Convite à Ascensão
Joanna de Ângelis
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” (João: capítulo 14º, versículo 6)
Inumeráveis os óbices.
Sem conto as dificuldades.
O cardo multiplicado na rota cravando-se aos pés andarilhos; a pedra miúda penetrando pela alparcata protetora; a canícula ardente sobre a cabeça ou a chuva impertinente, prejudicial como circunstâncias impeditivas.
O apelo do alto, no entanto, chegando-te como poema de sol, encanto de paisagem visual a perder-se além do horizonte, ar rarefeito, renovador, abençoado...
Na estreiteza do caminho estão a visão próxima do detalhe nem sempre atraente, a lama e o abismo.
De cima, porém, a grandeza do conjunto harmonioso, em mosaico festivo, concitando-te a maiores cogitações...
No torvelinho agressivo do dia-a-dia é mister crescer na direção da vitória, libertando-te das paixões que coarctam as aspirações elevadas.
Examina, assim, a situação em que te encontras e arregimenta forças a fim de ascenderes.
Cá, na nesga da baixada dos homens, a dor em mil faces, o desespero em polimorfia fisionômica, a desdita em vitória.
Mesquinhez abraçada a coisa-nenhuma asfixiando esperanças, esmagando alegrias...
Lá, nas alturas do ideal, a amplitude de vistas e a largueza de realizações...
Concitado ao programa redentor não te detenhas no ultraje dos fracos, nem te fixes na insensatez dos desolados.
Paga o tributo do crescimento a peso de jovial renúncia e cordata submissão, superando detalhes desvaliosos e conjunturas lamentáveis, de modo a alçares o ser e a vida aos cimos espirituais.
Asseverou Jesus ser o caminho, e ensinando como alcançar vitórias legítimas, enquanto conviveu com os homens e lhes sofreu a ingratidão não se permitiu deter com eles, ascendendo do topo de uma cruz, além do solo das paixões, aos cimos da sublimação.
Medita e segue-o, liberando-te da canga dos melindres e cogitações que te retêm no solo pegajoso das baixadas, desde hoje.
FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Convites da vida, Cap. 3, p 4-5, 1972.
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