domingo, março 24, 2024

Renascimento - Joanna de Ângelis

Bebês da fotógrafa Anne Geddes


Renascimento


Joanna de Ângelis


A vida morre ou se desestrutura nas moléculas que a expressam para logo depois renascer. 


Tudo se decompõe e volta a reconstituir-se.


O incessante fenômeno da transformação molecular é inerente à condição de transitoriedade de todas as formas e coisas. 


Morre uma expressão e surge outra. 


O movimento vida-morte-vida obedece ao fluxo ininterrupto da imortalidade.


Somente eterno é o Espírito, que transita entre uma e outra aparência orgânica para atingir a excelsa destinação que lhe está reservada.


Essa é a fatalidade estabelecida pelo Pai Criador para todas as expressões sencientes do Universo. 


Mediante os renascimentos em diferentes etapas, o princípio espiritual desenvolve a consciência adormecida e todos os conteúdos da imagem e semelhança de Deus.


A semente, que possui o germe da vida, a fim de fazê-la desabrochar em plenitude, necessita ser sepultada no solo para morrer, quando então desperta e faz-se exuberante.


Também para o Espírito, torna-se indispensável envolver-se na indumentária material, propiciando-se a renovação de energias para desatar a divindade que nele dorme e que o convida a ininterrupto crescimento.


Cada existência orgânica constitui uma etapa através da qual os valores internos fixam-se na consciência, facultando novos investimentos-luz para a viagem de sublimação.


Libertando-se das camadas mais toscas e grosseiras do primarismo por onde inicia a jornada evolutiva, alcança os patamares do sentimento e da razão, programando-se a conquista da angelitude que poderá desfrutar desde o momento que se lhe imponham as intenções de autosuperação.


Renascer da carne e do Espírito, conforme acentuou Jesus no seu momentoso diálogo com o doutor da Lei, Nicodemos, significa sim a imantação nas moléculas constitutivas da germinação que se encarrega de construir o zigoto, depois o feto e, por fim, o ser humano.


Condensando a água que vitaliza com energia a forma física, nela imprime os equipamentos que lhe são necessários, graças às experiências transatas que lhe facultaram aquisição de implementos morais e vivenciais para atingir a meta.


Renasce a planta após a devastação da tormenta. 


Renascem os rios e fontes depois do ardor do verão sob as bênçãos da chuva.


Renascem os sentimentos passadas as ocorrências dilaceradoras.


Renasce a vida em todos os fenômenos conhecidos ou não.


Renasce o Espírito no corpo físico buscando a grande luz.


A experiência evolutiva começa na noite do minério e ruma para a claridade estelar da arcangelitude. É necessário nascer, morrer e renascer, conquistando níveis de sabedoria nos quais o amor e o conhecimento confraternizem em clima de libertação.


Somente através dos instrumentos que facultam o renascimento do corpo, lapida-se o Espírito que faz desabrochar todas as potencialidades adormecidas para cuja finalidade encontra-se no processo de evolução. da felicidade.


Necessário desalgemar-se das imperfeições, a fim de unir os sentimentos na construção da felicidade.


Há muita paisagem bela pelo caminho esperando contemplação.


No entanto, é necessário seguir adiante e vencer as muitas milhas que estão aguardando na estrada do progresso.


Quem se detém, seja por qual motivo for, transfere a oportunidade de conquistar o infinito. 


O hoje desempenha papel de fundamental importância na aquisição do futuro. 


Torna-se, portanto, indispensável investir em luz o que se possui em sombra, que deve ser transformada em claridade de amor e misericórdia.


São o amor e a misericórdia do Pai que facultam ao endividado resgatar o débito e ao calceta, o ensejo de reparar o delito. 


Da mesma maneira, cabe ao ser humano repartir a esperança, conceder ensejo de reparação, ampliar o perdão, a fim de que o seu próximo na retaguarda tenha acesso a outros patamares da emoção e da cultura, para saber, para discernir e para amar sem preconceito nem limitação.


O renascimento surge na árvore vergastada pela poda rude, abrindo-se em verdor, flores e frutos.


Sem qualquer ressentimento pelas ocorrências destrutivas que, em realidade, são apenas ocasiões transformadoras, a vida ressurge do pântano pela drenagem, do deserto pela fertilização, abençoando o mundo e todos os seres.


Morrer, desse modo, é conquistar novo campo vibratório para fortalecer as resistências e renascer crescendo na direção de Deus.


Nunca temas, nem a morte, nem a vida.


Renascerás após o trânsito espiritual conduzindo os tesouros que acumulaste na Terra e no mundo extracorpóreo, que te facultarão melhores investimentos em benefício próprio e da humanidade.


Todo renascimento é festa de compaixão pelo trânsfuga do dever. 


Renascendo, a paisagem está sempre rica de cor, de alimentos, de vida.


O renascimento na carne é a reconciliação do Espírito consigo mesmo, facultando-se ensejo novo para aprender e para viver melhor.


Quando a noite moral te envolver em sofrimentos inesperados e deixar-te em expectativas mais inquietadoras, não olvides que a semente que não morrer, não viverá, conforme acentuou Jesus.


Assim, todo aquele que não passar pela porta estreita do testemunho, não poderá contemplar a madrugada exuberante da imortalidade.


Jamais deixes que a esperança desapareça dos teus sentimentos.


Quando moram determinados objetivos, permanece no bem e renascerão todos eles em forma de novos desafios para o teu crescimento.


Pensamentos extraídos da mensagem Renascimento, escrita em Zurique, Suíça, no dia 1o de junho de 2001.

 

FRANCO, Divaldo Pereira pelo Espírito Joanna de Angelis. Nascente de bênçãos, p.13-16.

2 comentários:

  1. Sua postagem foi excelente! Eu realmente gostei. Estou ansioso para ler mais do seu trabalho. Envolva-se com conteúdo exclusivo criado por fãs do Aviador em nosso blog.

    ResponderExcluir
  2. Bom dia! Obrigada pelas suas palavras . Fraternalmente

    ResponderExcluir

“Deixe aqui um comentário”