Pais e Filhos em Conflito
Emmanuel
Pais e filhos em conflito.
É possível contes com eles na equipe familiar.
Sofres por vê-los em contradição com as tuas ideias ou enlaçando experiências inquietantes e negativas.
Entretanto, é imperioso te ilumines de paz e compreensão, a fim de entendê-los.
Dá-lhes a palavra emoldurada de paciência e de amor, para que a tua voz se faça ouvida, e abençoa-os ainda mesmo quando te não aceitem o modo de pensar ou de ser.
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Quase sempre, na Terra, os sentimentos que nos agridem, naqueles que se nos associam à existência física, são a colheita das plantações de ordem moral que levamos a efeito nas leiras afetivas do pretérito, a nos pedirem reajuste e renovação.
E as chamadas complicações edipianas outra cousa não representam senão os laços obscuros que entretecemos, ao enlear almas queridas no nosso carro sentimental - laços esses que passam a reclamar-nos o preciso desfazimento, para que a mútua libertação nos felicite.
O filho excessivamente vinculado ao coração materno, com manifesta dificuldade para ser ele próprio, na maioria das ocasiões é aquele mesmo companheiro que a genitora jungiu à própria senda, em épocas recuadas, a suplicar-lhe agora apoio necessário, a fim de exonerar-se das algemas psicológicas que o prendem à insegurança.
E a filha imensamente ligada ao espírito paternal, em sérios obstáculos para se desvencilhar da autoridade, habitualmente é a mesma companheira que ele acorrentou ao próprio destino em experiências transatas, a implorar-lhe hoje o auxílio indispensável, a fim de desembaraçar do egoísmo com que se lhe enviscou à influência, em nome do amor.
Quantos choques e quantos atritos, até que se estabeleçam as concessões recíprocas, através de vários ajustes cármicos em que uns e outros se vejam emancipados das condições obsessivas em que se interligam!
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Se trazes contigo esse ou aquele filho em conflito ou se te encontras à frente de pais difíceis, nunca te irrites nem condenes.
Ama-os quais se mostram e ora por eles, louvando-lhes a presença e respeitando-lhes as decisões, na certeza de que Deus, cuja infinita bondade tem zelado por nós, cuidará também deles.
E de que nem eles nem nós fomos criados para o cativeiro afetivo, mas sim para sermos responsáveis e livres, de modo a trabalharmos conscientemente no aprimoramento da vida, ante a sublimação do amor imortal.
Reencarnação e Complexos
Irmão Saulo
A descoberta do inconsciente levou Freud e seus discípulos a aprofundarem o problema dos complexos.
Entre estes, o que mais se popularizou, por seu caráter dramático, foi o Complexo de Édipo, seguido do Complexo de Electra, Duas formas de conjuntos ídeo-afetivos que caracterizam os conflitos familiais.
Muito antes da descoberta de Freud já o Espiritismo acentuava a importância do inconsciente encarando as manifestações anímicas no campo da mediunidade.
Em abril de 1857 “O Livro dos Espíritos” colocava o problema do inconsciente e Freud nascera um ano antes.
Isso não afeta em nada o valor e a significação dos trabalhos de Freud e seus sucessores.
Mas é um dado histórico que coloca o Espiritismo em posição muito cômoda no trato dos problemas psicológicos.
Na mensagem de Emmanuel temos a colocação do problema dos complexos em termos espíritas.
Emmanuel acentua a importância da teoria da reencarnação para uma compreensão melhor e mais humana – sobretudo mais humana – dos chamados “complexos parentais”.
Diz ele: “as chamadas complicações edipianas outra coisa não representam senão os laços obscuros que entretecemos, ao enlear almas queridas no nosso carro sentimental...”.
A interpretação de Jung, ligando complexos e arquétipos, justifica esta maneira de ver a questão.
A criança já traria consigo o arquétipo da mãe, a ideia da “mãe eterna ou divina” que é apenas despertada pela mãe concreta da atual existência.
O Espiritismo devolve ao arquétipo de Jung a sua natureza humana.
Não se trata da ideia da “mãe divina” (espécie de reminiscência platônica), mas da mãe real, concreta, de carne e osso, de uma existência anterior.
As pesquisas científicas de hoje sobre a reencarnação abrem novas possibilidades de compreensão dos conflitos entre pais e filhos.
O Espiritismo, por isso mesmo se torna mais apto a ajudar a Psicologia Profunda na descoberta das raízes verdadeiras das situações parentais conflitivas.
Como veem os leitores, as mensagens psicográficas de Chico Xavier não tem apenas um sentido religioso e moralizante.
Não raro elas penetram nas profundezas de problemas que nos acostumamos a olhar de maneira superficial, mesmo quando os tratamos de um ponto-de-vista que nos parece profundo.
XAVIER, Francisco Cândido; PIRES, Herculano. Chico Xavier pede licença. Espíritos Diversos, Cap 15.
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