Zaqueu, amigo
íntimo de Jesus
Samuel Nunes Magalhães
Jesus
percorria pela derradeira vez os caminhos da Palestina. Deixando
a Galileia, dirigira-se ao território da Judeia, além do
Jordão.1 Nessa viagem, quando já próxima a hora extrema do
Gólgota, encontra-se com Zaqueu às portas de Jericó.
Descrita
no Velho Testamento como a Cidade das Palmeiras, 2 Jericó foi
edificada numa das mais ricas zonas agrícolas de todo o Oriente
Médio.3 Verdadeiro oásis no deserto, cercada por quilômetros de
terra árida e rochosa, exibe – contrastando com os seus
arredores – campos floridos, árvores balsâmicas, amendoeiras,
romãzeiras, tamareiras, sicômoros, e, sobretudo,
palmeiras. Tornou-se célebre nos tempos de Jesus. Clima mitigado
pela abundância de águas canalizadas, esplêndidos jardins e
belas construções fizeram dela a cidade invernal da aristocracia
de Jerusalém, preferência de Herodes Magno.4
Passagem
obrigatória a caravanas de mercadores e peregrinos religiosos, Jericó
alcançou grande importância econômica, contando com
estabelecimentos bancários, várias lojas comerciais e diversos
armazéns providos de toda mercadoria. Diariamente, desde as primeiras
horas da manhã, negociantes, proprietários, lavradores, agentes
e cambistas fervilhavam em suas ruas, entre discussões,
compras, vendas e assinaturas de contratos, num febril vaivém.
Somente com as primeiras sombras da noite, costumava diminuir o
bulício na Cidade das Palmeiras.
Israel
vivia então sob o senhorio romano, sujeito aos ditames do grande
império. Como todos os povos conquistados pelos césares,
pagava-lhes pesados tributos, destinados ao luxo do patriciado e à
manutenção da máquina governamental, cujos exércitos,
sempre crescentes, requeriam gastos mais e mais elevados.
Os judeus,
mesmo oprimidos, não declinavam de suas crenças, cultivando-as
com intenso ardor. Arrimados à fé dos seus patriarcas,
consolidada ao longo dos séculos, mantinham-se coesos como
nação, ainda quando exilados, vivendo em terras estranhas. O
governo romano, então, normalmente adotava política de
tolerância para com as práticas religiosas dos povos dominados.
Naqueles
dias, os israelitas se preparavam para a páscoa, comemoração à sua
libertação do jugo egípcio. Numerosos viajores cruzavam as
estradas e caminhos do país, na direção de Jerusalém. Jericó, mais
que outras localidades, regurgitava de passantes.
Jesus, com
os doze, igualmente se encaminhava à capital da Judeia.5 Vencida
quase toda a distância entre Cafarnaum e Jerusalém – contornando ao
leste o território samaritano6 – chegou às cercanias de Jericó.
Pelos caminhos, ensinava a Boa-Nova, consolava os aflitos e curava
os enfermos; verdadeira multidão o acompanhava desde a Galileia.
Jericó,
como já dito, constituía rota obrigatória para mercadores e
peregrinos. Movimentado comércio local e acentuada circulação de
riquezas em suas fronteiras garantiam- lhe elevada
arrecadação tributária; despertava o interesse dos governantes e a
ambição dos publicanos.
Conforme
as regras estatuídas então, cabia aos publicanos coletar os impostos.
Desde Caio Graco, Tribuno da Plebe nos anos 123 a.C. e 122 a.C., nova forma
de concessão para arrecadação tributária fora estabelecida nas
províncias asiáticas, sendo mais tarde aplicada às demais possessões
romanas. Os tributos passaram a ser recolhidos mediante contrato
firmado, pelo prazo de cinco anos, entre o vencedor da hasta pública
e o tesouro romano, devendo o vencedor antecipar o
pagamento desses tributos ao Estado. Os participantes desses
leilões, naturalmente, eram homens muito ricos, com fortuna
pessoal mínima de quatrocentos mil sestércios, segundo alguns historiadores.
A adoção
desse sistema de arrecadação tributária, conquanto eficiente, teve
graves consequências. Os publicanos, livres para cobrar
quanto quisessem, exorbitavam nas taxas exigidas,
multiplicando suas fortunas vertiginosamente. Movidos por indisfarçável ânsia
lucrativa, tornaram-se símbolo de avidez e desonestidade, sendo
detestados pela população em geral.
Zaqueu era
rico publicano, chefe dos publicanos em Jericó.
Em
concorrência pública, como ditava o costume, arrematara o direito à
cobrança de impostos na urbe famosa. Além dos interesses da
alfândega, dirigia outros negócios particulares, todos muito
rentáveis; contava com grande número de empregados. Os judeus
olhavam-no com desdém, como faziam a todos os publicanos,
considerando-o traidor da pátria, por transigir com
os romanos invasores.
Raros lhe
dirigiam a palavra e, quando o faziam, quase sempre o faziam
obrigados pelas circunstâncias, não disfarçando o íntimo desprezo
que lhe votavam.
Ouvira
falar de Jesus!
As
notícias que lhe chegavam davam conta de sua amorosa mensagem,
portadora de fé e esperança. Da boca popular, escutava referências a
seus muitos milagres e soubera que exprobrava a conduta de
fariseus e saduceus, exortando os homens ao bom caminho.
Tinha conhecimento de que Ele se fazia acompanhar,
sobretudo, dos simples e deserdados, que não desprezava a
ninguém, considerando a todos como irmãos. Ouvira dizer, até,
que entre os seus mais próximos seguidores, havia um que
fora conhecido publicano.
Queria ver
o novo Messias, quem sabe, falar ao Mestre nazareno.
Sua alma
sonhava novos horizontes, cansada das coisas do mundo. De há muito,
acalentava secreto desejo de conhecer aquele de quem se falava
tantas maravilhas.
Caía a
tarde na velha cidade do vale do Jordão. Seus estabelecimentos
comerciais cerravam as portas, seus habitantes regressavam aos
lares e os peregrinos procuravam pernoite. Desusado
movimento agitava Jericó. Nos últimos dias, muito aumentara o
fluxo local de caravanas com destino à Cidade Santa.
Zaqueu
também findara seu trabalho, rumava para casa. Romeiros de variadas
procedências anunciavam a chegada do Rabi galileu. Excitados,
gesticulavam muito, diziam que Ele curara o cego Bartimeu.7
Não longe,
compacta muralha humana cercava o carpinteiro galileu. Rápido, Zaqueu
se acercou da multidão, empolgado pela possibilidade do
ambicionado encontro. De pequena estatura, contudo, por mais
tentasse, não conseguia ver Jesus. Tomado de resolução –
temia perder a oportunidade há tanto esperada – correu à frente
do povaréu, subiu num velho sicômoro e aguardou a passagem do
Mestre.
Logo
divisou a sua figura augusta, sentiu-se invadir de paz intraduzível.
Atraído pelo seu amoroso magnetismo, acompanhava-lhe os
menores gestos, apurava os ouvidos para escutá-lo.
Que
pensamentos acudiam nessa hora a Zaqueu? Que sentimentos dominavam
seu coração? Que visões contemplava seu Espírito? Talvez
passasse em revista sua existência, reexaminasse os valores que
lhe vinham norteando as decisões, vislumbrasse nesgas do
caminho espiritual. Decerto que experimentava íntima e
estranha inquietação; chegara o instante glorioso do seu encontro
com a Verdade.
Aproximando-se
da árvore em que se alojara o publicano, Jesus ergueu os olhos,
fitando-o, e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém
ficar hoje em tua casa”.8 Zaqueu deu-se pressa em descer, recebendo-o com
muita alegria. “À vista desse fato – anota o evangelista – murmuravam
todos, dizendo: Foi hospedar-se na casa de um homem pecador!”.
Entrementes,
Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: “Senhor, resolvo dar aos pobres
a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho
defraudado alguém, restituo-lhe o quádruplo”. Então, Jesus lhe
disse: “Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este
é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o
que estava perdido”.9
Zaqueu
exultava de alegria, sentia-se no limiar de um novo mundo. Vivera
até ali como os comuns de sua época, preocupado com
as aquisições materiais, escravo das coisas ilusórias.
Chegava agora a novo estágio evolutivo. Quais os caminhos do
seu despertar espiritual? Quais os degraus superados até
alcançar a condição de amigo íntimo de Jesus?
Acompanhando
a sua marcha ascensional, naquilo que podemos apreciar,
concluímos que muito peregrinou nas sombras dos enganos e
vacilações, antes de penetrar a porta estreita, rumo à
Espiritualidade superior.
Dedicou os
primeiros anos de sua existência às conquistas mundanas –
dinheiro, fama, status, poder – dominado pelas exigências
dos prazeres egoístas, conquanto, desde antes, almejasse
respirar noutra atmosfera. A alma humana nessa etapa de aprendizado,
quando não nega a paternidade divina, costuma ignorá-la
propositadamente, como se temesse as consequências desse
reconhecimento. Intui secretamente as responsabilidades que daí advirão,
e, como a dormideira, recolhe-se em si mesma, preferindo manter-se
alienada acerca da existência de Deus.
A
saciedade proporcionada pelas conquistas inferiores, todavia, carece
de perenidade, possui existência efêmera. Não demora e a alma sente
vazio inexprimível, vítima da impermanência das coisas
deste mundo. Até alcançar os bens eternos, sofrerá crises
periódicas desse vazio.
O filósofo
pessimista alemão, Arthur Schopenhauer, observando o cotidiano do
homem comum, diz que a vida é um pêndulo que oscila entre
o sofrimento e o tédio. Sofremos enquanto não conseguimos o que
desejamos e, quando conseguimos o que desejamos, sentimos tédio. É
então que elegemos novo objeto de desejo para, novamente, oscilarmos
entre o sofrimento e o tédio, numa infinita alternância.
Zaqueu
vivia essa alternância, pendulando entre o pesar e o fastio.
Saturado
do que é transitório, experimenta invencível fascínio pelo
transcendente, impulsionado pelo que podemos chamar de tropismo
divino; é o início da sua busca espiritual, termo da sua alienação de
Deus.
Talvez ninguém lhe tivesse notado a mudança, nem mesmo os mais próximos, muitíssimo engolfados
nos assuntos da matéria. Jesus, porém, atento às mais
discretas manifestações de nossa alma, identifica os
primeiros clarões de sua luz interior e lhe vêm à procura. Zaqueu
buscava Jesus, Jesus buscava Zaqueu. Entre eles uma
multidão, símbolo dos obstáculos que o publicano necessitava
transpor para alcançar o Mestre. Do alto da figueira, Zaqueu espia
Jesus. Encontrara o que procurava, segredava-lhe a
consciência. De repente, ouve surpreso: Zaqueu, desce depressa, pois
me convém ficar hoje em tua casa.
Desde
quando anelava semelhante dádiva? Que fizera para merecer tamanha
bênção? Humilde, cria-se indigno de hospedar o Messias.
Mas, depressa, desce e vai correndo preparar-lhe régia ceia e
as melhores acomodações de sua rica residência.
A cena nos
sugere oportunas reflexões.
O sicômoro
ou
figueira doida, 10 como também é conhecido, com suas raízes profundas, folhas ásperas e frutos de inferior qualidade, oferece singular imagem
das riquezas materiais, cuja aparência de viço, solidez
e perpetuidade engana o observador menos percuciente.
Zaqueu no alto da figueira,
acima da multidão, traduz o homem içado aos mais
proeminentes postos
o mundo. O desce depressa nos fala da imperiosidade de abandonarmos as convenções meramente
humanas, para encontrarmos o Cristo.
Zaqueu
transbordava alegria.
Límpidos
raciocínios agora iluminavam seu espírito; trilhava os primeiros
passos na senda. As posses materiais e os favores de sua elevada posição social
não o haviam impedido de chegar a Jesus. Sabia-se, contudo, longe da
completa emancipação espiritual, preciso era prosseguir.
À mesa,
com o sublime visitante, ouvia-o com deleite, considerava quanto
estivera distanciado do verdadeiro caminho. Imerso em doce
onda de amor, priva pela primeira vez da intimidade de Jesus.
É aí que se resolve a dar metade dos seus bens aos pobres e a
restituir em quádruplo a quem haja defraudado.
…É a fase
da entrega!… É a fase da consagração!
Vencida a
alienação, realizada a busca, Zaqueu se entrega àquele que é o
Caminho, a Verdade e a Vida. Esvazia-se das coisas deste mundo,
disposto a preencher-se das coisas celestes. Abre mão de sua
riqueza… Distribui seus bens aos pobres… Indeniza a quem
prejudicou… Abdica de sua posição social… Reconhece que mesmo sem
o saber, sempre buscara o Cristo de Deus. Enlevado, despe
sua alma, lavando com lágrimas as lembranças de suas
defecções, para ouvir do Senhor:
Hoje,
houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.
Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido.9
Selada
estava eterna aliança entre Zaqueu e Jesus.
E ali na
casa de Zaqueu, ainda naquela noite, Jesus contou a parábola das dez
minas– para a maioria dos exegetas – uma variante da parábola dos
talentos, apesar das diferenças textuais havidas entre as duas
narrativas.11
Zaqueu é
uma daquelas personagens bíblicas sobre quem muito pouco se sabe.
Além do episódio relatado por Lucas, não encontramos nas
páginas evangélicas qualquer outra referência ao publicano de
Jericó. Estudiosos do Novo Testamento, todavia, hão sustentado
que tudo deixou para seguir a Jesus.
Clemente
de Roma afirma que ele se tornou companheiro de viagens de Simão
Pedro, sendo, mais tarde, nomeado Bispo de Cesareia Marítima, pelo
Pescador de Cafarnaum.12 Clemente de Alexandria sugere que adotou o
nome Matias, induzindo muitos à falsa inferência de que haja
substituído Judas Iscariotes no Colégio dos Doze.13 O legendário
medieval o identifica como Santo Amador, considerado o fundador
do santuário francês de Rocamadour. Modernos pesquisadores da
história do Cristianismo – alguns com decênios dedicados ao assunto –
comungam com muito dessas tradições. Devemos, contudo, escoimar
essas tradições – todas tardias, e por isso, pálidas de valor
histórico – daquilo que faleça a mais severo exame.
Hoje,
alguns poucos ainda pretendem que Zaqueu seja Matias, o 13º Apóstolo.
Diríamos que essa é uma opinião insustentável, dado que não
resiste à mais leve análise, quando na presença dos textos
testemunhais desses eventos.
Atos dos
Apóstolos (1:15, 21, 22, 23 e 26) registra:
Naqueles
dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos – o número das pessoas reunidas
era de mais ou menos cento e vinte e disse:
“É
necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo
o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do
batismo de João até o dia em que dentre nós foi arrebatado, um destes
se torne conosco testemunha da sua ressurreição”.
Apresentaram
então dois: José, chamado Barsabás e cognominado Justo, e
Matias. Lançaram a sorte sobre eles, e a sorte veio a cair em
Matias, que foi então contado entre os onze apóstolos.
A leitura
acima não exige mais grave meditação para infirmar a ideia de que
Zaqueu seja o 13º apóstolo. Declara, literalmente, que, desde o
início, tanto um quanto outro – José e Matias – tomou parte ativa
na vida messiânica de Jesus. Zaqueu, como é sabido, somente o
conheceria na última viagem do Mestre a Jerusalém.14
Além
disso, caminhando nessa direção, assevera Eusébio de Cesareia:
E um
documento ensina também que Matias – o que foi juntado à lista dos
apóstolos em substituição a Judas – e o outro que com ele teve a
honra de disputar a sorte foram dignos de serem dos setenta. […]15
E, mais
adiante, diz: O primeiro, pois, que a sorte designou para o
apostolado em substituição a Judas, o traidor, foi Matias, que também
tinha sido um dos discípulos do Salvador, como já foi provado.15
De acordo,
pois, com o texto ora transcrito, José e Matias pertenciam ao grupo
dos setenta, 16 episódio anterior ao encontro entre Jesus e
Zaqueu. Logo, conclui-se: Zaqueu não é Matias, o 13º apóstolo.
Ademais,
ainda que evocado por alguns, como fonte favorável a esse
entendimento, Clemente de Alexandria – longe de estear tal juízo –
escreve, simplesmente:
Diz-se,
portanto, que Zaqueu, ou, segundo alguns, Matias, o chefe dos
publicanos, ao ouvir que o Senhor se dignou a Brasivir a ele,
disse: Senhor, e se eu defraudei alguém em alguma coisa, restituo-lhe
o quádruplo. E o Senhor disse, por sua vez: o Filho do homem
vindo aqui, encontrou o que estava perdido.17
E, ainda,
para alguns historiadores, Natanael18 foi quem tomou o lugar de Judas
Iscariotes, embora habitualmente o identifiquem como o apóstolo Bartolomeu.19
À margem
das dissensões históricas – válidas, mas não essenciais – subsiste a
convicção da aliança entre Zaqueu e Jesus. Ditados e revelações
espirituais – transmitidos a medianeiros de reconhecida credibilidade
– reforçam esse pensamento.
Humberto
de Campos enfatiza que Zaqueu, desde muitos anos, procurava empregar
o dinheiro a benefício de todos à sua volta, voluntariamente
hipotecando-se ao Mestre.20
Amélia
Rodrigues conta que, com frequência, ele socorria o cego Bartimeu.
Gostava de acudir a miséria alheia e suavizar as dores do próximo.
Mais tarde, assistido por Jesus, foi dirigir florescente igreja
cristã em terras de Cesareia.21
Léon
Tolstoi declara tê-lo ouvido discursar no mundo espiritual:
– A
bondade do Mestre galileu… […] tocou-me para sempre o coração […]. E
conquistou-me assim, por toda a consumação dos séculos…
[…] Não,
eu não o abandonei jamais, desde aquele dia em que passou por Jericó!
[…] Soube, é certo, da ressurreição que a todos revigorou de
esperanças… Mas não logrei tornar a ver e ouvir o Mestre […].
Ele só se apresentou, depois da ressurreição, aos discípulos –
homens e mulheres – e aos Apóstolos…22
Affonso
Soares, amigo e confidente de Yvonne do Amaral Pereira, disse-me que
a notável médium fluminense repetia sempre que Zaqueu fora o
venerável Bezerra de Menezes.23
Zaqueu
venceu antigas vacilações e transpôs densas barreiras, para, naquele
dia memorável, tornar-se amigo íntimo de Jesus, lembrando as letras
de Apocalipse (3:20):
Eis que
estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e cearei com ele, e ele comigo.
Referências:
1 Mateus,
19:1; Marcos, 10:1; e Lucas, 9:51-53. (Para os textos
evangélicos utilizamos a Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de
Almeida, e a Bíblia de Jerusalém.)
2
Deuteronômio, 34:1 a 3; e 2 Crônicas, 28:15.
3 Vale do
Jordão. Situada a quase trezentos metros abaixo do nível do mar, numa
das maiores depressões absolutas do planeta, Jericó é considerada a
mais antiga cidade do mundo. Pesquisas arqueológicas apontam sua
fundação entre nove e dez mil anos atrás.
4 Herodes
e seu filho Arquelau embelezaram Jericó. Entre as construções mais
famosas contavam-se o anfiteatro da cidade e o castelo de Kypros.
Este último, construído e batizado em homenagem à mãe de Herodes.
5 Lucas,
18:31 a 34.
6 Lucas,
9:51 a 56. – Não encontrando guarida em uma das vilas da
Samaria, Jesus decidiu fazer o mais longo trajeto entre as duas
cidades. Possivelmente tomou a direção de Decápole e atravessou a
Pereia, antes de alcançar Jericó. Dali seguiria para Betânia e
Jerusalém.
7
Patronímico traduzido por filho de Timeu, conforme Marcos (10:46
a 52). Os demais evangelistas – Mateus (20:29 a 34); e Lucas
(18:35 a 43) – não mencionam o nome do cego de Jericó. Diferente de
Lucas, que situa esse episódio à entrada da cidade, Marcos e Mateus o
descrevem como ocorrido à saída de Jericó, com este último anotando
que foram dois os cegos ali curados por Jesus.
8 Jesus
visitou algumas casas durante sua atividade messiânica. Revelam os
evangelhos que esteve nas casas de Pedro, Levi, Jairo, Simão, Lázaro,
Zaqueu e nas Bodas de Caná. Parece-nos que sempre a convite dos seus
moradores, exceção feita à sua visita ao publicano de Jericó.
9 Lucas,
19:1 a 10.
10 Ficus
sycomorus – Atinge 20 metros de altura.
11 Lucas,
19:11 a 27; e Mateus, 25:14 a 30.
12 Homilia
III, 59 a 72.
13
Stromateis IV, cap. 6, § 35.
14 Lucas,
19:1 a 10.
15
CESAREIA, Eusébio. História eclesiástica. Wolfgang Fischer. São
Paulo (SP): Novo Século, 2002. liv. I, cap. XII – Dos discípulos de
nosso Salvador, it. 3. p. 28; e liv. II, cap. I – Da vida dos
apóstolos depois da ascensão do Cristo, it. 1, p. 33. Disponível em:
<pt.slideshare.net/OBREIRO/histria-eclesistica-eusbio-de-cesaria>.
16 Missão
dos setenta discípulos – Lucas, 10:1 a 13.
17
Stromateis IV, cap. 6, § 35.
18
Referido em João, 1:45 a 51 e 21:1 e 2.
19
MCKENZIE, John L. Dicionário bíblico. Álvaro Cunha, Elsa
Maria Berredo Peixoto, Gaspard Gabriel Neerick, I. F. L. Ferreira,
Josué Xavier. 10. ed. São Paulo: Paulus, 2011. p. 589.
20 XAVIER,
Francisco C. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos. 37. ed. 4.
imp. Brasília: FEB, 2014. cap. 23, p. 149.
21 FRANCO,
Divaldo P. Primícias do reino. Pelo Espírito Amélia Rodrigues. 4. ed.
Salvador: LEAL, 1987. p. 144, 145 e 149.
22
PEREIRA, Yvonne do Amaral. Ressurreição e vida. Pelo Espírito
Léon Tolstoi. 12. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2014. cap. 1, p.
20-21.
23 Affonso
Borges Gallego Soares, diretor da Federação Espírita Brasileira. Pedro
Camilo traz essa revelação em sua obra, Yvonne Pereira: uma heroína
silenciosa.
BAUCKHAM,
Richard. Jesus e as testemunhas oculares. São Paulo: Paulus, 2011. p.
151-152.
CORASSIN,
Maria Luiza. A reforma agrária na Roma Antiga. São
Paulo: Brasiliense, 1988. p. 62-63.
NICOLET,
Claude. Un ensayo de historia social: el Orden Ecuestre en
las postrimerias de la Republica Romana. In: Ordenes, estamentos y
classes: Coloquio de historia social Saint-Cloud, 24-25 de mayo de
1967. Madrid: Siglo-Veintiuno, 1978. p. 36-51.
Samuel Nunes Magalhães
snmagalhaes@yahoo.com.br
FONTE
MAGALHÃES, Samuel Nunes. Revista Reformador
, 2014. Disponível em <http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/noticias/zaqueu-amigo-intimo-de-jesus/>.
Acesso : 13 JUN 2021.
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