da preguiça aproveita a elevação para a busca de carniça.
As andorinhas, porém, librando no azul da esfera, esquecem o inverno e a lama, procurando a primavera.
XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha.Cartilha da natureza.São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 97, p.98.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”