1. DESTINOS
Valérium
A árvore
generosa eleva-se à beira da estrada.
Os
viandantes que passam famintos e exaustos buscam-lhes os frutos.
E, no
desvario de suas necessidades, atiram-lhe pedras.
Espancam-na
com varas.
Sacodem-lhe os galhos.
Quebram-lhe
as grimpas.
Talam-lhe as
folhas.
Sufocam-lhe
as flores.
Esmagam-lhe os brotos tenros.
Ferem-lhe o tronco.
Mas, a árvore, sem queixa nem revolta, balouçando as frondes, doa, a todos que a. maltratam, os frutos substanciosos e opimos de sua própria seiva.
Esse é o seu
destino.
*
Também na estrada da existência onde você vive, transitam os viajores da evolução apresentando múltiplas exigências a lhe rogarem auxilio.
E, na
loucura de seus caprichos, atiram-lhe pedras de ingratidão.
Espancam-lhe o nome com as varas da injúria.
Sacodem-lhe o coração a golpes de violência.
Quebram-lhe afeições preciosas, usando a calúnia.
Talam-lhe os
serviços com a tesoura da incompreensão.
Sufocam-lhe
os sonhos nos gases deletérios da crueldade.
Esmagam-lhe
as esperanças com as pancadas da crítica.
Ferem-lhe os ideais com a lâmina da ironia.
A todos, porém, sorrindo fraternalmente, aprenda com a árvore generosa a doar os frutos do próprio esforço, sem revolta e sem queixa.
*
Espírita,
não estranhe se esse é o seu destino.
Quando
esteve humanizado entre nós, com amor incomum, esse foi o destino de Jesus,
Nosso Mestre.
VIEIRA,
Waldo pelo Espírito Valérium. Bem aventurados os simples. Rio de Janeiro:
FEB,10ª ed., 1962
Nenhum comentário:
Postar um comentário
“Deixe aqui um comentário”